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UE pede medidas que promovam crescimento

Para o órgão, os países membros não devem apostar apenas na disciplina orçamentária para combater a crise da dívida

Pra o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, as medidas que promovam o crescimento 'são tão importantes como pôr nossas finanças em ordem'
 (Georges Gobet/AFP)

Pra o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, as medidas que promovam o crescimento 'são tão importantes como pôr nossas finanças em ordem' (Georges Gobet/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2012 às 12h48.

Copenhague - A Presidência da União Europeia e a Comissão Europeia pediram nesta quinta-feira que os países comunitários não apostem apenas na disciplina orçamentária para combater a crise da dívida, mas apostem também por medidas que promovam o crescimento econômico.

No meio das medidas de austeridade aprovadas por muitos países comunitários para lutar contra o déficit e recuperar a credibilidade dos mercados, a Presidência dinamarquesa e a Comissão Europeia insistiram que a austeridade por si só não tiraria a Europa do poço.

'Estamos de acordo de que a disciplina fiscal e as finanças públicas saneadas são indispensáveis para a Europa. Mas não é suficiente, o crescimento também é necessário', afirmou Barroso em entrevista coletiva junto com a primeira-ministra dinamarquesa, Helle Thorning-Schmidt, após reunião entre a Comissão e o Governo dinamarquês para analisar as ações do próximo semestre.

Barroso insistiu que as reformas estruturais para impulsionar a competitividade e as medidas que promovam o crescimento 'são tão importantes como pôr nossas finanças em ordem a fim de restaurar a confiança' de cidadãos e investidores.

A social-democrata Thorning-Schmidt disse que a combinação das medidas de disciplina com outras que promovam o crescimento, defendida pelo primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, 'deve inspirar' muitos países europeus e é algo que também tenta fazer o próprio Executivo dinamarquês de coalizão.

A Presidência rotativa da UE, que a Dinamarca assumiu durante este primeiro semestre do ano, estará marcada pelas tentativas de saída da crise, em uma União que já tinha 23,67 milhões de desempregados em novembro.

A Dinamarca, que tem como o Reino Unido uma isenção da obrigação de entrar no euro, terá também a complicada tarefa de tentar construir pontes com Londres na questão do 'Pacto Fiscal' que negociam desde dezembro os demais países comunitários.

Ao ser um país que rejeitou o euro, a Dinamarca 'pode ajudar à unidade dos 27', afirmou Barroso, que advertiu que uma divisão da UE neste momento 'seria muito prejudicial'.


O tratado intergovernamental que sele esse pacto de disciplina orçamentária deveria ser acordado em uma cúpula comunitária prevista para 30 de janeiro (embora é provável que a data se modifique), de modo que seu acordo oficial tenha lugar no Conselho Europeu de 1º de março.

Tanto Barroso como Thorning-Schmidt se mostraram a favor de reforçar as barreiras contra a crise da dívida como forma de recuperar a confiança no euro.

Instrumentos financeiros 'mais críveis são importantes para a confiança dos investidores no euro e na capacidade da eurozona', afirmou o presidente da Comissão Europeia.

A ideia de reforçar os instrumentos financeiros da UE contra a crise foi defendida repetidamente por Monti, que na quarta-feira voltou a colocar a questão em Berlim à chanceler alemã, Angela Merkel, que reconheceu que a União continua estudando como tornar 'mais forte e operacional' o provisório Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e o permanente Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE).

O Governo dinamarquês aposta nesta Presidência no impulso à economia verde como uma das chaves da recuperação econômica, apoiado em sua experiência própria, já que este pequeno país acolhe algumas das empresas mais destacadas em tecnologias ambientais de ponta.

No entanto, a Dinamarca acordou nesta quinta-feira com o anúncio de que sua empresa Vestas, um dos maiores fabricantes mundiais de geradores eólicos, vai demitir 2.335 trabalhadores, aproximadamente 10% de seu elenco.

A primeira-ministra considerou este anúncio foi 'um contratempo', mas insistiu que os demitidos - 1.300 deles na Dinamarca - não desmentem a validade desta aposta.

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