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Vazamento provoca renúncia de 3 altos cargos de democratas

Três altos cargos do Partido Democrata renunciarão a seus postos nesta semana devido ao vazamento de 20 mil e-mails da formação


	Hillary Clinton: anúncio eleva para quatro as renúncias provocadas pela publicação dos e-mails pelo Wikileaks no final de julho
 (Mike Blake / Reuters)

Hillary Clinton: anúncio eleva para quatro as renúncias provocadas pela publicação dos e-mails pelo Wikileaks no final de julho (Mike Blake / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2016 às 20h44.

Washington - Três altos cargos do Partido Democrata renunciarão a seus postos nesta semana devido ao vazamento de 20 mil e-mails da formação, que evidenciaram a parcialidade interna do partido nas eleições primárias entre Hillary Clinton e Bernie Sanders.

O diretor de comunicações democrata, Luis Miranda; a diretora-executiva do secretariado do partido, Amy Dacey; e seu principal executivo financeiro, Brad Marshall, deixarão em breve os cargos que ocupam, segundo informou o partido em comunicado divulgado nesta terça-feira.

O anúncio eleva para quatro as renúncias provocadas pela publicação dos e-mails pelo Wikileaks no final de julho desde que a presidente do partido, Debbie Wasserman Schultz, abandonou o cargo ao término da Convenção Nacional Democrata na semana passada.

"Graças em parte ao trabalho duro de Amy, Luis e Brad, o Partido Democrata adotou o programa mais progressista da história, alcançou a posição financeira que o permite vencer (as eleições presidenciais) em novembro e começou a investir em alianças com os estados", disse no comunicado Donna Brazile, a presidente interina da formação.

Miranda, que foi diretor dos veículos de imprensa hispânicos da Casa Branca durante o primeiro mandato do presidente Barack Obama, é o membro do partido do qual vazaram mais e-mails no pacote publicado pelo Wikileaks, com 10.770 mensagens, embora suas comunicações não tenham sido as que mais repercutiram na imprensa.

Por outro lado, Marshall protagoniza um dos e-mails mais polêmicos, no qual sugere a religião judaica de Bernie Sanders poderia ser usada contra o senador em ato de campanha, em uma aparente tentativa de prejudicar sua campanha e beneficiar a de Hillary Clinton.

"Acredita em Deus? Patinou ao dizer que tem uma herança judia. Achoo que li que ele é ateu. Isto poderia representar vários pontos de divergência com meu pessoal. Minha gente batista sulina perceberia uma grande diferença entre um judeu e um ateu", diz Marshall em e-mail enviado em maio, ao qual Dacey responde com "AMÉM".

Essa e outras comunicações pareceram confirmar as denúncias da campanha de Bernie Sanders de que o partido tinha ficado a favor de Hillary em todo o processo de eleições primárias e que tinha feito estratégias para enfraquecê-lo.

A campanha de Hillary Clinton acusou a Rússia de estar por trás do vazamento das mensagens e sugeriu que o objetivo dos hackers russos era ajudar o candidato republicano, Donald Trump, devido a suas declarações favoráveis ao presidente russo, Vladimir Putin.

O Partido Democrata também anunciou nesta terça-feira a formação de uma equipe "de transição" para preparar a campanha para as eleições de novembro, que será dirigida por Tom McMahon, um ex-diretor executivo do partido que até então trabalhava como consultor político. 

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