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Apple lança seu streaming por R$ 9,90. Conseguirá brigar com a Netflix?

Embora seja a empresa mais valiosa do mundo, a Apple chega à guerra do streaming sendo a jogadora mais fraca

APPLE: empresa tenta reduzir dependência do iPhone e aumentar serviços de assinatura, que trariam faturamento mais recorrente (Stephen Lam/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2019 às 09h42.

Última atualização em 1 de novembro de 2019 às 12h17.

A guerra do streaming sai dos preparativos e começa de vez no mundo real — ou digital — neste 1º de novembro. A Apple , fabricante do iPhone e de outros serviços de tecnologia, estreia em uma nova frente e lança nesta sexta-feira seu serviço de conteúdo por streaming, o Apple TV+.

O produto custará 5 dólares por mês nos Estados Unidos, o streaming mais barato do país. O lançamento no Brasil também acontece hoje, com a assinatura em 9,90 reais. É o mesmo preço do Amazon Prime, que, além de frete grátis, oferece acesso ao streaming da varejista. Já o pacote mais barato da Netflix , que tem mais de 8 milhões de assinantes no Brasil, custa 21,90.

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O lançamento do TV+ acontece dias depois de a Apple divulgar uma queda de 9% nas vendas do iPhone no terceiro trimestre. No segundo trimestre, a queda já havia sido de 12%, e de 17% no primeiro. O que segurou o faturamento da Apple neste trimestre — que, apesar do iPhone, teve alta de 1,8% — foram justamente os outros braços da companhia, como aparelhos e serviços, que juntos subiram mais de 20% em vendas.

Assim, o lançamento do Apple TV+ faz parte da missão de tentar usar o público de 900 milhões de usuários do iPhone pelo mundo para vender serviços recorrentes e tornar a empresa menos dependente do celular, que ainda responde por metade das vendas.

No mês passado, a Apple já havia lançado um serviço de jogos por assinatura, o Arcade. Investidores e analistas vêm discutindo a possibilidade de a companhia passar a oferecer uma “assinatura geral” para seus produtos — com uma mensalidade, o usuário teria acesso a um novo celular de tempos em tempos, à nuvem da empresa, TV, jogos, música e outros serviços, um pacote chamado nos bastidores de “Apple Prime”, uma brincadeira com o serviço da Amazon.

Na teoria, o Apple TV+ tem como vantagens seu renome e a integração com outros aparelhos. De cara, quem comprar um iPhone, TV, Mac ou outro dispositivo da Apple ganhará um ano de assinatura grátis. A empresa também contratou artistas renomados, como a apresentadora Oprah Winfrey (que terá um talk show) e as atrizes Reese Witherspoon e Jennifer Aniston, que vão estrelar a série principal do catálogo, batizada de “The Morning Show”. O diretor Alfonso Cuarón — que levou a Netflix ao Oscar com “Roma” — também vai ajudar a Apple a acertar a mão na produção própria. Por ora, a empresa está investindo 6 bilhões de dólares em conteúdo, incluindo compra de filmes e séries licenciados.

Mas a briga será dura. Além da Netflix, a Disney deve lançar seu streaming, o Disney+, em 11 de novembro, enquanto a Warner e a HBO lançarão o HBOMax em 2020. Neste cenário, a empresa de Cupertino não tem conteúdos antigos que possam trazer fãs nostálgicos, como as franquias “Friends” e “Harry Potter”, da Warner, as princesas e séries adolescentes da Disney ou os super heróis de Marvel (Disney) e DC (Warner). Também não tem séries já aclamadas das quais os fãs aguardam novas temporadas, como a Netflix.

No meio desse turbilhão, o Apple TV+ precisa encontrar seu caminho. Dinheiro não deve faltar — mas pode não ser o suficiente.

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