7 lições que os campeões olímpicos podem ensinar aos líderes
O esporte é uma metáfora quase perfeita para os negócios. Veja 7 lições que os chefes podem aprender com os atletas, segundo especialistas
Luísa Melo
Publicado em 22 de agosto de 2016 às 10h24.
São Paulo - O esporte é uma metáfora quase perfeita para os negócios. Para ter sucesso em ambos, é preciso traçar objetivos claros, ter inteligência emocional e estar disposto a correr riscos, por exemplo.
Abaixo, veja 7 lições que os campeões olímpicos têm a ensinar aos líderes de empresas, segundo especialistas ouvidos por EXAME.com.
1. Aprender com os resultados e, principalmente, com os erros anteriores
O ginasta Dyego Hipólito caiu e perdeu a chance de premiação em duas Olimpíadas seguidas. Mas, trabalhou seus pontos fracos e, nos Jogos deste ano, levou a medalha de prata no solo.
"Da mesma forma, um líder precisa saber superar suas dificuldades, ser resiliente e contornar obstáculos", comenta Leni Hidalgo, professora da pós-graduação em gestão de pessoas do Insper.
Anderson Sant'Anna, professor da Fundação Dom Cabral, concorda.
"Assim como o atleta, o líder vai errar sim, vai cair sim, vai falhar sim. É esperado que ele acerte mais que erre, mas sem assumir riscos, não vai inovar", afirma.
2. Ter capacidade de trabalhar em equipe e aprender com o outro
Nos esportes coletivos, como vôlei ou futebol, os times são formados por jogadores que têm habilidades que se complementam. No mundo corporativo não é diferente: quem é líder precisa promover a diversidade e se cercar de profissionais que dominam os temas nos quais ele não é expert.
"Quando as pessoas atuam de forma muito individual, a equipe normalmente não tem um bom desempenho. Nas empresas é a mesma coisa", diz Leni Hidalgo, do Insper.
3. Saber lidar com condições adversas
A final do vôlei de praia feminino na Olimpíada do Rio, na noite da última quarta-feira (17), foi disputada debaixo de chuva – situação que nem sempre acontece nos treinos. Não deu para as brasileiras Agatha e Bárbara, que perderam para a dupla alemã Ludwig e Walkenhorst.
Conseguir seguir com o jogo em diferentes condições também é uma habilidade necessária aos líderes, ressalta a professora do Insper.
"Por muito tempo as competências gerenciais foram muito enfatizadas: as de buscar um resultado pré-definido, com processos e indicadores. Hoje, o que distingue um líder de um gestor é a capacidade de lidar com o imprevisto", completa Sant'Anna.
4. Sempre desafiar-se a ser melhor
Atletas olímpicos estão sempre procurando melhorar suas próprias marcas, conquistar feitos inéditos e bater recordes.
Foi com ousadia que o brasileiro Tiago Braz levou o ouro no salto com vara, na noite de segunda-feira (15). Ele saltou a 6,03 metros, uma altura que nunca tinha tentado antes na carreira – e passou ileso pelo sarrafo.
"A liderança também tem esse papel de elevar o patamar, de acreditar que o grupo pode ir além se for desafiado, se estiver comprometido", destaca o professor da FDC.
5. Ter agilidade mental
Para conseguirem destaque, atletas precisam o tempo todo encontrar soluções não convencionais para os desafios de sempre. Isso é alcançado com agilidade mental. Alguma semelhança com o trabalho dos chefes nas empresas?
"Foi o que aconteceu com as meninas da vela [Martine Grael e Kahena Kunze, que levaram o ouro na classe 49er FX, na última quinta-feira (18)]. Todo mundo achava que o caminho era um, mas elas saíram por outro e conquistaram o primeiro lugar", pondera a professora do Insper.
6. Entender que sem sacrifício, não há conquista
"O atleta profissional atua no limite da dor. Ele tem que administrar a insegurança, a incerteza e a dor física e transformá-las em algo estimulante, prazeroso. Suportar algo que incomoda e converter isso em conquista também é papel do líder", afirma Sant'Anna, da FDC.
7. Ter autoconhecimento
Um atleta que não conhece seus pontos fortes, não pode explorá-los. Do outro lado, se ele não sabe quais são suas deficiências, não pode melhorá-las.
"O líder também tem que saber ler a si próprio, entender seus limites e suas fortalezas. Porque o concorrente ele pode (e vai) estudar, mas nunca saberá exatamente o que acontece com o outro", diz Sant'Anna.