Air France procura CEO disposto a brigar e ganhar pouco
A Air France-KLM tem a inglória tarefa de encontrar um sucessor disposto a enfrentar sindicatos e aceitar poucos incentivos
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2016 às 22h54.
A saída de Alexandre de Juniac do comando da Air France-KLM deixa a empresa com a inglória tarefa de encontrar um sucessor disposto a enfrentar sindicatos em uma das disputas trabalhistas mais amargas da Europa , mesmo oferecendo poucos incentivos.
A saída de Juniac, após três anos de brigas com trabalhadores e apoio apático do acionista dono de 15,9 por cento do capital, deixou a maior companhia aérea da Europa em maus lençóis e obrigada a recorrer a recrutadores.
O novo CEO precisa não somente renovar hostilidades com grupos trabalhistas para realizar cortes de custos -- que, segundo analistas, são vitais para a sobrevivência da Air France-KLM na concorrência com empresas aéreas de baixo custo da Europa e do Golfo Pérsico no mercado de voos de longa distância --, como também fazer isso ganhando pouco para os padrões do setor privado.
Juniac, que sairá até 1º de agosto para comandar a Associação Internacional de Transporte Aéreo, recebeu 675.000 euros (US$ 768.000) em 2014, último ano em que a Air France-KLM divulgou essa informação.
Naquele mesmo ano, Richard Anderson, CEO da parceira americana Delta, recebeu US$ 17,6 milhões. Carsten Spohr, que lidera a alemã Deutsche Lufthansa, também palco de disputas trabalhistas, recebeu 2,67 milhões de euros em 2015, incluindo 1,2 milhão de euros em salário básico.
Elite do setor público
Mesmo se a companhia aérea e o governo decidissem buscar um sucessor não francês, a diferença em termos de remuneração – consequência dos limites impostos pelo fato de o Estado ser acionista da empresa -- provavelmente deixaria os grandes executivos do ramo fora do páreo.
“Os limites salariais limitam as possibilidades de contratação e quase inviabilizam o recrutamento de estrangeiros”, disse Christine Alibert, presidente do braço da firma de recrutamento de executivos Boyden em Paris. A remuneração modesta e a necessidade de compreender e administrar relações com sindicatos e governo significa que Juniac provavelmente será substituído por algum membro da elite do setor público francês, segundo ela.
Essa trajetória já é conhecida na Air France-KLM. O próprio Juniac foi chefe de gabinete da atual diretora gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, quando ela era ministra das Finanças do presidente Nicolas Sarkozy. Ele também foi conselheiro do sucessor de Lagarde, François Baroin.
A saída de Alexandre de Juniac do comando da Air France-KLM deixa a empresa com a inglória tarefa de encontrar um sucessor disposto a enfrentar sindicatos em uma das disputas trabalhistas mais amargas da Europa , mesmo oferecendo poucos incentivos.
A saída de Juniac, após três anos de brigas com trabalhadores e apoio apático do acionista dono de 15,9 por cento do capital, deixou a maior companhia aérea da Europa em maus lençóis e obrigada a recorrer a recrutadores.
O novo CEO precisa não somente renovar hostilidades com grupos trabalhistas para realizar cortes de custos -- que, segundo analistas, são vitais para a sobrevivência da Air France-KLM na concorrência com empresas aéreas de baixo custo da Europa e do Golfo Pérsico no mercado de voos de longa distância --, como também fazer isso ganhando pouco para os padrões do setor privado.
Juniac, que sairá até 1º de agosto para comandar a Associação Internacional de Transporte Aéreo, recebeu 675.000 euros (US$ 768.000) em 2014, último ano em que a Air France-KLM divulgou essa informação.
Naquele mesmo ano, Richard Anderson, CEO da parceira americana Delta, recebeu US$ 17,6 milhões. Carsten Spohr, que lidera a alemã Deutsche Lufthansa, também palco de disputas trabalhistas, recebeu 2,67 milhões de euros em 2015, incluindo 1,2 milhão de euros em salário básico.
Elite do setor público
Mesmo se a companhia aérea e o governo decidissem buscar um sucessor não francês, a diferença em termos de remuneração – consequência dos limites impostos pelo fato de o Estado ser acionista da empresa -- provavelmente deixaria os grandes executivos do ramo fora do páreo.
“Os limites salariais limitam as possibilidades de contratação e quase inviabilizam o recrutamento de estrangeiros”, disse Christine Alibert, presidente do braço da firma de recrutamento de executivos Boyden em Paris. A remuneração modesta e a necessidade de compreender e administrar relações com sindicatos e governo significa que Juniac provavelmente será substituído por algum membro da elite do setor público francês, segundo ela.
Essa trajetória já é conhecida na Air France-KLM. O próprio Juniac foi chefe de gabinete da atual diretora gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, quando ela era ministra das Finanças do presidente Nicolas Sarkozy. Ele também foi conselheiro do sucessor de Lagarde, François Baroin.