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A empresa que cresce há 73 tri, você usa todo dia – e nunca ouviu falar

Maior conglomerado de data centers do mundo, a Equinix atende Amazon e Google e investirá 200 milhões de dólares na América Latina

A Equinix está no Brasil desde 2011 (divulgação/Getty Images)

A Equinix está no Brasil desde 2011 (divulgação/Getty Images)

LA

Lucas Amorim

Publicado em 7 de maio de 2021 às 15h42.

Última atualização em 7 de maio de 2021 às 18h21.

A americana Equinix é uma empresa que participa do cotidiano de bilhões de pessoas mundo afora. Ainda assim, é uma ilustre desconhecida de boa parte de seus clientes finais. Isso, porém, está longe de ser um problema.

A companhia de infraestrutura digital chegou em abril à incrível marca de 73 trimestres seguidos de crescimento em receita e resultados. No último balanço, divulgado, no fim de abril, revelou faturamento trimestral de 1,6 bilhão de dólares, com alta de 7% em relação ao ano anterior.

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“Somos como o juiz do futebol. Se passarmos despercebidos é sinal de que nosso trabalho está sendo  bem-feito”, afirma Eduardo Carvalho, presidente da companhia no Brasil. A Equinix vale 65 bilhões de dólares e é uma daquelas empresas que estavam preparadas para o futuro – e que se beneficiou largamente da aceleração digital impulsionada pela pandemia.

A emergência da covid-19, claro, não passou despercebida na operação brasileira da empresa, que tem cerca de 775 funcionários. Toda a equipe administrativa está trabalhando de casa há mais de um ano, seus funcionários operacionais fazem turnos de quatro dias em campo e quatro em casa, para remediar os riscos de contágio. A empresa ainda arcou com custos de mobiliário e internet para seus funcionários.

Feitas as ressalvas, porém, o momento não poderia ser melhor. A companhia tem o maior conglomerado de data centers no mundo, com 220 unidades em 26 países de cinco continentes. O ano de 2021 deve ser o de maior expansão física, com 36 data centers em construção em 19 países.

A Equinix está no Brasil desde 2011, quando comprou a Alog Data Center, empresa de que Carvalho era sócio. São seis data centers no no Brasil, quatro em São Paulo e dois no Rio.

A companhia está construindo sua quinta unidade em São Paulo, a um custo de 52 milhões de dólares, e já comprou terrenos para mais dois data centers em São Paulo e mais um no Rio. Além disso, está construindo unidades na Colômbia e no México. No total, serão 200 milhões de dólares investidos na América Latina. "Miramos mercados com grande troca de dados, os chamados nós de rede. É o que nos permite ser a fonte de infraestrutura preferida dos clientes mais exigentes", afirma Carvalho.

Entre os principais clientes estão as maiores bolsas de valores do mundo, Amazon, Google, Facebook, Alibaba, Disney, Netflix, Via Varejo, C&A e por aí vai. A companhia, sozinha, aloja tantos serviços de nuvem que é responsável por mais de 50% do tráfego global de internet. "Se sofrermos um colapso, a economia global será abalada", diz Carvalho. "No Brasil, não há dado que não passe por nossos data centers".

A pandemia da covid-19 acelerou os negócios em uma década, calcula o executivo, ao ter impulsionado a digitalização para patamares inéditos, como se sabe. Ainda assim, a Equinix investe no país porque sabe que o Brasil tem muito a avançar na digitalização. Apenas 20% das empresas brsileiras estão na nuvem, enquanto nos Estados Unidos o percentual chega a 80%. "A média cresce muito. A pandemia mostrou que não há como uma empresa surgir hoje se não tiver ferramentas de marketing, vendas e gestão apoiadas na computação em nuvem".

O maior desafio, e a maior oportunidade, para o país é a adoção do 5G, tecnologia que seguirá impulsionando os negócios da Equinix. "O consumo de dados será cada vez maior, e a demanda por latências cada vez menores não tem volta", afirma Carvalho. Neste contexto, o 74o trimestre de crescimento é questão de tempo.

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