Chefe do grupo mercenário russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, em Bakhmut, na Ucrânia, em captura de vídeo retirada de material postado em 25 de maio de 2023. (AFP/AFP)
Redação Exame
Publicado em 24 de agosto de 2023 às 14h25.
Uma explosão a bordo é a causa mais provável para a queda do avião que teria matado Yevgeny Prigozhin, líder do grupo Wagner, na quarta, 23, avaliam integrantes do governo dos EUA, ouvidos sob anonimato pelo jornal The New York Times.
A explosão, segundo estes funcionários, pode ter sido causada por uma bomba ou outro artefato colocado dentro da aeronave antes da decolagem. Há também a possibilidade de que o avião poderia estar com combustível adulterado.
Os funcionários ouvidos pelo New York Times também consideram bastante provável que o presidente russo Vladimir Putin tenha ordenado o assassinato de Prigozhin, como represália por sua rebelião contra o governo em junho, que durou pouco mais de um dia e foi encerrada após um acordo.
O governo russo diz que Prigozhin estava entre os passageiros da aeronave, um jato Embraer Legacy 600 que caiu nos arredores de Moscou na tarde de quarta, 23. No entanto, o grupo Wagner não confirmou oficialmente a morte.
Nesta quinta, Putin comentou o caso. "Foi uma pessoa com um destino complicado. Ele cometeu alguns erros sérios na vida, mas também atingiu resultados necessários", disse, em uma reunião transmitida pela TV.
O jato usado no voo era um Embraer Legacy 600, que decolou às 17h59 na hora local, segundo o site de rastreamento FlightRadar24. Ele estava a 8,5 mil metros de altitude quando parou de enviar os dados. O sinal foi perdido em uma área rural onde não há pistas onde o jato pudesse pousar.
Ainda não foi explicado o que aconteceu com o avião que levava Prigozhin e outras nove pessoas. Em um vídeo que supostamente seria da queda, postado no Telegram e divulgado por um canal estatal russo, um avião aparece em chamas. A pessoa que filmou a cena diz ter ouvido duas explosões, o que poderia sugerir que o avião foi derrubado por um míssil ou bomba a bordo.
Prigozhin nasceu em São Petersburgo em 1961. Foi preso por cometer pequenos delitos na adolescência e condenado a quase 10 anos. Quando saiu da prisão, ele e sua mãe começaram a vender cachorro quente e depois abriram um restaurante. Foi quando ele conheceu Vladimir Putin. Ele se tornou um oligarca rico após conseguir contratos lucrativos de refeições com o Kremlin, e ficou conhecido como o “chef de Putin”.
Ele fundou o Wagner, em 2014, para ser um grupo paramilitar que lutaria em qualquer causa apoiada pela Rússia, em qualquer lugar do mundo, mesmo que de forma não-identificada. Com a guerra na Ucrânia, Putin utilizou os mercenários no conflito. Segundo estimativas, os paramilitares chegaram a ter mais de 20 mil soldados na guerra da Ucrânia.