O Ministério da Agricultura informou nesta quarta-feira que a União Européia decidiu liberar as exportações brasileiras de carne bovina in natura de três Estados: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Minas Gerais. A medida favoreceu as ações ordinárias do maior frigorífico do mundo, o JBS-Friboi, que fecharam em alta de 18,39%, para 4,70 reais.

O Brasil possui hoje apenas 608 propriedades habilitadas para exportar o produto para a UE, localizadas em sete estados. Desde o início do ano, apenas as fazendas inspecionadas e certificadas por técnicos europeus têm permissão para vender o produto para o bloco. Com a decisão anunciada nesta quarta, que entra em vigor em 1º de dezembro, o número de cabeças em regiões com gado comercializável cresceu de 90 milhões para 130 milhões.

"A decisão (...) aumenta a base do rebanho apto a exportação, desde que sejam cumpridas as regras de rastreabilidade", diz o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz. A JBS-Friboi possui sete unidades de abate em MS, MT e MG.

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) acredita que o volume de carne bovina exportada deverá crescer de 2,2 milhões de toneladas em 2008 para 2,5 milhões de toneladas no próximo ano. Já a receita com exportações deve avançar de 5,7 bilhões de dólares para 7 bilhões de dólares.

Para a corretora Link, apesar da crise, é "bem provável" que as estimativas sejam cumpridas. Existe a expectativa de que a União Européia amplie a lista de fazendas habilitadas a exportar das atuais 608 propriedades para cerca de 2.500. Também é esperada a queda de barreiras comerciais para a venda do produto ao Chile. O maior risco para as empresas de carne bovina, diz a Link, é que o bom cenário deve manter o preço do boi gordo em alta, dificultando uma melhora expressiva nas bastante apertadas margens de lucro.