Veterano da luta palestina, Mahmud Abbas tem encontro com a história
Dirigente de perfil discreto é o centro das atenções com o pedido de entrada da Palestina na ONU
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2011 às 15h18.
Ramala - O líder palestino Mahmud Abbas, de 76 anos, desempenhou esta sexta-feira, na ONU, o papel mais importante de sua carreira como defensor inquebrantável do direito a um Estado palestino, após ter sido considerado por muito tempo como uma peça de tabuleiro manipulada por Estados Unidos e Israel.
'Abu Mazen' (seu nome de guerra) é a antítese de seu carismático antecessor, Yasser Arafat. É tão discreto e pragmático quanto Arafat - ovacionado nas Nações Unidas, em novembro de 1974 - foi brilhante e adulado.
No entanto, este dirigente moderado é quem tem a responsabilidade de vencer uma das batalhas diplomáticas mais delicadas do interminável conflito entre israelenses e palestinos, embora provavelmente não vá modificar seu curso.
Apesar disso, seu poder diminuiu. Depois de ter sido eleito triunfalmente presidente da Autoridade Palestina, em 2005, após a morte de Arafat, não tem mandato desde janeiro de 2009.
Em janeiro de 2006, seu partido, o Fatah, perdeu as eleições legislativas para o Hamas, que expulsou seus partidários de Gaza em julho de 2007, reduzindo sua autoridade às zonas autônomas da Cisjordânia, onde Israel controla aproximadamente 60% do território.
No entanto, conseguiu restabelecer a ordem e a segurança e, com a ajuda de seu premier, Salam Fayad, criou as bases de um Estado viável, segundo os provedores de recursos internacionais.
Mahmud Abbas, que ao lado de Yasser Arafat fundou o Fatah em 1959, foi um dos primeiros dirigentes da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) que recomendaram uma solução negociada, fazendo contatos desde 1974 com personalidades da esquerda israelense.
Nos anos 1980, defendeu uma "paz dos bravos" com os israelenses.
Foi o principal artífice, do lado palestino, dos acordos de Oslo para a autonomia palestina de 1993.
Isto lhe valeu a reputação de "homem dos americanos" e de interlocutor preferido dos israelenses. Um parceiro que não deixou de defender a não violência e repudiar a opção de uma terceira Intifada.
Mahmud Abbas sempre condenou a "militarização" da Segunda Intifada nos anos 2000, afirmando que se tratava de um erro tático. Em dezembro de 2002, pediu aos palestinos que voltassem aos meios utilizados na Primeira Intifada (1978-1993): "lançar pedras, manifestações e outras formas de protesto pacíficas".
O pedido de adesão plena e total de um Estado da Palestina às Nações Unidas "não foi concebido para isolar o Estado de Israel, mas para isolar sua política de ocupação", afirmou recentemente à direção da OLP em Ramallah.
Abbas foi expulso aos 13 anos de Safed, cidade da Alta Galileia que atualmente fica no norte de Israel. Ele pertence à geração da "Nakba" (Catástrofe), que representa no mundo árabe a criação do Estado de Israel em 1948 e o posterior êxodo dos palestinos.
Mahmud Abbas, que quer entrar para a História da causa palestina, conhece pessoalmente a tragédia dos refugiados, um dos contenciosos mais difíceis com Israel, juntamente com o problema das fronteiras e de Jerusalém, que os palestinos querem transformar em sua capital.
Ramala - O líder palestino Mahmud Abbas, de 76 anos, desempenhou esta sexta-feira, na ONU, o papel mais importante de sua carreira como defensor inquebrantável do direito a um Estado palestino, após ter sido considerado por muito tempo como uma peça de tabuleiro manipulada por Estados Unidos e Israel.
'Abu Mazen' (seu nome de guerra) é a antítese de seu carismático antecessor, Yasser Arafat. É tão discreto e pragmático quanto Arafat - ovacionado nas Nações Unidas, em novembro de 1974 - foi brilhante e adulado.
No entanto, este dirigente moderado é quem tem a responsabilidade de vencer uma das batalhas diplomáticas mais delicadas do interminável conflito entre israelenses e palestinos, embora provavelmente não vá modificar seu curso.
Apesar disso, seu poder diminuiu. Depois de ter sido eleito triunfalmente presidente da Autoridade Palestina, em 2005, após a morte de Arafat, não tem mandato desde janeiro de 2009.
Em janeiro de 2006, seu partido, o Fatah, perdeu as eleições legislativas para o Hamas, que expulsou seus partidários de Gaza em julho de 2007, reduzindo sua autoridade às zonas autônomas da Cisjordânia, onde Israel controla aproximadamente 60% do território.
No entanto, conseguiu restabelecer a ordem e a segurança e, com a ajuda de seu premier, Salam Fayad, criou as bases de um Estado viável, segundo os provedores de recursos internacionais.
Mahmud Abbas, que ao lado de Yasser Arafat fundou o Fatah em 1959, foi um dos primeiros dirigentes da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) que recomendaram uma solução negociada, fazendo contatos desde 1974 com personalidades da esquerda israelense.
Nos anos 1980, defendeu uma "paz dos bravos" com os israelenses.
Foi o principal artífice, do lado palestino, dos acordos de Oslo para a autonomia palestina de 1993.
Isto lhe valeu a reputação de "homem dos americanos" e de interlocutor preferido dos israelenses. Um parceiro que não deixou de defender a não violência e repudiar a opção de uma terceira Intifada.
Mahmud Abbas sempre condenou a "militarização" da Segunda Intifada nos anos 2000, afirmando que se tratava de um erro tático. Em dezembro de 2002, pediu aos palestinos que voltassem aos meios utilizados na Primeira Intifada (1978-1993): "lançar pedras, manifestações e outras formas de protesto pacíficas".
O pedido de adesão plena e total de um Estado da Palestina às Nações Unidas "não foi concebido para isolar o Estado de Israel, mas para isolar sua política de ocupação", afirmou recentemente à direção da OLP em Ramallah.
Abbas foi expulso aos 13 anos de Safed, cidade da Alta Galileia que atualmente fica no norte de Israel. Ele pertence à geração da "Nakba" (Catástrofe), que representa no mundo árabe a criação do Estado de Israel em 1948 e o posterior êxodo dos palestinos.
Mahmud Abbas, que quer entrar para a História da causa palestina, conhece pessoalmente a tragédia dos refugiados, um dos contenciosos mais difíceis com Israel, juntamente com o problema das fronteiras e de Jerusalém, que os palestinos querem transformar em sua capital.