Mariana: o rompimento da barragem deixou 19 mortos, centenas de desabrigados e poluiu o rio Doce, em toda a sua extensão (Ricardo Moraes/Reuters)
Reuters
Publicado em 17 de novembro de 2017 às 16h37.
Última atualização em 17 de novembro de 2017 às 16h40.
Rio de Janeiro - O Ministério Público Federal e o Ministério Público de Minas Gerais firmaram um aditivo a um acordo fechado com a mineradora Samarco e suas sócias em janeiro, que busca uma maior inclusão dos atingidos pelo rompimento de uma das barragens da empresa, há dois anos, nas discussões referentes a reparações.
As discussões ocorrem como parte de um acordo, ainda sem previsão para ser fechado, que encerraria ações protocoladas na Justiça contra as empresas após a tragédia, uma delas pedindo indenização de 155 bilhões de reais.
O aditivo, entregue na noite de quinta-feira à Justiça, prevê a disponibilização de assessorias técnicas aos atingidos de toda a bacia do Rio Doce, bem como a realização de um diagnóstico dos danos socioeconômicos.
O rompimento da barragem --considerado o maior desastre socioambiental do Brasil-- deixou 19 mortos, centenas de desabrigados e poluiu o rio Doce, em toda a sua extensão, até o litoral do Espírito Santo.
A partir da minuta, as empresas terão que contratar o Fundo Brasil de Direitos Humanos, que ficará responsável por dar assessoria aos atingidos e apoiar todas as ações necessárias à realização das audiências públicas a serem realizadas.
Além disso, as empresas também deverão contratar a Fundação Getulio Vargas (FGV), que ficará responsável por avaliar e mensurar todos os danos socioeconômicos ao longo da bacia do Rio Doce.
Paralelamente, nesta sexta-feira, a mineradora Samarco se reúne com sindicatos de trabalhadores para discutir a demissão de 600 empregados até o fim de dezembro, enquanto não há previsão quanto à data de retorno das operações, informou a companhia.
A Samarco, que tem como donas a Vale e a BHP Billiton, está com suas atividades paralisadas há dois anos, desde o rompimento da barragem.