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Vulcão Agung ameaça turismo da ilha indonésia de Bali

Agência Nacional de Gestão de Desastres elevou na sexta-feira passada ao máximo o nível de alerta de erupção de Agung

Agung: atividade sísmica e outros parâmetros analisados indicam que o vulcão entrou em uma fase crítica de erupção (Darren Whiteside/Reuters)

Agung: atividade sísmica e outros parâmetros analisados indicam que o vulcão entrou em uma fase crítica de erupção (Darren Whiteside/Reuters)

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EFE

Publicado em 28 de setembro de 2017 às 10h15.

Karangasem, Indonésia - Alguns turistas observam de perto a evolução do vulcão Agung, que, além de provocar a evacuação de 75 mil pessoas em Bali, começa a afetar a maior indústria da ilha.

Em uma das casas de campo de Sideman, um povoado turístico no distrito de Karangasem, a cerca de 15 quilômetros da cratera, um grupo de viajantes espanhóis tem opiniões divididas que vão da calma ao medo, passando pela incerteza diante da ameaça que representa o imponente Agung no alto dos seus 3.031 metros de altitude.

"Não estou muito nervoso, a palavra é incerteza", disse à Agência Efe o madrilenho Rafael Rueda. "Suponho que a primeira coisa que fariam em uma zona turística, se houvesse perigo, seria fechar tudo", acrescentou o turista na piscina do hotel em que está hospedado.

Já sua namorada, Isabel Solís, se mostra mais preocupada e diz que, após sentir um tremor na segunda-feira, "pensa em muitas coisas".

"Você sente um pouco de pânico", que aumenta ao ver as mensagens de familiares e amigos: "Saiam dessa área! Mas o que fazem aí? Estão loucos?", completou a turista.

O casal, que viaja acompanhado da mãe e da irmã de Isabel, afirmou que nenhum deles tem informação sobre uma possível evacuação, embora saibam que não há segurança em uma área dentro de um raio de 12 quilômetros ao redor do vulcão, que não inclui seu hotel.

"Entramos em contato com o hotel, e nos disseram que estava em uma zona a salvo. O triste é que já não podemos visitar nada porque os templos mais próximos ao vulcão estão todos fechados", contou Rueda.

Isabel disse com surpresa que os funcionários do hotel, que está praticamente vazio, assim como os dos demais alojamentos em Sideman, "estão muito tranquilos".

A Agência Nacional de Gestão de Desastres elevou na sexta-feira passada ao máximo o nível de alerta de erupção de Agung e começou a "interminável" evacuação das mais de 75 mil pessoas que vivem na encosta da montanha.

Nos últimos dias, a atividade sísmica e outros parâmetros analisados pelo Centro de Vulcanologia e Mitigação de Perigos Geológicos indicam que o vulcão entrou em uma fase crítica de erupção, embora seja imprevisível apontar o momento em que poderia começar.

Há mais de meio século, entre 1963 e 1964, o vulcão Agung expeliu rios de magma durante quase um ano e causou a morte de mais de 1.100 pessoas, ainda que os especialistas não considerem provável uma explosão tão forte no presente.

"Dentro de alguns dias já não vamos estar aqui, mas eles (os locais) têm que viver com a erupção e com que acontecer depois", considerou Rueda.

A arrecadação de fundos e outras provisões para os afetados pelo vulcão já começou, com dezenas de voluntários montando postos na beira das estradas para coletar ajuda.

"Apesar do dinheiro que Bali movimenta, as pessoas que vivem nos arrozais não têm nada", comentou o espanhol.

Segundo dados da Agência Central de Estatísticas de Bali (BPS), quase quatro milhões de pessoas visitaram a ilha entre janeiro e agosto de 2017, um aumento de 25% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Embora ainda não existam números oficiais, os negócios de hotelaria, comércios e motoristas de táxi afirmam que a presença de turistas caiu drasticamente desde o alerta.

Muitos visitantes abandonaram o leste de Bali, onde fica o vulcão, para se dirigir a áreas mais afastadas da ilha.

"Mais da metade dos turistas foi embora. Rezo para que durma (o vulcão), porque senão não terei trabalho", declarou o motorista Areli Naaman Lopo, da província de Nusa Tenggara Oriental, que trabalha no destino turístico.

Já o alemão Felix Schroers, que visita Bali com vários amigos e amigas, se mostra menos preocupado com uma possível erupção enquanto janta em um restaurante em Semarapura, a 23 quilômetros da cratera.

"Escutamos que é um dos vulcões mais ativos da Indonésia. Está bastante próximo e a área evacuada foi aumentada e não está muito longe daqui", disse com ar tranquilo Schroers.

Tobias Meyer, outro dos turistas alemães hospedados no povoado litorâneo de Padangbai, no leste da ilha, considera que "é muito pouco provável que algo de ruim aconteça na zona da costa, mas nunca se sabe".

As autoridades locais afirmam que não há perigo para os turistas e o aeroporto internacional de Bali Ngurah Rai continua funcionando normalmente. No entanto, especialistas e embaixadas, como as de Austrália, Cingapura, Estados Unidos e Espanha, advertem sobre possíveis cancelamentos de voos caso o vulcão entre em erupção.

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