Unicef denuncia morte de 190 crianças no Mediterrâneo em 3 meses
Pelo menos 1.354 imigrantes ilegais e refugiados morreram entre novembro do ano passado e janeiro deste ano
EFE
Publicado em 3 de fevereiro de 2017 às 12h28.
Genebra - O Fundo para a Infância das Nações Unidas (Unicef) denunciou nesta sexta-feira a morte de 190 crianças na rota migratória do Mediterrâneo central nos últimos três meses, enquanto houve um "número recorde" de mortes de refugiados e imigrantes ilegais entre novembro de 2016 e janeiro de 2017.
"O crescente número de crianças que perdem sua vida no mar ressalta o grave perigo que representa a viagem desde o norte da África à Itália e a urgente necessidade de que os governos de ambos os lados do Mediterrâneo façam mais para mantê-los a salvo", indicou o diretor-executivo adjunto do Unicef, Justin Forsyth.
Pelo menos 1.354 imigrantes ilegais e refugiados morreram entre novembro do ano passado e janeiro deste ano, sendo 1.191 na rota migratória do Mediterrâneo central, segundo dados da Agência da ONU para os Refugiados (Acnur) e a Organização Internacional de Migrações (OIM).
Este número é 13 vezes maior que o registrado no mesmo período um ano antes.
"Durante um rigoroso inverno na Europa, esta rota e outras, incluída a aberta desde Egito e outros locais, podem se tornar ainda mais traiçoeiras nas próximas semanas", ressaltou o Unicef.
Na última quarta-feira, o Unicef e a organização humanitária Intersos ajudaram no resgate de 754 pessoas nas águas da rota do Mediterrâneo central, das quais 148 eram menores não acompanhados.
Além disso, nos últimos dias, a guarda costeira da Itália salvou a vida de 285 crianças com a ajuda do Unicef e da Intersos.
O Fundo para a Infância das Nações Unidas pediu à UE que se comprometa com a prevenção da exploração e o tráfico de crianças e que adotem o princípio da não devolução a territórios onde suas vidas ou liberdade poderiam correr risco.
Além disso, sugeriu investimentos em programas de reassentamento e de reunificação familiar críveis, de modo que os refugiados e imigrantes ilegais não tenham que recorrer a traficantes e arriscar suas vidas.