4 em 5 mulheres em empresas não atuam em conselhos
Os homens que dominam os conselhos de empresas nos EUA ainda tendem a escolher homens quando surgem vagas
Da Redação
Publicado em 5 de abril de 2016 às 22h22.
Os homens que dominam os conselhos de empresas nos EUA ainda tendem a escolher homens quando surgem vagas. Talvez porque sejam velhos – e não sabem onde procurar.
Segundo dois novos estudos, muitos dos sujeitos de meia idade que são maioria nas diretorias estão convencidos de que é difícil ou até impossível encontrar candidatas qualificadas – e milhares de mulheres que poderiam ser sondadas não são.
Isso porque a maior parte das conversas sobre preenchimento de vagas de alto escalão ainda acontece em “espaços masculinos”, como vestiários dos clubes de golfe, disse Barry Ostrowsky, CEO da Barnabas Health.
Mesmo aqueles dispostos a corrigir esse desequilíbrio circulam em comunidades profissionais tão estreitas que podem não saber como procurar candidatas do sexo feminino. Além disso, é mais fácil aceitar as recomendações de outros senhores em quem confiam, ele disse. “Há muita dependência da rede de contatos do velho clube do Bolinha.”
A ideia de que não existem mulheres capazes em número suficiente não faz sentido, disse Ric Marshall, diretor executivo de pesquisa da MSCI, que acompanha diversidade nos conselhos das organizações. Uma estatística apurada pela Equilar é reveladora: quatro em cada cinco altas executivas que trabalham em empresas de capital aberto não atuam em nenhum conselho.
No momento, 80 por cento dos integrantes de conselhos das componentes do índice Standard & Poor’s 500 são homens, de acordo com a empresa de recrutamento de executivos Spencer Stuart. A idade média do grupo é 63,1 anos – dois anos a mais do que na pesquisa feita uma década atrás. Esses homens de meia idade simplesmente não encontraram tantas executivas pela frente quanto os mais jovens, disse Bill Ide, advogado de governança corporativa e ex-diretor da Albemarle Corp. e da Popeye’s Louisiana Kitchen.
“Se usarmos nossa rede – e nossa rede, por causa da nossa geração, não inclui muitas mulheres – simplesmente não faremos progresso”, disse Ide.
Resultados de estudos feitos por grupos de defesa ressaltam o problema. O grupo WomanCorporateDirectors perguntou a mais de 4.000 membros de conselhos porque os painéis são dominados por homens e 30 por cento dos homens entrevistados citaram “falta de candidatas qualificadas”, enquanto apenas 7 por cento das mulheres entrevistadas afirmaram o mesmo. O grupo TheBoardList sondou fundadores e CEOs de empresas de tecnologia e 80 por cento deles disseram que era difícil encontrar mulheres com as qualificações necessárias (38 por cento disseram que diversidade de gêneros é ligeiramente importante ou não importante para suas companhias).
Só para atingir a igualdade entre novos diretores nos EUA, seria preciso que 345 assentos a mais fossem para executivas mulheres a cada ano, o dobro do número atual, segundo Marshall. Os EUA podem estar a 40 anos de distância da paridade nos conselhos das organizações, mesmo se o ritmo de substituição dobrar, de acordo com relatório do governo americano divulgado em janeiro.
“Há um fracasso abjeto em lidar com uma preocupação conhecida”, afirmou Marshall. “Existe uma classe que quer segurar o poder.”
Os homens que dominam os conselhos de empresas nos EUA ainda tendem a escolher homens quando surgem vagas. Talvez porque sejam velhos – e não sabem onde procurar.
Segundo dois novos estudos, muitos dos sujeitos de meia idade que são maioria nas diretorias estão convencidos de que é difícil ou até impossível encontrar candidatas qualificadas – e milhares de mulheres que poderiam ser sondadas não são.
Isso porque a maior parte das conversas sobre preenchimento de vagas de alto escalão ainda acontece em “espaços masculinos”, como vestiários dos clubes de golfe, disse Barry Ostrowsky, CEO da Barnabas Health.
Mesmo aqueles dispostos a corrigir esse desequilíbrio circulam em comunidades profissionais tão estreitas que podem não saber como procurar candidatas do sexo feminino. Além disso, é mais fácil aceitar as recomendações de outros senhores em quem confiam, ele disse. “Há muita dependência da rede de contatos do velho clube do Bolinha.”
A ideia de que não existem mulheres capazes em número suficiente não faz sentido, disse Ric Marshall, diretor executivo de pesquisa da MSCI, que acompanha diversidade nos conselhos das organizações. Uma estatística apurada pela Equilar é reveladora: quatro em cada cinco altas executivas que trabalham em empresas de capital aberto não atuam em nenhum conselho.
No momento, 80 por cento dos integrantes de conselhos das componentes do índice Standard & Poor’s 500 são homens, de acordo com a empresa de recrutamento de executivos Spencer Stuart. A idade média do grupo é 63,1 anos – dois anos a mais do que na pesquisa feita uma década atrás. Esses homens de meia idade simplesmente não encontraram tantas executivas pela frente quanto os mais jovens, disse Bill Ide, advogado de governança corporativa e ex-diretor da Albemarle Corp. e da Popeye’s Louisiana Kitchen.
“Se usarmos nossa rede – e nossa rede, por causa da nossa geração, não inclui muitas mulheres – simplesmente não faremos progresso”, disse Ide.
Resultados de estudos feitos por grupos de defesa ressaltam o problema. O grupo WomanCorporateDirectors perguntou a mais de 4.000 membros de conselhos porque os painéis são dominados por homens e 30 por cento dos homens entrevistados citaram “falta de candidatas qualificadas”, enquanto apenas 7 por cento das mulheres entrevistadas afirmaram o mesmo. O grupo TheBoardList sondou fundadores e CEOs de empresas de tecnologia e 80 por cento deles disseram que era difícil encontrar mulheres com as qualificações necessárias (38 por cento disseram que diversidade de gêneros é ligeiramente importante ou não importante para suas companhias).
Só para atingir a igualdade entre novos diretores nos EUA, seria preciso que 345 assentos a mais fossem para executivas mulheres a cada ano, o dobro do número atual, segundo Marshall. Os EUA podem estar a 40 anos de distância da paridade nos conselhos das organizações, mesmo se o ritmo de substituição dobrar, de acordo com relatório do governo americano divulgado em janeiro.
“Há um fracasso abjeto em lidar com uma preocupação conhecida”, afirmou Marshall. “Existe uma classe que quer segurar o poder.”