Usina japonesa despeja toneladas de água radioativa no oceano
Operação para controle da usina provocou enormes inundações nas salas e nas galerias subterrâneas, que foram invadidas por milhares de toneladas de água radioativa
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2011 às 22h07.
Ofunato - A operadora da central nuclear de Fukushima começou nesta segunda-feira a jogar 11.500 toneladas de água levemente radioativa no oceano para permitir a reparação do sistema de resfriamento dos reatores e evitar uma catástrofe pior do que a de Chernobyl.
Enquanto isso, o Japão indicou que o desastre ocorrido no dia 11 de março no nordeste do país e o acidente nuclear posterior poderão ter um impacto em sua política ambiental.
Mais de três semanas depois da tragédia, o registro provisório da polícia é de 12.157 mortes confirmadas e 15.496 desaparecidos, que tiveram seus corpos levados provavelmente pelo mar.
A central Fukushima Daiichi (N°1), localizada próximo ao Oceano Pacífico, cerca de 250 km ao norte de Tóquio e de seus 35 milhões de habitantes, não resistiu a uma onda gigante de 14 metros.
O sistema de fornecimento de energia dos seis reatores ficou fora de funcionamento, causando a paralisação das bombas de resfriamento do combustível nuclear. Quatro reatores começaram a aquecer de forma perigosa, provocando explosões e o vazamento de fumaça radioativa.
Depois de ter jogado incessantemente milhares de toneladas de água nas instalações, trabalhadores, bombeiros e soldados conseguiram impedir que as barras de combustíveis ficasse superaquecidas, evitando assim uma catástrofe nuclear muito mais grave do que a de Chernobyl, em 1986.
Mas esta operação provocou enormes inundações nas salas e nas galerias subterrâneas, que foram invadidas por milhares de toneladas de água radioativa, dificultando o trabalho de reparação da rede elétrica e dos circuitos de resfriamento.
O porta-voz da proprietária da central, Tokyo Electric Power (TEPCO), lembrou que a água contaminada tinha se acumulado nas salas de máquinas, em particular na do reator 2, com um índice de radioatividade superior a 1.000 milisieverts por hora, o que impede qualquer atividade humana.
"É necessário esvaziar depósitos usados para o tratamento de dejetos. Mas esses depósitos estão atualmente cheio de 10.000 toneladas de água levemente radioativa. É preciso retirá-la", explicou.
O representante da TEPCO afirmou que essa operação, que vai durar cinco dias, não terá consequências para a saúde.
Parte da água contaminada procedente do reator 2 é jogada no oceano por uma brecha de 20 centímetros descoberta em uma fossa situada acima do nível do mar.
"Não houve mudanças significativas na quantidade de água que vaza. Não conseguimos o principal objetivo de conter o vazamento de água", disse o porta-voz da TEPCO.
Enquanto continuava a corrida contra o relógio para impedir uma catástrofe incontrolável na usina de Fukushima Daiichi, os funcionários japoneses que acompanham as negociações internacionais da ONU sobre o clima sugeriram que o Japão poderá revisar para baixo suas metas de redução das emissões de carbono.
O acidente nuclear obrigará o Japão a revisar a sua ambiciosa meta de reduzir em 25% as emissões de CO2 antes de 2020, em comparação com o nível de 1990, segundo informações da imprensa.
Essa meta pode ser revisada, declarou Hideki Minamikawa, vice-ministro japonês do Meio Ambiente, em Bangcoc.
No campo econômico, aumentam os temores de uma crise ainda maior do que se esperava. Uma pesquisa feita nesta segunda-feira sugere que o golpe pode ser massivo.
O Banco do Japão indicou que, segundo a pesquisa trimestral Tankan, a previsão da confiança das importantes empresas manufatureiras japonesas para o trimestre de abril a junho cairá a 2 pontos, levando-se em consideração os efeitos do terremoto e do tsunami, contra +3 para as empresas consultadas antes da tragédia.
Ofunato - A operadora da central nuclear de Fukushima começou nesta segunda-feira a jogar 11.500 toneladas de água levemente radioativa no oceano para permitir a reparação do sistema de resfriamento dos reatores e evitar uma catástrofe pior do que a de Chernobyl.
Enquanto isso, o Japão indicou que o desastre ocorrido no dia 11 de março no nordeste do país e o acidente nuclear posterior poderão ter um impacto em sua política ambiental.
Mais de três semanas depois da tragédia, o registro provisório da polícia é de 12.157 mortes confirmadas e 15.496 desaparecidos, que tiveram seus corpos levados provavelmente pelo mar.
A central Fukushima Daiichi (N°1), localizada próximo ao Oceano Pacífico, cerca de 250 km ao norte de Tóquio e de seus 35 milhões de habitantes, não resistiu a uma onda gigante de 14 metros.
O sistema de fornecimento de energia dos seis reatores ficou fora de funcionamento, causando a paralisação das bombas de resfriamento do combustível nuclear. Quatro reatores começaram a aquecer de forma perigosa, provocando explosões e o vazamento de fumaça radioativa.
Depois de ter jogado incessantemente milhares de toneladas de água nas instalações, trabalhadores, bombeiros e soldados conseguiram impedir que as barras de combustíveis ficasse superaquecidas, evitando assim uma catástrofe nuclear muito mais grave do que a de Chernobyl, em 1986.
Mas esta operação provocou enormes inundações nas salas e nas galerias subterrâneas, que foram invadidas por milhares de toneladas de água radioativa, dificultando o trabalho de reparação da rede elétrica e dos circuitos de resfriamento.
O porta-voz da proprietária da central, Tokyo Electric Power (TEPCO), lembrou que a água contaminada tinha se acumulado nas salas de máquinas, em particular na do reator 2, com um índice de radioatividade superior a 1.000 milisieverts por hora, o que impede qualquer atividade humana.
"É necessário esvaziar depósitos usados para o tratamento de dejetos. Mas esses depósitos estão atualmente cheio de 10.000 toneladas de água levemente radioativa. É preciso retirá-la", explicou.
O representante da TEPCO afirmou que essa operação, que vai durar cinco dias, não terá consequências para a saúde.
Parte da água contaminada procedente do reator 2 é jogada no oceano por uma brecha de 20 centímetros descoberta em uma fossa situada acima do nível do mar.
"Não houve mudanças significativas na quantidade de água que vaza. Não conseguimos o principal objetivo de conter o vazamento de água", disse o porta-voz da TEPCO.
Enquanto continuava a corrida contra o relógio para impedir uma catástrofe incontrolável na usina de Fukushima Daiichi, os funcionários japoneses que acompanham as negociações internacionais da ONU sobre o clima sugeriram que o Japão poderá revisar para baixo suas metas de redução das emissões de carbono.
O acidente nuclear obrigará o Japão a revisar a sua ambiciosa meta de reduzir em 25% as emissões de CO2 antes de 2020, em comparação com o nível de 1990, segundo informações da imprensa.
Essa meta pode ser revisada, declarou Hideki Minamikawa, vice-ministro japonês do Meio Ambiente, em Bangcoc.
No campo econômico, aumentam os temores de uma crise ainda maior do que se esperava. Uma pesquisa feita nesta segunda-feira sugere que o golpe pode ser massivo.
O Banco do Japão indicou que, segundo a pesquisa trimestral Tankan, a previsão da confiança das importantes empresas manufatureiras japonesas para o trimestre de abril a junho cairá a 2 pontos, levando-se em consideração os efeitos do terremoto e do tsunami, contra +3 para as empresas consultadas antes da tragédia.