Separatistas pró-Rússia montam guarda no centro da cidade de Snizhnye, no leste da Ucrânia (Shamil Zhumatov/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de junho de 2014 às 11h44.
Bruxelas - Vários ministros de Relações Exteriores da União Europeia ameaçaram, nesta segunda-feira, impor novas sanções à Rússia se o país não cooperar com o plano de paz proposto pela Ucrânia e não parar de enviar armas e militantes para o território ucraniano.
A Rússia está "conduzindo uma guerra de propaganda a toda a velocidade e sem sinais de que irá fechar a fronteira", disse o ministro de Relações Exteriores sueco, Carl Bildt.
O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, disse que se necessário a UE poderá chegar a um acordo para a adoção de novas sanções contra a Rússia durante uma cúpula com líderes dos 28 países do bloco, que acontece na sexta-feira. "Estamos prontos para tomar essas medidas", afirmou ele.
"Esperamos que a Rússia tome ações verdadeiras para interromper o fluxo de armas na fronteira com o leste da Ucrânia e que encoraje os grupos armados ilegais a parar o que estão fazendo agora mesmo", declarou Hague.
O novo ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Pavlo Klimkin, também participou da reunião da UE nesta segunda-feira em Luxemburgo.
Ele vai explicar a seus colegas o plano de paz proposto pelo presidente Petro Poroshenko, que inclui pedidos para um diálogo político, sugere a descentralização do poder - o que significa mais autoridade política para as regiões -, e prevê medidas para proteger os direitos dos falantes de russo no leste ucraniano.
"Agora esperamos que a Rússia apoie o plano", disse Hague.
O ministro de Relações Exteriores da Lituânia, Linas Linkevicius, também pediu à Rússia que pare de enviar militantes e armas pesadas para evitar sanções mais duras.
A UE e os Estados Unidos até agora ordenaram a proibição da concessão de vistos e o congelamento de bens de uma série de autoridades russas, mas não chegaram a impor amplas sanções econômicas. Os líderes da UE farão uma análise da situação na sexta-feira.
No domingo, o presidente russo Vladimir Putin expressou seu apoio ao cessar-fogo e pediu aos dois lados que negociem.
O ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, declarou nesta segunda-feira durante visita a Armênia que Moscou apoia a iniciativa de lançar um diálogo político na Urânia como a única forma de "garantir a igualdade de direitos e de liberdade dos cidadãos em todas as regiões do país".