Exército egípcio no Museu do Cairo: Unesco quer "tesouros" do Egito protegidos (Chris Hondros/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de fevereiro de 2011 às 09h36.
Paris - A Unesco fez nesta terça-feira um chamado a proteção do patrimônio cultural no Egito diante dos atos de vandalismo registrados nos últimos dias e pediu "aos envolvidos no conflito" que respeitem a liberdade de expressão no país.
"Os monumentos e as obras de arte do patrimônio cultural egípcio fazem parte do legado ancestral da humanidade deixado ao longo dos séculos", disse em comunicado a diretora geral da Unesco, Irina Bokova.
Bokova lembrou que "as 120 mil obras do Museu Egípcio do Cairo", até onde se estenderam as ações de vandalismo durante os protestos, "têm valor científico e econômico incalculável, mas sua valia é antes de tudo inestimável porque representam a identidade cultural da população egípcia".
"Peço solenemente a adoção de medidas necessárias para proteger os tesouros do Egito no Cairo, em Luxor e em todos os demais lugares culturais e históricos do país", assinalou a representante da Unesco.
Em sua mensagem solicitou respeito à liberdade de expressão, "pilar essencial da democracia", e destacou que "impedir aos meios de informação que realizem seu trabalho não restabelecerá a tranquilidade, nem criará as condições necessárias para um diálogo construtivo".
Bokova considerou "preocupante" a notícia recebida sobre a suspensão dos serviços de acesso à internet, o fechamento da rede de televisão catariana "Al Jazeera" no Egito, a revogação dos credenciais de seus jornalistas, e a suposta detenção de alguns repórteres.
Antes de tudo, no entanto, a diretora da Unesco expressou sua "compaixão em direção às vítimas do protesto cívico e de suas famílias", e deplorou a morte de 190 pessoas nas manifestações contra o regime egípcio.