12 empresas que terão de enfrentar grandes desafios no ano
2013 nem começou, mas 12 empresas sabem que o tempo urge e é preciso acalmar rápido os ânimos de acionistas, clientes e até funcionários. Clique nas fotos para conferir
Tatiana Vaz
Publicado em 9 de janeiro de 2013 às 12h48.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h47.
Histórico: Com a crise no setor imobiliário no país, o governo espanhol obrigou os bancos a destinarem um total de 84 bilhões de euros para sanear créditos para promoção imobiliária – valor que foi 90% pago pelo Santander , o maior banco da Espanha. O fato atrapalhou ainda mais os resultados já enfraquecidos do banco em 2012 e a subsidiária brasileira, a que mais lucrou no mundo, chegou até ser alvo de uma especulação de venda, que não foi confirmada. Desafio: Com uma urgência grande em apertar os cintos para melhorar os números, o Santander começou 2013 com o anúncio da demissão de 3.000 funcionários depois da fusão com a subsidiária Banesto, banco espanhol comprado pelo Santander em 1994. Concentrar esforços nos mercados mais rentáveis, como o Brasil, com a criação de novos serviços e produtos.
O histórico: A companhia aérea da família Constantino acumulou prejuízo de 309,3 milhões de reais no terceiro trimestre de 2012, o pior resultado de toda sua história. Perdas com variações cambiais, aumento de custos com combustível e a maior competitividade do setor foram alguns dos motivos. Para piorar, a empresa terminou o ano com o anúncio do fim da Webjet e a demissão de 850 pessoas – que devem ser readmitidas por ordem da Justiça. O desafio: Depois de ver suas ações serem penalizadas pelos acionistas durante 2012, a GOL tem a missão de reaver a confiança dos investidores em um cenário ainda desfavorável, já que os fatores alta competição, custo e dólar instável devem continuar neste ano. Sem contar, claro, o desafio da empresa de gerir pessoas em meio a ares mais nublados.
O histórico: O empresário Eike Batista viu as ações de suas empresas abertas despencarem em 2012 – fato que fez com que até ele caísse do 1º para o 3º lugar entre os mais ricos do país, pela Bloomberg. A desconfiança dos investidores com Eike começou em junho, quando sua principal empresa, a OGX , reduziu a estimativa de capacidade de produção do Campo de Tubarão, na Bacia de Campos, de até 20.000 barris por dia para 5.000 barris de óleo. O desafio: 2013 é o ano em que Eike – e o mercado – espera que as demais companhias do grupo EBX descolem da OGX, que hoje representa cerca de 70% do grupo, para decolarem sozinhas. A empresa MPX, de energia, a IMX, de entretenimento, e a OSX, de construção naval, são as mais cotadas para entregar resultados no ano. E contribuir para que investidores se animem com as empresas X e a fortuna de Eike suba novamente, claro.
Histórico: Em agosto, a HP apresentou o pior prejuízo de todos os seus 70 anos de existência e justificou o resultado com a revelação de uma bomba: uma fraude contábil estimada em 8,8 bilhões de dólares, causada pela compra, em 2011, da empresa de software britânica Autonomy. Desafio: Além de ameaçar processar a empresa, o fundador da Autonomy, Mike Lynch, rebateu as acusações com mais acusações: “Parece muita coincidência tal fraude ter sido descoberta agora...isso teria que ser algo como um grande elefante para se deixar passar”, disse ele. Os investidores ainda estão com a mesma questão pairando em suas cabeças.
Histórico: A Gafisa começou 2012 com o registro do pior resultado de sua história, apresentado em abril: 1 bilhão de reais contabilizados até o quarto trimestre de 2011. O resultado só foi revertido no terceiro trimestre do ano, que começou com a negociação da venda da construtora, sem sucesso, para o investidor Sam Zell. Desafio: Desde o ano passado, a Gafisa tenta comprar os 20% que ainda não possui da Alphaville Urbanismo, processo levado para a Câmara de Comércio Brasil Canadá para solução de controvérsia por meio de arbitragem envolvendo a operação, e que deve sair este ano.
Histórico: No ano passado, pouco tempo depois de entrar para a história pela captação de 16 bilhões de dólares em seu IPO, o Facebook deu também um dos maiores tropeços empresariais já vistos. A empresa fundada por Mark Zuckerberg foi acusada, por acionistas liderados pelo Morgan Stanley, de esconder a previsão de uma severa queda das receitas antes da abertura de capital. Além disso, o valor da empresa desabou. Desafio: Reduzir os altos custos, revelados com a abertura dos números da companhia depois do IPO, e diminuir cada vez a dependência da parceria Zynga no negócio são algumas das missões no ano.
Histórico: Coroado com a conquista do Mundial Interclubes da Fifa pela segunda vez no final deste ano, o Corinthians galgou o primeiro lugar entre os times de maior faturamento do país, segundo estimativas de mercado. Desafio: Manter os bons resultados este ano em meio a uma multidão de torcedores eufóricos com vitórias sucessivas é o desafio. E o time paulista já entrou em jogo. Anunciou nesta semana a contratação do jogador Pato por 15 milhões de euros.
Histórico: Não é de hoje que os resultados da Best Buy diminuem. As vendas “mesmas lojas” já caíram nove vezes em dez trimestres consecutivos, motivo pelo qual a empresa amarga, até agora, um prejuízo de 13 milhões de dólares. Desafio: A varejista começou uma faxina na empresa em abril do ano passado que deve perdurar também por este ano. Desde então, lojas foram fechadas, 400 funcionários demitidos e 800 milhões de custos cortados.
Histórico: A emissora estatal de televisão britânica atravessa um escândalo depois da denúncia de que ela teria abafado casos de pedofilia cometidos por um de seus apresentadores ícones, Jimmy Savile, falecido em 2011. Em dezembro, o apresentador de programas de esportes Stuart Hall, de 82 anos, também foi indiciado por atentado ao pudor por abusos em crianças na década de 70. Desafio: Em novembro, depois da demissão do controle, a BBC foi assumida pelo diretor-geral George Entwistle. Depois de 54 dias no cargo, George pediu demissão e foi, então, substituído por Tony Hall, executivo da casa há 28 anos. Hall assume efetivamente em março.
Histórico: Desde seu IPO, em 1986, a Microsoft nunca tinha amealhado um prejuízo sequer até que, em julho deste ano, ela estreou no quesito. Os motivos foram a queda nas vendas de PCs, que influenciam negativamente no sistema Windows da companhia, e a atuação no mercado de publicidade online por meio da aQuantive. Desafio: A fabricante já anunciou que deverá deixar a unidade de negócios aQuantive de lado para concentrar atenção na divulgação do Windows por meio de parcerias e novidades e traçar estratégias para não ficar de fora do mercado de celulares e dispositivos móveis.
Histórico: A Nokia , que já reinou soberana como maior fabricante de celulares do mundo, não está mais no ranking das cinco maiores fabricantes de smartphones, segundo relatório da consultoria IDC divulgado em outubro. É a primeira vez que os finlandeses ficam fora do ranking desde o início da publicação da análise em 2004. Desafio: Deixar de segurar as pontas com um portfólio antigo e pouco competitivo com modelos inteligentes e design descolado, como os trazidos pela Samsung e Apple, e voltar a entregar novidades relevantes para o mercado.
Histórico: Depois que o Casino assumiu o controle do Grupo Pão de Açúcar e, tirou definitivamente Abílio Diniz do conselho, uma série de mudanças como cortes de custos com seguranças pessoais das famílias Klein e Diniz aconteceram – além da substituição de Raphael Klein por Antonio Ramatis Rodrigues na presidência da ViaVarejo. Desafio: Em 2013, o grupo tem a missão de continuar o trabalho de mudança de gestão iniciado pelo Casino, sem deixar que as disputas de poder, conflitos de interesses de sócios e especulação sobre a possível saída da ViaVarejo do grupo atrapalhem seus resultados.
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