Mundo

Vice-presidente chinês aparece com secretário dos EUA

Líderes abordaram assuntos como Coreia do Norte, relações militares bilaterais e a disputa entre China e Japão pelas ilhas Diaoyu/Senkako


	Trata-se do primeiro encontro do vice-presidente, considerado o próximo chefe de Estado do país, com um dirigente estrangeiro desde sua reaparição em público no último sábado
 (Larry Downing/AFP)

Trata-se do primeiro encontro do vice-presidente, considerado o próximo chefe de Estado do país, com um dirigente estrangeiro desde sua reaparição em público no último sábado (Larry Downing/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2012 às 21h03.

Pequim - Depois de se ausentar de sua vida pública por duas semanas sem uma explicação oficial, o vice-presidente da China, Xi Jinping, se reuniu nesta quarta-feira com o secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, em seu primeiro encontro com um dirigente estrangeiro após seu ''desaparecimento''.

Acompanhado por vários altos comandantes militares chineses, Xi recebeu Panetta em uma cerimônia no Grande Salão do Povo em Pequim, na qual assegurou que a visita do secretário de Defesa contribuirá para ''avançar ainda mais nas relações bilaterais entre nossos Governos e nossas Forças Armadas''.

Na reunião, que durou mais de uma hora e foi além dos 45 minutos previstos inicialmente, os dois líderes abordaram assuntos como Coreia do Norte, relações militares bilaterais e a disputa entre China e Japão pelas ilhas Diaoyu/Senkako.

De acordo com declarações de Panetta à imprensa que acompanha sua viagem pela Ásia, Xi ''estava muito são e muito centrado'' na conversa.

Trata-se do primeiro encontro do vice-presidente, considerado o próximo chefe de Estado do país, com um dirigente estrangeiro desde sua reaparição em público no último sábado, quando participou de um ato na Universidade de Agricultura de Pequim para promover o interesse pelas ciências após 15 dias sem notícias sobre seu paradeiro.

Seu repentino desaparecimento do cenário público - período em que cancelou várias reuniões com líderes estrangeiros, incluindo a secretária de Estado americana Hillary Clinton -, gerou inúmeras especulações sobre seu estado de saúde.

A falta de notícias do vice-presidente causava ainda mais alvoroço devido ao momento da China, que se prepara para uma troca em comando no próximo mês, quando Xi deverá substituir Hu Jintao no cargo de secretário-geral do Partido Comunista da China.

Em uma iniciativa que os analistas interpretaram como uma tentativa de eliminar qualquer dúvida sobre o estado de saúde do vice-presidente, as autoridades chinesas anunciou que Xi viajará na próxima semana à cidade de Nanning para participar da Expo dos países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).


Na reunião de hoje, o secretário de Defesa americano expressou sua confiança em que os dois países poderão melhorar seu diálogo.

Embora tanto Pequim como Washington expressassem seu interesse por aumentar suas relações militares, ambos os governos mantêm suspeitas mútuas a respeito de suas intenções de Defesa.

Desta forma, os EUA criticam a falta de transparência da China na hora de modernizar a toda velocidade suas Forças Armadas, enquanto Pequim, por sua parte, suspeita da ampliação da presença militar americana na região da Ásia Pacífico, onde Washington anunciou que desdobrará 60% de sua força naval em 2020.

Os planos dos EUA de colaborar com o Japão para o estabelecimento de um escudo antimíssil, que Washington assegura que está dirigido contra possíveis ataques procedentes da Coreia do Norte e não contra a República Popular, também foram causaram certo mal-estar em Pequim.

A presença de Panetta em Pequim também ocorre em pleno recrudescimento da disputa entre China e Japão pela soberania das ilhas Diaoyu (Senkaku, em japonês) no mar da China Oriental.

Neste sentido, durante sua reunião com Panetta, Xi pediu para o Japão ''controlar seu comportamento e pôr fim a qualquer ato ou declaração que solape a soberania e a integridade territorial da China''.

O vice-presidente também considerou uma ''farsa'' a decisão japonesa de comprar as ilhas, um fato que, segundo Xi, só serviu para intensificar a disputa territorial entre os dois países.

Washington, por sua vez, assegura que não tomará partido nessa contenciosa disputa, embora o Japão tenha afirmado que os EUA estão de acordo que o tratado bilateral de defesa inclua o polêmico arquipélago. 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaEstados Unidos (EUA)Países ricosPolítica

Mais de Mundo

Claudia Sheinbaum é eleita 1ª presidente mulher do México, aponta projeção oficial

Terremoto de magnitude 5.9 atinge o centro do Japão

Trump adere ao TikTok, rede que queria banir quando estava no cargo

Integrantes do ex-grupo pop ABBA se reúnem para receber um dos maiores prêmio da Suécia

Mais na Exame