Uso da imagem do Papa incendeia campanha eleitoral argentina
Cartaz com a presidente Cristina Kirchner ao lado do papa Francisco despertou críticas da oposição e mal-estar da Igreja
Da Redação
Publicado em 1 de agosto de 2013 às 23h28.
Buenos Aires - Um cartaz que mostra a presidente argentina, Cristina Kirchner, ao lado do papa Francisco durante a visita do Pontífice ao Brasil, divulgado amplamente durante a campanha eleitoral da Argentina , despertou críticas da oposição e mal-estar da Igreja.
"Nunca desanimem, não deixem que a esperança se apague", diz a publicidade, citando uma frase do Papa, que na foto aparece cumprimentando Kirchner e Martín Insaurralde, principal candidato da situação para as primárias de 11 de agosto próximo, com vistas às legislativas de 27 de outubro.
O uso do cartaz "não caiu bem, inclusive estamos recebendo e-mails e ligações de gente que discorda totalmente da maneira como a foto foi usada", disse à AFP uma fonte eclesiástica que pediu para ter sua identidade preservada.
A fonte disse, no entanto, não estar a par de uma publicidade divulgada pela televisão, do candidato a deputado do PRO (direita), o rabino e opositor Sergio Bergman, no qual o Papa aparece em uma foto e o candidato afirma, "Sou um homem de fé", pedindo que votem nele.
Kirchner - ao lado de Insaurralde - saudou o Pontífice no encerramento, neste domingo, da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, enquanto o Santo Padre presenteou a presidente com sapatos e meias para seu primeiro neto, Ivan Néstor, nascido em 16 de julho.
José de la Sota, governador da província de Córdoba (centro) e crítico do governo federal, afirmou: "O Papa é um líder universal, todo mundo está feliz com ele. Tirar uma foto para fazer um cartaz de campanha é algo que nunca imaginei".
No entanto, Insaurralde, de 43 anos, prefeito da populosa Lomas de Zamora (periferia norte), destacou que o cartaz "não faz parte da campanha da Frente para a Vitória" (partido da presidente).
A candidata da opositora Frente Progressista, Margarita Stolbizer, criticou "a viagem de Insaurralde para conseguir uma foto com o Papa, colocando os recursos públicos à disposição da candidatura do partido do governo".
A figura do Papa e suas pregações despertaram a forte simpatia dos argentinos com seu compatriota, o primeiro pontífice latino-americano da história.
Sessenta e nove por cento dos 40,7 milhões de argentinos se dizem católicos, segundo dados da Conferência Episcopal da América Latina (CELAM).
A dez dias das primárias, o dissidente peronista Sergio Massa, prefeito da cidade de Tigre (periferia norte), lidera as preferências na província de Buenos Aires, o maior distrito eleitoral, com quase 40% das intenções de voto, embora Insaurralde tenha diminuído a distância nos últimos dias, segundo pesquisa divulgada esta semana.
Massa, ex-chefe de gabinete de Kirchner entre 2008 e 2009 que passou à oposição, soma 32,5%, e Insaurralde, 27,4%, enquanto na consulta anterior tinham, respectivamente, 33,7% e 22,8%, segundo a consultoria Poliarquía.
Kirchner assumiu a liderança da campanha da situação e Insaurralde a acompanha a quase todos os atos públicos, melhorando a popularidade do candidato, embora também tenha sido elogiado por sua gestão em Lomas de Zamora, um distrito comercial e industrial, de 600.000 habitantes.
Em 11 de agosto serão realizadas as eleições primárias e obrigatórias a todos os partidos para que sejam selecionados os candidatos para a renovação de metade da Câmara dos Deputados e de um terço do Senado em 27 de outubro, na metade do segundo mandato consecutivo de Kirchner, que termina em 2015.
Buenos Aires - Um cartaz que mostra a presidente argentina, Cristina Kirchner, ao lado do papa Francisco durante a visita do Pontífice ao Brasil, divulgado amplamente durante a campanha eleitoral da Argentina , despertou críticas da oposição e mal-estar da Igreja.
"Nunca desanimem, não deixem que a esperança se apague", diz a publicidade, citando uma frase do Papa, que na foto aparece cumprimentando Kirchner e Martín Insaurralde, principal candidato da situação para as primárias de 11 de agosto próximo, com vistas às legislativas de 27 de outubro.
O uso do cartaz "não caiu bem, inclusive estamos recebendo e-mails e ligações de gente que discorda totalmente da maneira como a foto foi usada", disse à AFP uma fonte eclesiástica que pediu para ter sua identidade preservada.
A fonte disse, no entanto, não estar a par de uma publicidade divulgada pela televisão, do candidato a deputado do PRO (direita), o rabino e opositor Sergio Bergman, no qual o Papa aparece em uma foto e o candidato afirma, "Sou um homem de fé", pedindo que votem nele.
Kirchner - ao lado de Insaurralde - saudou o Pontífice no encerramento, neste domingo, da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, enquanto o Santo Padre presenteou a presidente com sapatos e meias para seu primeiro neto, Ivan Néstor, nascido em 16 de julho.
José de la Sota, governador da província de Córdoba (centro) e crítico do governo federal, afirmou: "O Papa é um líder universal, todo mundo está feliz com ele. Tirar uma foto para fazer um cartaz de campanha é algo que nunca imaginei".
No entanto, Insaurralde, de 43 anos, prefeito da populosa Lomas de Zamora (periferia norte), destacou que o cartaz "não faz parte da campanha da Frente para a Vitória" (partido da presidente).
A candidata da opositora Frente Progressista, Margarita Stolbizer, criticou "a viagem de Insaurralde para conseguir uma foto com o Papa, colocando os recursos públicos à disposição da candidatura do partido do governo".
A figura do Papa e suas pregações despertaram a forte simpatia dos argentinos com seu compatriota, o primeiro pontífice latino-americano da história.
Sessenta e nove por cento dos 40,7 milhões de argentinos se dizem católicos, segundo dados da Conferência Episcopal da América Latina (CELAM).
A dez dias das primárias, o dissidente peronista Sergio Massa, prefeito da cidade de Tigre (periferia norte), lidera as preferências na província de Buenos Aires, o maior distrito eleitoral, com quase 40% das intenções de voto, embora Insaurralde tenha diminuído a distância nos últimos dias, segundo pesquisa divulgada esta semana.
Massa, ex-chefe de gabinete de Kirchner entre 2008 e 2009 que passou à oposição, soma 32,5%, e Insaurralde, 27,4%, enquanto na consulta anterior tinham, respectivamente, 33,7% e 22,8%, segundo a consultoria Poliarquía.
Kirchner assumiu a liderança da campanha da situação e Insaurralde a acompanha a quase todos os atos públicos, melhorando a popularidade do candidato, embora também tenha sido elogiado por sua gestão em Lomas de Zamora, um distrito comercial e industrial, de 600.000 habitantes.
Em 11 de agosto serão realizadas as eleições primárias e obrigatórias a todos os partidos para que sejam selecionados os candidatos para a renovação de metade da Câmara dos Deputados e de um terço do Senado em 27 de outubro, na metade do segundo mandato consecutivo de Kirchner, que termina em 2015.