Negócios

Abílio Diniz e Michael Klein explicam fusão ao Cade

Empresários reuniram-se nesta sexta-feira com o presidente do conselho para detalhar a operação

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

Os empresários Abílio Diniz, dono do Pão de Açúcar, e Michael Klein, da Casas Bahia, reuniram-se na manhã desta sexta-feira (11/12) com o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Arthur Badin. O encontro foi tratado como uma “cortesia” dos empresários, já que o prazo legal para apresentar as informações da fusão entre as duas companhias de varejo vence em 28 de dezembro.

O objetivo dos empresários foi assegurar que nenhuma medida estrutural, como a fusão de departamentos ou conversão de lojas, será tomada antes do final de janeiro. Com essa informação, Abilio e Klein pretendem tranquilizar o Cade, para que o órgão analise com calma qualquer medida cautelar que ache necessária. Vários especialistas em direito concorrencial e fontes dos órgãos reguladores da concorrência afirmam que, dado o porte da operação, o Cade poderia determinar a assinatura de um Acordo de Preservação da Reversibilidade da Operação (Apro). Na prática, trata-se de congelar a fusão até que o processo seja julgado pelo conselho.

Anunciada em 4 de dezembro, a associação entre a Casas Bahia e o Pão de Açúcar surpreendeu o mercado. A nova empresa de varejo de bens duráveis, nascida da fusão, contará com os ativos do Ponto Frio, Extra Eletro e Casas Bahia. Com um faturamento proforma de 18,5 bilhões de reais e 1.055 lojas, a nova empresa preocupa parte do mercado. Os fabricantes de bens duráveis temem que a companhia tenha um poder de compra esmagador. A empresa já nasce dominando 42% do setor de eletroeletrônicos, por exemplo.

Outros observam que a concentração de lojas em algumas regiões levará o Cade a aprovar a compra com restrições. A essencial seria a venda de lojas em áreas bastante concentradas, como a Grande São Paulo, onde o novo varejista deteria uma participação de quase 70%. O Pão de Açúcar ainda não tem uma previsão de quando entregará formalmente os documentos detalhando o acordo ao Cade. Pessoas que acompanham de perto a montagem da defesa do grupo afirmam que não há pressa – o importante é estabelecer uma boa estratégia, ainda que isso consuma todo o prazo legal.
 

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Negócios

Como linhas de crédito para COP vão ajudar Dona Lúcia, cozinheira que mudou o modo de comer no Pará

Justiça aceita pedido de recuperação judicial da Casa do Pão de Queijo

De pequena farmácia a gigante da beleza, como O Boticário virou um fenômeno com R$ 30 bi em vendas

Smart Fit compra rede de estúdios Velocity por R$ 183 milhões

Mais na Exame