Vai a 205 o número de mortos em Gaza por ataques de Israel
Entre as vítimas estão 40 crianças
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2014 às 06h32.
Gaza - Pelo menos 205 pessoas morreram - a maioria civis, entre eles cerca de 40 crianças - e mais de 1,5 mil ficaram feridas na operação israelense "Limite Protetor" na Faixa de Gaza, que entra em seu nono dia, informou nesta quarta-feira o Ministério da Saúde do território palestino.
Além disso, um civil israelense morreu perto da passagem fronteiriça de Erez, no norte da Faixa de Gaza, pelos estilhaços de um foguete lançado pelos milicianos palestinos.
Após a iniciativa de cessar-fogo apresentada ontem pelo Egito, Israel retomou a ofensiva depois que suspendeu os ataques por seis horas e as milícias palestinas dispararam mais de 100 foguetes contra seu território.
A aviação israelense bombardeou durante toda a noite desta terça-feira as casas de diversos líderes e responsáveis do movimento islamita Hamas e do grupo Jihad Islâmica em ataques que causaram pelo menos uma dezena de mortes e cerca de 80 feridos.
A imprensa local detalhou que o Exército israelense atacou 25 alvos na Faixa, entre eles oito plataformas ocultas para o lançamento de foguetes. Além disso, Israel confirmou que atingiu a casa de Mahmoud Zahar, um dos principais líderes do Hamas.
Fontes em Gaza garantiram que entre os alvos atacados esta noite estavam as casas de responsáveis como o líder da Jihad Islâmica, Abdullah al Harazin, o antigo ministro do Interior do Hamas, Fathi Hamad, e o deputado Ismail al Ashqar.
O Ministério da Saúde em Gaza detalhou que, dos 205 palestinos mortos, 39 são menores, 24 mulheres e mais de dez são homens de idade avançada.
Acrescentou que entre os 1,5 mil feridos, 422 são crianças e 271 mulheres, enquanto mais de 100 pessoas continuam em estado grave devido às lesões sofridas.
O Ministério do Trabalho palestino na Faixa de Gaza revelou que desde o início da ofensiva militar israelense há nove dias os aviões de combate do Estado judeu destruíram totalmente 612 casas e cerca de 13.550 edifícios foram parcialmente danificados, entre eles 565 imóveis que apresentam risco para seus moradores.
O Hamas afirmou em comunicado que os ataques contra as casas de dirigentes e deputados do grupo islamita, "refletem o estado de confusão no governo e no estamento militar israelense depois do grande fracasso em acabar com a resistência armada palestina".
Outros alvos atingidos nas últimas missões aéreas de Israel foram a sede de uma emissora de rádio local na Cidade de Gaza e um veículo em Rafah, nos sul da Faixa, além de dezenas de fazendas e terrenos que Israel garante que servem como paiol de armas e como base para o lançamento de foguetes.
O braço armado do Hamas, as "Brigadas de Ezedin al-Qassam", afirmaram em comunicado que seus milicianos dispararam ontem, e na madrugada desta quarta-feira, mais de 170 projéteis contra as regiões central, norte e sul de Israel. Além disso, também atacaram as tropas posicionadas nas fronteiras com a Faixa de Gaza.
No plano político, o porta-voz islamita Sami Abu Zuhri, condenou em comunicado o suposto apoio dos EUA a Israel: "O respaldo da Casa Branca à guerra em Gaza faz com que os EUA sejam cúmplices dos massacres cometidos contra o nosso povo".
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, pediu ontem que o Hamas e Israel se comprometessem com a iniciativa de cessar-fogo apresentada pelo Egito, para que as partes interrompam as hostilidades.
Abbas, que se reuniu em Ramala com o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, viajará hoje para o Cairo, a capital do Egito, para tratar com as autoridades do país a proposta de pacificação na região.
Por enquanto, a Jihad Islâmica rejeitou a proposta por considerar que a mesma "não satisfaz as reivindicações palestinas para que acabem com o bloqueio sobre a Faixa de Gaza".
No entanto, o destacado dirigente do Hamas, Moussa Abu Marzuq, disse através de uma rede social que, ao contrário do que foi divulgado na terça-feira, seu movimento ainda continua estudando a iniciativa egípcia, para a qual ainda não deu uma resposta definitiva. EFE