UE e Otan são cautelosas em relação à zona de restrição aérea
Organismos dizem que apoio árabe é apenas uma das três pré-condições para zona de exclusão aérea
Da Redação
Publicado em 13 de março de 2011 às 12h42.
Bruxelas - A União Européia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) disseram que as condições estabelecidas ainda não foram seguidas para impor uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, um dia depois de os países árabes apoiarem a medida contra os aviões de guerra de Muammar Kadafi.
O secretário geral da Liga Árabe, Amr Moussa, disse que na reunião no sábado, em Cairo, a Liga havia decidido "que crimes sérios e grandes violações" cometidas pelo governo de Kadafi contra seu povo retiraram sua legitimidade.
Autoridades da UE e da Otan disseram que o apoio árabe é apenas uma das três condições que devem ser seguidas antes que eles possam lançar uma operação militar para proteger cidades rebeldes da força aérea de Kadafi.
As outras duas condições decididas por líderes da UE na sexta-feira são provas de que a ajuda deles é necessária e "base legal clara" - pelo que se entende uma resolução do Conselho de Segurança da ONU exigindo ação contra Kadafi.
"Começamos com o que eu descreveria como um planejamento prudente de todas as opções," disse a chefe de política externa da União Européia, Catherine Ashton, que vai se encontrar com a Liga Árabe no domingo.
Um oficial da Otan disse: "O apoio regional é uma das três condições. Para nós, as três condições não mudaram e não temos o mandado da ONU."
"Isso precisa ser demonstrado - que a OTAN possa acrescentar valor aos esforços da comunidade internacional por meio de suas capacidades e estruturas - por uma base legal clara, o que significa um mandado da ONU e apoio regional claro."
Mas os eventos na Líbia estão ocorrendo mais rápido que a diplomacia. Enquanto a UE e Washington hesitam, Kadafi já reuniu suas forças para reagir a uma onda de reforma.
Rebeldes no leste da Líbia disseram no domingo que a linha de frente foi expulsa da cidade de Brega, que produz petróleo, uns 220 km a sul do forte rebelde de Benghazi.
Os rebeldes, armados principalmente com metralhadoras leves e lançadores de granadas, estão muito menos preparados que as forças de Kadafi, que têm tanques e aviões.
Diplomatas em Nova York disseram que é improvável que o conselho de segurança da ONU reúna-se no fim de semana.
Se o conselho realmente se reunir para discutir uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, não está claro se ele conseguirá passar a resolução já que a China e a Rússia, ambas com poder de veto, já se opuseram publicamente à ideia.
A França e a Inglaterra têm pedido ação dura contra Kadafi mas a Alemanha e muitos outros governos europeus têm receio de agir.