10 empresas que estão no campo minado da crise na Crimeia
Algumas companhias com operações na Rússia e até Ucrânia têm revisto seus negócios nas duas regiões; outras, por sua vez, têm intensificado as operações por lá
Daniela Barbosa
Publicado em 20 de março de 2014 às 13h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h15.
São Paulo – A Rússia pretende concluir ainda nesta semana a incorporação da Crimeia, mas o mal-estar causado pela disputa da região com a Ucrânia está longe de terminar. No meio deste conflito, diversas companhias com operações nos dois países estão revendo seus negócios por lá. Outras têm intensificado as operações. Veja, a seguir, 10 empresas que estão no campo minado desta crise :
A Royal Dutch Shell anunciou, nesta semana, que se retirou do acordo para a exploração do campo Skifska, nas águas do mar do Norte, a Oeste da Crimeia, na Ucrânia. A companhia fazia parte de um consórcio para a exploração da área e pretendia investir mais de 300 milhões de dólares na região.
Parceira da Shell na exploração do campo Skifska, a Exxon afirmou, no início deste mês, que continua interessada na licença para exploração do campo, mas que a negociação estava "em suspenso devido às circunstâncias". O campo de Skifska pode atingir a produção de energia equivalente a 7 milhões de toneladas de petróleo anualmente, o que representa cerca de 20% das importações de gás natural da Ucrânia.
Embora não tenha falado sobre o assunto, a BP é outra petrolífera que depende significativamente da Rússia. A BP detém 20% da Rosneft e 30% da sua produção de petróleo e gás natural vêm do mercado russo.
A Ford Motor anunciou nesta semana que está reavaliando a joint venture que possui na Rússia, a Ford Sollers. Segundo a montadora, o enfraquecimento contínuo da região e as constantes mudanças estão colocando pressão em seus negócios por lá. “Estamos revendo nossas operações. Não temos o compromisso de nada”, Elizaveta Novikova, porta-voz da Ford, ao Wall Street Journal.
Em 2008, Renault investiu 1 bilhão de dólares para comprar 25% na AvtoVAZ OAO, fabricante de carros russa. Segundo a montadora, neste momento, ela está acompanhando os conflitos na região, mas está confiante no potencial do mercado automotivo na Rússia. A declaração foi dada ao jornal americano WSJ.
O banco francês Société Générale investiu mais de 5 bilhões de dólares para comprar o controle do Rosbank, um dos maiores bancos privados da Rússia. Somente com a operação na região, o Société Générale somou receita de quase 2 bilhões de dólares no ano passado.
Em 2013, mais de 10% das vendas globais da Danone vieram da Rússia. No país, o grupo de laticínios possui 20 fábricas em operação e figura como o maior produtor de leite do país. Até o momento, a companhia francesa não se manifestou sobre o assunto.
A Pirelli, por sua vez, parece dar de ombros para os conflitos entre os dois países. Nesta semana, a companhia anunciou a venda de 13% de suas operações para a Rosneft Oil, petrolífera estatal da Rússia. A operação foi fechada por 695 milhões de dólares.
Outra empresa que parece não se preocupar com os conflitos entre os dois países é a alemã RWE. Nesta semana, a companhia anunciou que está negociando a venda de sua subsidiária Oil Dea para o bilionário russo Mikhail Fridman. A operação, se concluída, será fechada por 7 bilhões de dólares.
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