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Veja o que mudou em um mês de bombardeios russos na Síria

A Rússia realizou ataques em dez das quatorze províncias da Síria, entre elas os redutos do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), como Raqa e Deir Ezor

Moradores observam destruição causada por suposto ataque aéreo russo na província de Idlib: esta semana, pela primeira vez de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), aviões russos bombardearam o sul da província de Deraa (Khalil Ashawi/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2015 às 15h45.

A Rússia lançou em 30 de setembro uma campanha de bombardeios aéreos em apoio à ofensiva terrestre das tropas do regime do presidente sírio, Bashar al Assad . Veja o balanço de um mês de ataques:

Quais são os alvos da Rússia?

A Rússia realizou ataques em dez das quatorze províncias da Síria , entre elas os redutos do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), como Raqa e Deir Ezor.

Mas a maioria dos ataques foram realizados nas províncias de Hama (centro), Idleb (noroeste), Aleppo (norte), Homs (centro) e Latakia (oeste), onde as forças do governo estão combatendo rebeldes.

De acordo com uma contagem da AFP com base em declarações feitas pelo ministério da Defesa russo e pelo chefe da operação militar na Síria, o general Andrei Kartapolov, o exército russo bombardeou 969 alvos "terroristas" em 1.008 incursões aéreas.

E esta semana, pela primeira vez de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), aviões russos bombardearam o sul da província de Deraa.

As únicas províncias que não foram bombardeadas são Tartus (oeste) e Sueida (sul), sob o controle do regime, Hassake (nordeste), em parte controla pelas forças curdas e outra parte pelo regime, e Quneitra, nas Colinas de Golã (sul), na linha de cessar-fogo com Israel.

Qual o arsenal utilizado?

A Rússia possui, desde 1971, uma base naval logística em Tartus, mas atua principalmente a partir de um aeroporto militar disponibilizado pelo regime na província de Latakia.

Estas duas bases são protegidas por centenas de paraquedistas e comandos da Marinha, que não estão envolvidos nas operações.

Os comunicados do ministério da Defesa russo mencionam ataques com caças Su-24, Su-25, Su-30 e Su-34.

Também reconhece ter helicópteros no país, mas não os menciona nas operações.

Em 7 de outubro, o ministério disse que navios de guerra lançaram a partir do Mar Cáspio 26 mísseis de cruzeiro contra alvos na Síria.

Contra quais grupos?

A Rússia afirma que suas operações são contra o Estado Islâmico e outros grupos "terroristas", mas os países ocidentais acusam Moscou de concentrar seus ataques contra os insurgentes islâmicos moderados e islamitas.

O EI está pouco presente em várias das províncias atacadas, como Hama, Latakia e Idleb.

As organizações moderadas apoiadas pelos Estados Unidos acusam Moscou de fazê-las como alvo.

O grupo Suqur al-Jabal afirmou no início de outubro que os aviões russos bombardearam seu arsenal de armas na província de Aleppo.

O que mudou?

A intervenção russa levantou o moral das tropas do regime em retirada contra os rebeldes. O governo lançou sua primeira ofensiva terrestre em 7 de outubro no norte da província de Hama (centro).

Seu objetivo: recuperar o controle da estrada internacional que liga Homs a Aleppo, a capital econômica do país.

Mas os resultados são relativos: recuperaram o controle sobre várias cidades rebeldes, mas conservam atualmente apenas três delas.

Em Sahl al Ghab, um platô na confluência das províncias de Latakia, Hama e Idleb, o regime apreendeu algumas colinas, mas foi incapaz de conquistar posições que permitam um avanço decisivo.

No sul de Aleppo, as forças do governo conquistaram seis aldeias e colinas, de acordo com OSDH. O exército afirma ter se apoderado de mais de 50 aldeias, o que corresponde a 120 km2.

Em paralelo, o EI tomou trechos da única estrada controlada pelo governo entre Homs e Aleppo.

Hoje, os 500.000 habitantes dos distritos de Aleppo controlados pelo regime sírio estão completamente isolados.

Quantos mortos?

Os bombardeios russos causaram 595 mortos, dois terços dos quais eram membros de grupos armados e um terço de civis, de acordo com o OSDH.

Segundo uma contagem feita até quinta-feira, 279 rebeldes moderados e islamitas aliados da Frente al-Nusra, o ramo sírio da Al-Qaeda, morreram, bem como 131 do grupo Estado Islâmico (EI).

Além disso, morreram 185 civis, incluindo 46 mulheres e 48 crianças. Moscou nega ter matado civis.

Em comparação, os ataques da coalizão liderada pelos Estados Unidos há treze meses causou, segundo o OSDH, 3.649 óbitos, dos quais 3.276 combatentes do EI, 147 da Frente al-Nusra e outros grupos islâmicos, além de 226 civis, incluindo 65 crianças e 40 mulheres.

São Paulo – Em um abrangente estudo sobre o estado da globalização no planeta, o banco Credit Suisse dedicou parte da sua análise ao poder das forças armadas dos países que são considerados as maiores potências militares da atualidade e produziu um ranking para compará-las. Para tanto, o banco precisou descobrir primeiro quais seriam essas potências. E o fez com base em levantamentos de entidades como o Instituto de Pesquisas da Paz de Estocolmo e Global Firepower (GFP), que produz um ranking anual próprio sobre o tema. Uma vez determinados os países que fariam parte da análise do banco, foram então avaliadas as capacidades de suas forças armadas a partir de seis elementos principais: pessoal na ativa, tanques, aeronaves, helicópteros de ataque, porta-aviões e submarinos. Esses elementos receberam pesos diferentes e, a partir daí, foram atribuídas pontuações para cada um deles. Tais resultaram no poderio militar total, sendo possível classificar as potências entre si. Veja abaixo:
IndicadorPontuação
Pessoal na ativaPeso 5%
TanquesPeso 10%
AeronavesPeso 20%
Helicópteros de ataquePeso 15%
Porta-aviõesPeso 25%
SubmarinosPeso 25%
Poderio militar totalMédia entre os indicadores
Vale lembrar que o fato de o Credit Suisse ter concedido pesos diferentes para os indicadores que avaliou resulta em grandes discrepâncias entre o seu ranking e aquele da GFP. E um dos países mais afetados por isso é a Alemanha , que está em 8º na lista da GFP e sequer consta entre as dez maiores potências segundo o banco. “O país está abaixo do que o senso comum esperaria, pois conta com uma frota relativamente menor de porta-aviões e submarinos, indicadores que carregam mais peso em nosso índice”, explicou o estudo. A entidade reconhece que não é fácil a tarefa de determinar a força das potências militares modernas e deixa ainda duas observações: a análise foi centrada apenas nestes vinte países e a dificuldade em se obter dados temporais não permite que a pesquisa consiga fazer comparações históricas entre eles. Nas imagens, veja como ficou o ranking do Credit Suisse e, em seguida, compare os resultados com aqueles obtidos pela GFP em sua edição 2015.
  • 2. 1º. Estados Unidos

    2 /22(Reuters)

  • Veja também

    IndicadorPontuação
    Pessoal na ativa0,90
    Tanques0,86
    Aeronaves0,95
    Helicópteros de ataque0,95
    Porta-aviões0,95
    Submarinos0,95
    Poderio militar total0,94
  • 3. 2º. Rússia

    3 /22(Baz Ratner/Reuters)

  • IndicadorPontuação
    Pessoal na ativa0,81
    Tanques0,95
    Aeronaves0,90
    Helicópteros de ataque0,90
    Porta-aviões0,52
    Submarinos0,86
    Poderio militar total0,80
  • 4. 3º. China

    4 /22(Andy Wong/AFP)

    IndicadorPontuação
    Pessoal na ativa0,95
    Tanques0,90
    Aeronaves0,86
    Helicópteros de ataque0,86
    Porta-aviões0,52
    Submarinos0,90
    Poderio militar total0,79
  • 5. 4º. Japão

    5 /22(Koichi Kamoshida/Getty Images)

    IndicadorPontuação
    Pessoal na ativa0,38
    Tanques0,38
    Aeronaves0,76
    Helicópteros de ataque0,81
    Porta-aviões0,76
    Submarinos0,81
    Poderio militar total0,72
  • 6. 5º. Índia

    6 /22(Bloomberg)

    IndicadorPontuação
    Pessoal na ativa0,86
    Tanques0,81
    Aeronaves0,81
    Helicópteros de ataque0,19
    Porta-aviões0,76
    Submarinos0,76
    Poderio militar total0,69
  • 7. 6º. França

    7 /22(Getty Images)

    IndicadorPontuação
    Pessoal na ativa0,33
    Tanques0,24
    Aeronaves0,67
    Helicópteros de ataque0,43
    Porta-aviões0,90
    Submarinos0,57
    Poderio militar total0,61
  • 8. 7º. Coreia do Sul

    8 /22(Chung Sung-Jun/Getty Images)

    IndicadorPontuação
    Pessoal na ativa0,76
    Tanques0,57
    Aeronaves0,71
    Helicópteros de ataque0,71
    Porta-aviões0,05
    Submarinos0,67
    Poderio militar total0,52
  • 9. 8º. Itália

    9 /22(Getty Images)

    IndicadorPontuação
    Pessoal na ativa0,52
    Tanques0,33
    Aeronaves0,38
    Helicópteros de ataque0,57
    Porta-aviões0,76
    Submarinos0,43
    Poderio militar total0,52
  • 10. 9º. Reino Unido

    10 /22(Scott Nelson/Getty Images)

    IndicadorPontuação
    Pessoal na ativa0,19
    Tanques0,14
    Aeronaves0,52
    Helicópteros de ataque0,67
    Porta-aviões0,52
    Submarinos0,57
    Poderio militar total0,50
  • 11. 10º. Turquia

    11 /22(Murad Sezer/Reuters)

    IndicadorPontuação
    Pessoal na ativa0,57
    Tanques0,67
    Aeronaves0,57
    Helicópteros de ataque0,57
    Porta-aviões0,05
    Submarinos0,67
    Poderio militar total0,47
  • 12. 11º. Paquistão

    12 /22(A Majeed/AFP)

    IndicadorPontuação
    Pessoal na ativa0,71
    Tanques0,62
    Aeronaves0,48
    Helicópteros de ataque0,48
    Porta-aviões0,05
    Submarinos0,52
    Poderio militar total0,41
  • 13. 12º. Egito

    13 /22(.)

    IndicadorPontuação
    Pessoal na ativa0,62
    Tanques0,76
    Aeronaves0,62
    Helicópteros de ataque0,38
    Porta-aviões0,05
    Submarinos0,14
    Poderio militar total0,34
  • 14. 13º. Taiwan

    14 /22(Ashley Pon/Getty Images)

    IndicadorPontuação
    Pessoal na ativa0,43
    Tanques0,52
    Aeronaves0,43
    Helicópteros de ataque0,76
    Porta-aviões0,05
    Submarinos0,14
    Poderio militar total0,32
  • 15. 14º. Israel

    15 /22(Reuters)

    IndicadorPontuação
    Pessoal na ativa0,24
    Tanques0,71
    Aeronaves0,33
    Helicópteros de ataque0,38
    Porta-aviões0,05
    Submarinos0,33
    Poderio militar total0,32
  • 16. 15º. Austrália

    16 /22(Exército da Austrália / Wikimedia Commons)

    IndicadorPontuação
    Pessoal na ativa0,05
    Tanques0,05
    Aeronaves0,10
    Helicópteros de ataque0,24
    Porta-aviões0,52
    Submarinos0,43
    Poderio militar total0,30
  • 17. 16º. Tailândia

    17 /22(Athit Perawongmetha/Reuters)

    IndicadorPontuação
    Pessoal na ativa0,48
    Tanques0,43
    Aeronaves0,24
    Helicópteros de ataque0,14
    Porta-aviões0,52
    Submarinos0,05
    Poderio militar total0,28
  • 18. 17º. Polônia

    18 /22(Ministerstwo Obrony Narodowej/Facebook)

    IndicadorPontuação
    Pessoal na ativa0,14
    Tanques0,48
    Aeronaves0,19
    Helicópteros de ataque0,29
    Porta-aviões0,05
    Submarinos0,33
    Poderio militar total0,23
  • 19. 18º. Alemanha

    19 /22(Tobias Schwarz/Reuters)

    IndicadorPontuação
    Pessoal na ativa0,29
    Tanques0,19
    Aeronaves0,29
    Helicópteros de ataque0,33
    Porta-aviões0,05
    Submarinos0,14
    Poderio militar total0,19
  • 20. 19º. Indonésia

    20 /22(Ulet Ifansasti/Getty Image)

    IndicadorPontuação
    Pessoal na ativa0,67
    Tanques0,29
    Aeronaves0,05
    Helicópteros de ataque0,10
    Porta-aviões0,05
    Submarinos0,10
    Poderio militar total0,12
  • 21. 20º. Canadá

    21 /22(Chris Hondros/Getty Images)

    IndicadorPontuação
    Pessoal na ativa0,10
    Tanques0,10
    Aeronaves0,14
    Helicópteros de ataque0,05
    Porta-aviões0,05
    Submarinos0,14
    Poderio militar total0,10
  • 22. Agora veja quais as maiores forças armadas, segundo a GFP

    22 /22(U.S. Army/Flickr/CreativeCommons)

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