8 tacadas da GOL neste ano para tentar aumentar o lucro
De deixar o gelo mais leve a encerrar rotas pouco lucrativas, companhia aérea faz pente fino na operação
Da Redação
Publicado em 1 de agosto de 2012 às 17h15.
São Paulo – Nem bem começou o segundo semestre, e a GOL já estaria preparando outra novidade que deve dar uma mãozinha às suas margens de lucro. Nos voos entre o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e o Santos Dumont, no Rio de Janeiro, passaria a ser possível assegurar uma viagem sem ninguém ao lado - desde que você estivesse disposto a pagar por isso.
Segundo a Folha de S.Paulo, que publicou a notícia nesta quarta-feira, as quatro fileiras depois da primeira deverão ser reservadas para esse fim. Nesses casos, apenas os assentos da janela e corredor serão colocados à venda, deixando a poltrona do meio vazia (e livre para as bagagens de mão). Procurada por EXAME.com, a GOL não confirmou a informação.
Do começo do ano até agora, muitas foram as iniciativas colocadas em prática com o objetivo de cortar custos, aumentar a eficiência e assegurar novas fontes de renda à empresa. Tudo para reverter o prejuízo registrado com as operações. Em 2011, a GOL perdeu 710,4 milhões de reais, depois de ter embolsado um lucro líquido de 214,2 milhões no ano anterior.
Confira outras sete medidas anunciadas pela companhia aérea até agora:
Presença no Uruguai depois do fim da Pluna
A uruguaia Pluna encerrou suas operações em julho em meio a uma série de problemas financeiros. Um dia depois, a GOL anunciou o início de voos diretos para a capital do país, Montevidéu, partindo de São Paulo. A operação deverá ser iniciada em 15 de agosto.
É verdade que a GOL negou que estivesse buscando conquistar os clientes que ficaram órfãos da rota. Em nota, a companhia aérea atribuiu a novidade à reestruturação da sua malha. Seja como for, sabe-se que a empresa busca aumentar sua presença em voos internacionais. No ano passado, a GOL gerou 94% da sua receita no Brasil. A concentração acabou levando a companhia a uma forte dependência da moeda local, que sofreu - e continua sofrendo - desvalorização.
Deixando o Chile para racionalizar custos
Novidade para um vizinho na América Latina, fim da linha para outro. Em junho, a GOL decidiu suspender a oferta de voos para Santiago, no Chile, a partir de outubro. A decisão foi tomada depois estudos de viabilidade de rota indicarem a baixa rentabilidade da operação. A companhia afirmou que os passageiros com bilhetes já comprados seriam reacomodados ou reembolsados.
Vale lembrar que o Chile é o país natal da LAN, à qual a TAM se associou em fusão completada há pouco mais de um mês.
Venda de milhas no Smiles
No fim de junho, foi a vez da GOL inaugurar a venda de milhas no programa de relacionamento Smiles. Agora, é possível adquirir lotes de 1.000 a 40.000 milhas para trocá-las por passagens aéreas. Com a novidade, a Gol dá ao consumidor a possibilidade de completar os pontos exigidos para a compra de bilhetes. De quebra, incentiva o uso do programa. Flávio Vargas, diretor do Smiles, reconheceu que a estratégia deverá consolidar a imagem do programa. "Quanto mais as pessoas usarem o Smiles, mais valor ele passará a ter", afirmou na época.
No final de 2011, a empresa assumiu estar avaliando o plano de transformar o Smiles em uma empresa independente, a exemplo do que fez a TAM com o seu Fidelidade, embrião da Multiplus. A decisão será tomada até o primeiro semestre de 2013.
Menos voos diários
Pelo menos 80 voos diários foram cortados desde março. A GOL estimava um prejuízo de 5 milhões de reais com essas operações, que eram realizadas à noite.
Segundo a empresa, não houve descontinuidade em nenhuma rota. "Entendemos que o movimento de racionalização da malha implica também uma redução do custo fixo para que não haja nenhum impacto no 'Cask ex-fuel' (custos que excluem combustíveis). Essa redução se dá exatamente nos voos que não apresentam uma receita satisfatória", disse Constantino Oliveira, então CEO da Gol e atual presidente do conselho da empresa.
Demissões
Em 1º de junho, 190 tripulantes foram demitidos da empresa. Mas essa não foi a primeira iniciativa do gênero: 205 funcionários foram cortados em abril, no mesmo mês em que a companhia acabou com quatro diretorias (de um total de 19) e extinguiu 26 posições de gerência.
Outros cargos podem estar na mira. Segundo a Bloomberg, a GOL espera terminar o ano com 2.500 colaboradores a menos.
Fim dos lanchinhos grátis
Nas empresas de baixo custo estrangeiras, receitas extras chegam a responder por 20% do faturamento total. De olho na possibilidade de engordar suas margens, a GOL passou a cobrar pelas refeições em cerca de metade de seus voos. A iniciativa já era seguida pela Webjet, adquirida pela empresa em julho do ano passado
A medida afetou as viagens de longa duração, que passaram a contar apenas com o serviço de bordo pago. Um copo de água sai por cinco reais e um sanduíche por 12. A tradicional barrinha de cereais deu adeus ao cardápio.
Acomodação para os tripulantes (e até gelo mais leve)
Duas novas bases de tripulantes foram criadas pela GOL para reduzir os custos com hospedagem dos tripulantes. Além de São Paulo, os funcionários passaram a ser acomodados no Rio de Janeiro e Porto Alegre. Além disso, a empresa estuda uma série de medidas para aumentar a eficiência. O peso dos assentos e até do saco de gelo estão sendo considerados para tornar a aeronave mais leve e, portanto, mais econômica.
Para completar, os voos da ponte aérea deverão ser realizados em um minuto a menos com a adoção de um novo sistema de aproximação do aeroporto Santos Dumont. Parece pouco? Estima-se que a novidade vá economizar 1% de combustível em cada pouso.
São Paulo – Nem bem começou o segundo semestre, e a GOL já estaria preparando outra novidade que deve dar uma mãozinha às suas margens de lucro. Nos voos entre o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e o Santos Dumont, no Rio de Janeiro, passaria a ser possível assegurar uma viagem sem ninguém ao lado - desde que você estivesse disposto a pagar por isso.
Segundo a Folha de S.Paulo, que publicou a notícia nesta quarta-feira, as quatro fileiras depois da primeira deverão ser reservadas para esse fim. Nesses casos, apenas os assentos da janela e corredor serão colocados à venda, deixando a poltrona do meio vazia (e livre para as bagagens de mão). Procurada por EXAME.com, a GOL não confirmou a informação.
Do começo do ano até agora, muitas foram as iniciativas colocadas em prática com o objetivo de cortar custos, aumentar a eficiência e assegurar novas fontes de renda à empresa. Tudo para reverter o prejuízo registrado com as operações. Em 2011, a GOL perdeu 710,4 milhões de reais, depois de ter embolsado um lucro líquido de 214,2 milhões no ano anterior.
Confira outras sete medidas anunciadas pela companhia aérea até agora:
Presença no Uruguai depois do fim da Pluna
A uruguaia Pluna encerrou suas operações em julho em meio a uma série de problemas financeiros. Um dia depois, a GOL anunciou o início de voos diretos para a capital do país, Montevidéu, partindo de São Paulo. A operação deverá ser iniciada em 15 de agosto.
É verdade que a GOL negou que estivesse buscando conquistar os clientes que ficaram órfãos da rota. Em nota, a companhia aérea atribuiu a novidade à reestruturação da sua malha. Seja como for, sabe-se que a empresa busca aumentar sua presença em voos internacionais. No ano passado, a GOL gerou 94% da sua receita no Brasil. A concentração acabou levando a companhia a uma forte dependência da moeda local, que sofreu - e continua sofrendo - desvalorização.
Deixando o Chile para racionalizar custos
Novidade para um vizinho na América Latina, fim da linha para outro. Em junho, a GOL decidiu suspender a oferta de voos para Santiago, no Chile, a partir de outubro. A decisão foi tomada depois estudos de viabilidade de rota indicarem a baixa rentabilidade da operação. A companhia afirmou que os passageiros com bilhetes já comprados seriam reacomodados ou reembolsados.
Vale lembrar que o Chile é o país natal da LAN, à qual a TAM se associou em fusão completada há pouco mais de um mês.
Venda de milhas no Smiles
No fim de junho, foi a vez da GOL inaugurar a venda de milhas no programa de relacionamento Smiles. Agora, é possível adquirir lotes de 1.000 a 40.000 milhas para trocá-las por passagens aéreas. Com a novidade, a Gol dá ao consumidor a possibilidade de completar os pontos exigidos para a compra de bilhetes. De quebra, incentiva o uso do programa. Flávio Vargas, diretor do Smiles, reconheceu que a estratégia deverá consolidar a imagem do programa. "Quanto mais as pessoas usarem o Smiles, mais valor ele passará a ter", afirmou na época.
No final de 2011, a empresa assumiu estar avaliando o plano de transformar o Smiles em uma empresa independente, a exemplo do que fez a TAM com o seu Fidelidade, embrião da Multiplus. A decisão será tomada até o primeiro semestre de 2013.
Menos voos diários
Pelo menos 80 voos diários foram cortados desde março. A GOL estimava um prejuízo de 5 milhões de reais com essas operações, que eram realizadas à noite.
Segundo a empresa, não houve descontinuidade em nenhuma rota. "Entendemos que o movimento de racionalização da malha implica também uma redução do custo fixo para que não haja nenhum impacto no 'Cask ex-fuel' (custos que excluem combustíveis). Essa redução se dá exatamente nos voos que não apresentam uma receita satisfatória", disse Constantino Oliveira, então CEO da Gol e atual presidente do conselho da empresa.
Demissões
Em 1º de junho, 190 tripulantes foram demitidos da empresa. Mas essa não foi a primeira iniciativa do gênero: 205 funcionários foram cortados em abril, no mesmo mês em que a companhia acabou com quatro diretorias (de um total de 19) e extinguiu 26 posições de gerência.
Outros cargos podem estar na mira. Segundo a Bloomberg, a GOL espera terminar o ano com 2.500 colaboradores a menos.
Fim dos lanchinhos grátis
Nas empresas de baixo custo estrangeiras, receitas extras chegam a responder por 20% do faturamento total. De olho na possibilidade de engordar suas margens, a GOL passou a cobrar pelas refeições em cerca de metade de seus voos. A iniciativa já era seguida pela Webjet, adquirida pela empresa em julho do ano passado
A medida afetou as viagens de longa duração, que passaram a contar apenas com o serviço de bordo pago. Um copo de água sai por cinco reais e um sanduíche por 12. A tradicional barrinha de cereais deu adeus ao cardápio.
Acomodação para os tripulantes (e até gelo mais leve)
Duas novas bases de tripulantes foram criadas pela GOL para reduzir os custos com hospedagem dos tripulantes. Além de São Paulo, os funcionários passaram a ser acomodados no Rio de Janeiro e Porto Alegre. Além disso, a empresa estuda uma série de medidas para aumentar a eficiência. O peso dos assentos e até do saco de gelo estão sendo considerados para tornar a aeronave mais leve e, portanto, mais econômica.
Para completar, os voos da ponte aérea deverão ser realizados em um minuto a menos com a adoção de um novo sistema de aproximação do aeroporto Santos Dumont. Parece pouco? Estima-se que a novidade vá economizar 1% de combustível em cada pouso.