Negócios

A batalha das máscaras: por que os itens de marca estão esgotando?

Tecnologia, personalização e doações mobilizam os clientes que compram máscaras de marcas como Adidas, Uniqlo e Malwee

Máscara da Malwee com tecido anti-covid: 40 mil unidades vendidas em 72 horas (Malwee/Divulgação)

Máscara da Malwee com tecido anti-covid: 40 mil unidades vendidas em 72 horas (Malwee/Divulgação)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 12 de julho de 2020 às 08h40.

Com o surgimento da pandemia do novo coronavírus, a máscara se tornou o item essencial do vestuário. Ela passou a ser fabricada e comercializada por pequenos empreendedores, mas também por grandes marcas, como Adidas e Uniqlo. Os consumidores fiéis às suas marcas preferidas continuam comprando, mesmo que elas sejam mais caras.

Em Tóquio, no Japão, as máscaras da Uniqlo são um sucesso ao ponto dos consumidores enfrentar fila para comprar. Apresentadas como frescas e de secagem rápida, um conjunto com três unidades custa cerca de nove dólares, levando ao esgotamento do produto.

No dia em que a Uniqlo lançou suas máscaras, a marca norte-americana de roupas esportivas Under Armour esgotou as vendas de 30.000 unidades em uma hora, segundo informações do Financial Times. Iniciativa semelhante se repetiu com a Adidas, que foi totalmente vendida nos Estados Unidos nos primeiros minutos.

Segundo analistas estrangeiros, o motivo desse comportamento nos países do hemisfério norte, que atualmente estão no verão, está relacionado com a tendência de consumo que busca as máscaras altamente funcionais, evitando o suor, por exemplo. Desse modo, as marcas esportivas saem na frente e conquistam os clientes.

Mas não é só na Ásia e nos Estados Unidos que os clientes têm procurado por novas tecnologias e marcas. No Brasil, a Malwee comercializou 30 milhões de máscaras. Sendo 40.000 unidades nas primeiras 72 horas de lançamento da máscara com proteção antiviral, no último dia 7.

Para Fabio Mariano, professor da ESPM, o brasileiro se importa também com a estampa na hora de escolher qual máscara usar. “A moda está nas máscaras e as marcas se favorecem ao vender um trabalho personalizado”, diz.

No Brasil, um exemplo está ligado à paixão pelo futebol. As máscaras personalizadas do Grêmio foram vendidas em três dias. A diretoria do time anunciou que, com o lucro da venda, 8,5 toneladas de alimentos foram doadas para pessoas em situação de vulnerabilidade.

“Saber que parte ou todo o lucro vai para doação também ajuda na hora de promover a marca e vender as máscaras”, diz Mariano.

O kit da Adidas com três unidades, por exemplo, sai por 59 reais, mas segundo a marca, a empresa doa 10 reais para uma instituição e não cobra além do custo da produção. Na Malwee, 3,3 milhões de máscaras foram doadas para hospitais e instituições de diversas regiões do Brasil, além de 5 milhões de kits para a produção de máscaras (tecido já cortados + elástico) para projetos e instituições sociais.

Acompanhe tudo sobre:AdidasCoronavírusVendas

Mais de Negócios

Azeite a R$ 9, TV a R$ 550: a lógica dos descontaços do Magalu na Black Friday

20 frases inspiradoras de bilionários que vão mudar sua forma de pensar nos negócios

“Reputação é o que dizem quando você não está na sala”, reflete CEO da FSB Holding

EXAME vence premiação de melhor revista e mantém hegemonia no jornalismo econômico