5 insights do BConnected 2023, evento que aponta tendências para a gestão de franquias
O BConnected é realizado há 13 anos e tem como público alvo executivos de diversos segmentos do mercado de franquias
Repórter de Negócios
Publicado em 4 de outubro de 2023 às 14h34.
Última atualização em 4 de outubro de 2023 às 15h06.
Como tornar uma empresa mais inteligente? Essa foi uma das provocações feita no evento BConnected 2023 , realizado entre os dias 3 e 4 de outubro no teatro Santander, em São Paulo.
Organizado pelo Grupo Bittencourt, que atua há 38 anos como consultoria para franquias e negócios em rede, a programação reuniu painéis que apontam caminhos para a perpetuidade dos negócios, com o uso de novas tecnologias, desenvolvimento de novos canais e experiência do cliente mais imersiva.
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“O ponto mais desafiador para as empresas é a mudança cultural. Não basta identificar estratégias inovadoras e de expansão se elas não forem de fato incorporadas ao dia a dia dos negócios”, diz a CEO Lyana Bittencourt.
O BConnected é realizado há 13 anos e tem como público alvo executivos de diversos segmentos do mercado de franquias.Carlos Zilli, do Café Cultura, Sergio Bocayuva, da Usaflex e Renata Vichi, do Grupo CRM, foram alguns dos nomes presentes na plateia do evento.
A seguir, alguns pontos abordados durante os painéis do BConnected sobre estratégia de crescimento e inovação no mercado de franquias e negócios em rede.
1. "Mate" produtos se necessário
Como perpetuar uma empresa? Fabio Neto, sócio e CSO da StartSe, tratou em sua palestra sobre a adaptação necessária nos negócios para torná-los competitivos no longo prazo.
De acordo com o executivo, o apego a produtos e serviços já fez muitas empresas perderem sua relevância. Empresas focadas no aluguel de DVDs, por exemplo, viram seu mercado ser dominado por streamings.
A solução, de acordo com o executivo, é focar na dor do cliente e abandonar, sempre que necessário, serviços ou produtos que não fazem mais sentido.
"É importante entender quando um produto ou serviço deixa de resolver a dor do cliente. O importante é adaptar o negócio para que ele continue relevante no segmento no qual atua", diz.
2. IA na cultura das empresas
Como implementar o uso de inteligência artificial (IA) no dia a dia das empresas é um desafio para executivos de todos os setores. Marcela Vairo, diretora da IBM, destacou em sue painel a importância de adotar ferramentas específicas para o setor de atuação do negócio.
Outro ponto abordado pela executiva foi a ideia de que as dores de vários setores da empresa devem ser contemplados no uso de IA. "Criar um departamento de IA isolado está longe de ser a melhor solução", disse.
3. Indústria também se reinventa
Quem acha que a Nestlé está focada apenas na produção de chocolates está muito enganado. Rodrigo Maingué, diretor da Nestlé Professional, falou da importância de criar novas iniciativas para manter a marca próxima do cliente.
Maingué citou a Kitkat Chocolatory, rede de lojas físicas da marca KitKat que oferece sabores exclusivos. A proposta é oferecer ao público, em especial a geração Z, uma experiência mais imersiva no universo da marca.
4. Franchising em novos segmentos (e com investidores)
O mercado de franquias está longe de ser resumido ao setor de foodservice e tem chamado cada vez mais atenção de fundos de private equity.
O painel "Novos mercados descobrem o franchising", mediado pelo editor da EXAME Leo Branco, reuniu a franquia Agro Atlas, que usa drones para automatizar o campo, APTK Spirits, que tem a proposta de democratizar a coquetelaria no Brasil e o Grupo Nomura, responsável pela administração de 33 unidades de franquias de marcas comoArezzo, Schutz e Adidas.
Para os empreendedores, entrar no mercado de franquias é uma boa estratégia para expandir sem perder a qualidade da operação.
Entre os fundos de investimento, a percepção é de que existem negócios no franchising que podem escalar (ainda mais) com o private equity. É o caso da TreeCorp, que tem no seu portfólio a rede Cabana Burger, e que formatou o modelo de franquias junto com o Grupo Bittencourt recentemente.
5. Perpetuidade de uma empresa familiar
Em depoimento emocionante, Sandra Chayo, CEO da marca de lingeries Hope, contou a trajetória empreendedora de seu pai e fundador da marca, Nissim Hara. A executiva contou as transformações que o modelo de negócio sofreu ao longo das décadas para se manter competitiva.
De lojas de departamento para as lojas franqueadas, da lingerie bege básica para novas cores e modelos, até a criação de novas frentes de atuação, como moda praia e fitness, a Hope conseguiu alcançar novos públicos e se tornar a maior franquia de lingeries do Brasil.
"Para se perpetuar, uma empresa precisa respeitar seu legado e se reinventar", disse a executiva.