Um novo veto a imigrantes
Após enfrentar uma dúzia de processos e ser suspenso pela Justiça, o veto do presidente americano Donald Trump à entrada de imigrantes islâmicos vai retornar em uma nova versão nos Estados Unidos. O presidente desistiu de levar o caso à Suprema Corte e preferiu começar a semana apresentando uma segunda versão do texto, invalidando o […]
Da Redação
Publicado em 6 de março de 2017 às 18h30.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h29.
Após enfrentar uma dúzia de processos e ser suspenso pela Justiça, o veto do presidente americano Donald Trump à entrada de imigrantes islâmicos vai retornar em uma nova versão nos Estados Unidos. O presidente desistiu de levar o caso à Suprema Corte e preferiu começar a semana apresentando uma segunda versão do texto, invalidando o anterior.
O texto é basicamente o mesmo daquele promulgado em janeiro, e assim, imigrantes ou refugiados de seis países (Irã, Líbia, Síria, Somália, Sudão e Iêmen) estão proibidos de entrar nos Estados Unidos a partir do dia 16 de março. A ordem vale por 90 dias — uma “pausa necessária”, nas palavras do procurador-geral da República, Jeff Sessions, para que as autoridades possam pensar novas políticas de segurança para cidadãos desses países.
A diferença é que, dessa vez, o Iraque está fora da lista. A exclusão foi resultado de uma pressão do Pentágono e do Departamento de Estado, que enxerga nos iraquianos um possível parceiro na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico no Oriente Médio. Um porta-voz do governo iraquiano classificou a revisão como uma “mensagem positiva” nas relações entre os dois países e para parcerias no combate ao terrorismo.
Na tentativa de evitar mais questionamentos na Justiça, o novo texto também exclui alguns pontos polêmicos: não barra a entrada de quem já tiver obtido um visto e não dá preferência a cidadãos fugindo de perseguição religiosa — pois argumentava-se que favorecia os cristãos. O veto a cidadãos sírios — incluindo refugiados —, que antes era por tempo indeterminado, foi reduzido para 120 dias. Sessions argumentou que cerca de 300 refugiados estavam sob suspeita e sendo investigados por serviços de inteligência americanos.
Apesar das alterações, a medida continua tão controversa quanto sempre foi, e opositores e grupos de direitos humanos já acenam novos processos na Justiça. O procurador-geral de Washington, Bob Ferguson, responsável por suspender o primeiro decreto, disse que vai “analisar cuidadosamente” essa segunda versão. Uma nova guerra na Justiça deve começar. Ao que parece, Trump não vai desistir.