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Zona do Euro estuda todas opções antes de cúpula

Soluções radicais, como intervenção forte do BCE ou emissão de eurobônus para auxílio, estão descartadas

Euro: possibilidade de calote da Grécia segue como principal tópico no bloco (Peter Muhly/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2011 às 14h02.

Bruxelas - Recompra da dívida grega, juros aos bancos, reescalonamento, todas as opções estão sobre a mesa para definir um novo plano de ajuda para a Grécia antes da cúpula de quinta-feira, na qual a zona do euro deve tomar uma decisão que evite o contágio da crise da dívida ( saiba a porcentagem de dívida em relação ao PIB de cada país na segunda página ).

As negociações prosseguiam nesta terça-feira: uma reunião de funcionários de alto nível da zona do euro ocorria em Bruxelas.

"As soluções radicais (intervenção massiva do BCE ou mutualização dos riscos com emissão de eurobônus) estão excluídas, a não ser que apareça uma grande surpresa", estima Bruno Cavalier, economista-chefe da Oddo Securities.

"As soluções parciais são possíveis, mas podem ser arriscadas porque implicariam em uma falta de pagamento" da Grécia, acrescenta.

A questão da falta de pagamento ou não da Grécia segue no centro do debate anterior à cúpula de líderes da União Monetária de quinta-feira, segundo fontes próximas às discussões.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, lembrou novamente nesta terça-feira em uma entrevista ao jornal eslovaco Hospodarske Noviny que "deve ser evitado um acontecimento de crédito, uma falta de pagamento da dívida, seletiva ou não".

"Quem pode considerar que a falta de pagamento por um país soberano, no contexto da crise europeia e global das finanças públicas, seja uma boa solução?", perguntou-se Trichet, antes de instar os governos da eurozona a "encontrar soluções apropriadas o quanto antes".


Da mesma opinião é o ministro francês das Finanças, François Baroin, que deixou claro na segunda-feira em Washington que seu país não apoiará uma solução que passe por um "acontecimento de crédito" de Atenas.

A maioria das opções contempladas que envolvem a participação de credores privados da Grécia, como a Alemanha exige desde o início por razões políticas, suporiam de fato um "acontecimento de crédito", um "default" ou a falta de pagamento parcial de sua dívida pela Grécia.

O reescalonamento da dívida grega iria impor aos credores uma mudança nos vencimentos dos reembolsos, o que seria castigado pelas agências de classificação.

Já a recompra da dívida grega, também em discussão, poderia não supor um "default" se a Grécia realizar ela mesma a operação com a ajuda de empréstimos europeus.

A vantagem é que o custo da dívida grega nos mercados é muito baixo atualmente e poderia permitir reduzir o volume global de endividamento do país.

Mas se o Fundo Europeu de Ajuda (FESF) comprasse os títulos gregos, haveria um risco de "default" parcial.

A terceira opção contemplada é a criação de uma taxa bancária especial na zona do euro.

Esta solução "teria a vantagem de não intervir diretamente nos bancos e, portanto, de potencialmente não criar um 'default'" da Grécia, que apresentaria riscos de contágio, explicou na segunda-feira o ministro francês das Relações Exteriores, Jean Leonetti.

Saiba a porcentagem de dívida pública em relação ao PIB de cada país:

AFP

Porcentagem da dívida pública em relação ao PIB

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As negociações prosseguiam nesta terça-feira: uma reunião de funcionários de alto nível da zona do euro ocorria em Bruxelas.

"As soluções radicais (intervenção massiva do BCE ou mutualização dos riscos com emissão de eurobônus) estão excluídas, a não ser que apareça uma grande surpresa", estima Bruno Cavalier, economista-chefe da Oddo Securities.

"As soluções parciais são possíveis, mas podem ser arriscadas porque implicariam em uma falta de pagamento" da Grécia, acrescenta.

A questão da falta de pagamento ou não da Grécia segue no centro do debate anterior à cúpula de líderes da União Monetária de quinta-feira, segundo fontes próximas às discussões.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, lembrou novamente nesta terça-feira em uma entrevista ao jornal eslovaco Hospodarske Noviny que "deve ser evitado um acontecimento de crédito, uma falta de pagamento da dívida, seletiva ou não".

"Quem pode considerar que a falta de pagamento por um país soberano, no contexto da crise europeia e global das finanças públicas, seja uma boa solução?", perguntou-se Trichet, antes de instar os governos da eurozona a "encontrar soluções apropriadas o quanto antes".


Da mesma opinião é o ministro francês das Finanças, François Baroin, que deixou claro na segunda-feira em Washington que seu país não apoiará uma solução que passe por um "acontecimento de crédito" de Atenas.

A maioria das opções contempladas que envolvem a participação de credores privados da Grécia, como a Alemanha exige desde o início por razões políticas, suporiam de fato um "acontecimento de crédito", um "default" ou a falta de pagamento parcial de sua dívida pela Grécia.

O reescalonamento da dívida grega iria impor aos credores uma mudança nos vencimentos dos reembolsos, o que seria castigado pelas agências de classificação.

Já a recompra da dívida grega, também em discussão, poderia não supor um "default" se a Grécia realizar ela mesma a operação com a ajuda de empréstimos europeus.

A vantagem é que o custo da dívida grega nos mercados é muito baixo atualmente e poderia permitir reduzir o volume global de endividamento do país.

Mas se o Fundo Europeu de Ajuda (FESF) comprasse os títulos gregos, haveria um risco de "default" parcial.

A terceira opção contemplada é a criação de uma taxa bancária especial na zona do euro.

Esta solução "teria a vantagem de não intervir diretamente nos bancos e, portanto, de potencialmente não criar um 'default'" da Grécia, que apresentaria riscos de contágio, explicou na segunda-feira o ministro francês das Relações Exteriores, Jean Leonetti.

Saiba a porcentagem de dívida pública em relação ao PIB de cada país:

AFP

Porcentagem da dívida pública em relação ao PIB

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