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UE saúda "amigo" Biden e propõe novo pacto fundacional para relações bilaterais

Presidente do Conselho Europeu aproveitou a oportunidade para lançar um convite à construção de um novo "pacto fundacional" para a aliança transatlântica

Estados Unidos e União Europeia: norte-americanos devem impor tarifas sobre europeus (Francois Lenoir/Reuters)

Estados Unidos e União Europeia: norte-americanos devem impor tarifas sobre europeus (Francois Lenoir/Reuters)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 20 de janeiro de 2021 às 10h37.

Última atualização em 20 de janeiro de 2021 às 10h41.

Os principais dirigentes da União Europeia (UE) saudaram o "amigo" Joe Biden, nesta quarta-feira (20), dia de sua posse como presidente dos Estados Unidos, e lançaram a ideia de um novo "pacto fundacional" para as relações bilaterais. Após quatro anos de mandato de Donald Trump em Washington, a Europa tem "um amigo na Casa Branca", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em discurso perante o Parlamento Europeu.

"O dia traz boas notícias. Os Estados Unidos estão de volta, e a Europa está pronta para se reconectar com um associado antigo e confiável, para dar nova vida à nossa aliança", acrescentou.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, aproveitou a oportunidade para lançar um convite à construção de um novo "pacto fundacional" para a aliança transatlântica.

"Gostaria de abordar solenemente hoje, o dia em que Joe Biden assume o cargo, um chamado para construirmos juntos um novo pacto de fundacional para uma Europa mais forte, para uma América mais forte e para um mundo melhor", declarou Michel.

Esta nova agenda para a Europa e para os Estados Unidos "que queremos pôr sobre a mesa é uma agenda ambiciosa, e é por isso que, neste primeiro dia de seu mandato, quero convidar o presidente Biden a participar de uma reunião extraordinária do Conselho Europeu em Bruxelas", completou.

Na terça à noite, Michel discutiu com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, a possibilidade de organizar o encontro europeu em paralelo à cúpula da Aliança Atlântica, da qual Biden participará. As datas ainda não foram definidas e dependerão do êxito da luta contra a pandemia da covid-19.

"Esperamos trabalhar com o presidente eleito Joe Biden para fortalecer ainda mais os laços entre Estados Unidos e Europa, já que enfrentamos desafios globais que nenhum dos dois pode enfrentar sozinho", tuitou Stoltenberg, após a conversa com Michel.

Dos 27 países-membros da UE, 20 também são membros da aliança militar transatlântica.

Grande alívio alemão

O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, manifestou hoje seu "grande alívio" com a posse de Biden e garantiu que este sentimento é compartilhado por "muita gente" na Alemanha.

"Nos alegramos que os Estados Unidos, enquanto sócio indispensável, esteja, no futuro, de novo ao nosso lado em muitas questões: no combate comum e solidário contra a pandemia da covid-19, na proteção mundial do clima, nos temas de segurança", detalhou o chefe de Estado alemão em uma mensagem de vídeo.

Steinmeier afirmou ainda que, no futuro, "as divergências de ponto de vista não vão nos separar, e sim nos farão buscar soluções comuns de maneira ainda mais intensa".

Durante os quatro anos de Presidência de Donald Trump, as relações entre os dois países, tradicionalmente estreitas, esfriaram-se.

Trump atacou a Alemanha em diferentes momentos, em particular em questões econômicas e comerciais, mas também por sua pouca participação, segundo ele, no orçamento da Otan.

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