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Vale: Desocupações em áreas de risco de barragens devem afetar 125 pessoas

Moradores estavam em áreas próximas a cinco barragens a montante, semelhantes à barragem de Brumadinho

Brumadinho: Número de mortos em rompimento de barragem da Vale pode chegar a 300 (Washington Alves/Reuters)

Brumadinho: Número de mortos em rompimento de barragem da Vale pode chegar a 300 (Washington Alves/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 20 de fevereiro de 2019 às 11h15.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2019 às 15h41.

Rio de Janeiro - A Vale informou que a desocupação da Zona de Autossalvamento (ZAS) das barragens Vargem Grande, do Complexo Vargem Grande, em Nova Lima (MG),e Forquilha I, II e III e Grupo, na Mina Fábrica, em Ouro Preto (MG) exigirá a remoção de cerca de 125 pessoas. As Zonas de Autossalvamento (ZAS) são aquelas que, de acordo com os especialistas, são mais rapidamente atingidas pela lama em caso de rompimento das barragens.

Na última segunda-feira (18), a Agência Nacional de Mineração (ANM) determinou que todas as barragens "a montante" existentes no país sejam extintas ou descaracterizadas até 15 de agosto de 2021.

 

Desde a tragédia de Brumadinho, cujo o rompimento de duas barragens da Mina de Córrego do Feijão caminha para deixar mais de 300 mortos, a empresa já removeu, com o auxílio da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros, moradores e empresas dessas áreas de cinco barragens. Restam três das oito que figuram como de maior risco ao lado das de Brumadinho nos relatórios de risco da empresa que foram anexados pelo Ministério Público na Ação Civil Pública (ACP) contra a empresa: Menezes II, em Brumadinho, e Capitão do Mato e Taquaras, em Nova Lima.

O Broadcast questionou a empresa a respeito das áreas de risco dessas três estruturas, mas ainda não obteve resposta. De acordo com a empresa, não houve alteração nos parâmetros geotécnicos de nenhuma das estruturas, mas a decisão envolve outros fatores além dos riscos de morte em caso de rompimento. Do ponto de vista legal e regulatório, empresas responsáveis pela certificação das barragens, como a própria TüV Süd, que atuava em Córrego do Feijão, estão se recusando a auditar as barragens, o que aumenta o risco para a empresa e seus gestores.

No domingo, após determinar a desocupação da ZAS da barragem de B3/B4 no sábado à noite, a Vale informou que fará a remoção de pessoas ou evacuação emergencial imediatamente, caso haja necessidade. Até agora, a empresa também não informou qual será o procedimento de indenização ou compra das propriedades nessas regiões, onde também funcionam pousadas e estabelecimentos comerciais.

Veja abaixo a situação das ZAS das barragens citadas no relatório divulgado pelo MP e a íntegra do comunicado enviado agora pela mineradora:

Rompidas

Barragens I - Mina Córrego Feijão - Brumadinho

Barragem IV-A - Mina Córrego Feijão Brumadinho

Desocupadas

Barragem Laranjeiras - Mina de Congo Soco - Barão de Cocais

Barragem Dique B - Mina de mar azul - Nova Lima

Barragem Forquilha I - Mina de Fábrica - Vargem Grande

Barragem Forquilha II - Mina de Fábrica - Vargem Grande

Barragem Forquilha II- Mina de Fábrica - Vargem Grande

Situação não informada

Barragem Menezes II - Brumadinho

Barragem Capitão do Mato - Nova Lima

Barragem Taquaras - Nova Lima

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