7 tipos de líderes inspirados em séries de TV
Conheça os personagens da ficção que podem ser um exemplo para os executivos – e aqueles dos quais as empresas devem passar longe
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2011 às 06h24.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h35.
São Paulo – O cirurgião Jack Shephard (interpretado por Matthew Fox), da série Lost, não pediu para ser o líder dos sobreviventes do vôo Oceanic 815, que caiu em uma ilha misteriosa. Mesmo assim, vestiu a camisa. O personagem central da produção, encerrada no ano passado, é pragmático, cético e toma a maioria de suas decisões sozinho. Segundo a professora de Comportamento Organizacional do Ibmec/MG, Clara Linhares, suas características combinam com o tipo de liderança autocrática, também chamada de autoritária ou diretiva, marcada por uma postura independente e centralizadora. Assim como essa forma de agir foi bastante útil na luta pela sobrevivência dos passageiros do avião acidentado, um perfil como o de Jack pode ser positivo em empresas que passam por uma situação de grande dificuldade, que exige uma liderança mais rígida, controladora e com capacidade para tomar decisões rapidamente. Porém, há elementos que merecem atenção redobrada. Durante a série, Jack quase matou ou arruinou o destino de todos por reações coléricas, emocionais e impulsivas. Essas características, também comuns nos líderes autocratas, podem colocar tudo a perder.
Um legítimo homem de negócios. É assim que Donald Draper, interpretado por Jon Hamm, aparece em Mad Men, série que se passa nos anos 60 e mostra a rotina em uma agência de publicidade. Mais conhecido como Don, o personagem é o que a analista de carreiras da Veris Faculdades, Larissa Meiglin, chama de líder situacional. Esse tipo de pessoa consegue se adequar às mais diferentes situações. Até a terceira temporada da série, Don é o diretor de criação da agência de publicidade Sterling Cooper, mas depois se torna sócio-fundador de uma nova empresa, a Sterling Cooper Draper Pryce. Nesse ambiente, se mostra respeitoso, ligado a questões morais, inteligente, persuasivo, ético e firme. Um líder como Don parece perfeito, com grande carisma, jogo de cintura e desenvoltura. “Ele tem facilidade em delegar tarefas, seus subordinados o respeitam e executam suas tarefas visando o bem da empresa”, diz Larissa Meiglin. No contexto em que o líder é do tipo situacional, como Don, um de seus méritos é fazer com que o grupo reaja bem, participe e colabore, porque tem a consciência de que o chefe saberá o que fazer quando for necessário agir.
Aturar o médico mais rabugento da TV, Gregory House, já é um motivo para considerar a personagem Lisa Cuddy (Lisa Edelstein) uma boa pessoa e profissional. A personagem, namorada e chefe do protagonista da série House, tem um gênio forte, é ambiciosa e está sempre no controle das situações que se passam no Hospital Princeton-Plainsboro. Na visão de João Brandão, professor do FGV Management, da Fundação Getúlio Vargas, Lisa “é uma ‘bela’ gestora e líder, não porque apresenta características ‘fora do comum’, mas porque parece ser consistente com seus princípios, valores, competências”. Ao mesmo tempo em que ela se mostra uma boa gestora, ao negociar com rigor quando necessário, ao estar presente no dia-a-dia para acompanhar e controlar, e ao saber planejar, Lisa também revela uma personalidade de líder. Esse traço característico é revelado por seu cuidado com o outro, o suporte que dá à equipe e pela capacidade de conciliar a operação do hospital com inovações e rupturas e, ao mesmo tempo, lidar com os stakeholders que controlam o hospital.
Comprometida, ambiciosa, exigente, dedicada às políticas e à administração do County General Hospital, onde se passa o seriado ER, a chefe administrativa Kerry Weaver (Laura Innes) pode ser classificada como uma líder do tipo transacional. Apesar de se mostrar uma pessoa oportunista, fria, desgastante e até mesmo traiçoeira no início da série, com o tempo, Waever revelou uma personalidade mais humana, que se preocupa com os funcionários e até os defende quando necessário. Para a professora de Comportamento Organizacional do Ibmec/MG, Clara Linhares, a liderança transacional de Weaver não é necessariamente ruim, mas possui resultados limitados. Isso porque é um tipo de chefia em que o líder dá prestígio e reconhecimento em troca da obediência dos liderados, o que leva os subordinados a alcançarem os resultados de acordo com as recompensas que receberão depois.
Apesar de ser um alcoólatra em recuperação, o capitão chefe do departamento de investigações da unidade de vítimas especiais (de crimes sexuais) de Nova York, Donald Cragen (interpretado por Dann Florek em Law and Order: Special Victims Unit), é quase o chefe perfeito. Para a diretora de negócios da consultoria DBM, Irene Azevedo, o apoio aos funcionários e a paixão pelo que faz são os ingredientes que tornam Cragen um líder quase em extinção. “Ele é, talvez, o chefe que todos gostariam de ter e não têm, porque os líderes estão tão assoberbados que pouco conseguem fazer pelos seus funcionários. Muitos não têm tempo de apoiá-los”, diz. A especialista considera que o gosto pela profissão e essa dedicação aos liderados, mesmo quando erram, fazem com que as pessoas se empenhem em buscar resultados cada vez melhores.
O caricato chefe Michael Scott da série The Office é um líder que ninguém quer ter ou ser. Interpretado por Steve Carell, ele é o gerente regional da filial da empresa Dunder Mifflin Paper Company na cidade de Scranton, nos Estados Unidos, e, apesar de seu posto, é o menos habilidoso e empenhado da equipe. Em um episódio, um co-gerente do escritório fez um gráfico colorido sobre como Michael gasta seu tempo. O resultado foi: 80% distraindo os outros, 19% procrastinando e 0,1% tendo pensamento crítico. Segundo Clara Linhares, professora de Comportamento Organizacional do Ibmec/MG, seu perfil é o chamado “liberal”, e se caracteriza por deixar que os outros façam tudo, sem que ele não precise fazer nada. Partindo do pressuposto de que a equipe está madura o suficiente para andar sozinha, esse líder é passivo e tem a única meta de manter aquilo que já foi atingido. Essa postura acomodada pode ser encarada pelos subordinados como incompetência, assim como ocorre com Scott, que pensa ser o melhor amigo dos funcionários, enquanto estes pensam exatamente o contrário.
Tudo que Jack Donaghy (Alec Baldwin) quer é que a rede de televisão East Coast, onde é vice-presidente, e a programação de “Microwave Oven”, da GE, tenham sucesso. Para isso, o executivo retratado na série 30 Rock mostra ser um homem polido, humano e pró-ativo, porém, centralizador e auto-suficiente. Para Larissa Meiglin, analista de carreiras da Veris Faculdades, esses traços mostram um perfil autoritário de liderança, que, mesmo delegando algumas funções, tem prazer quando é procurado para dar orientações sobre o que se deve fazer. “Esse tipo de líder comanda o grupo levando em consideração somente sua opinião, frequentemente desprezando as ideias de outros membros. Como consequência, o grupo pode reagir de maneira defensiva, hostil e acabar se distanciando por medo”, afirma. No caso de Donaghy, a personalidade autoritária e o foco nos resultados também trazem à tona algumas falhas de caráter, uma vez que está disposto a colocar de lado considerações morais e éticas que podem atrapalhar seus objetivos na empresa.
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