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Ucrânia se prepara para guerra contra rebeldes no inverno

Ministro de Defesa ucraniano afirmou que as forças governamentais em Donetsk e Lugansk começaram a se reagrupar para prevenir ataques dos insurgentes

Veículo militar ucraniano: presidente ordenou envio de novas tropas para conflituosas regiões orientais (Dimitar Kilkoff/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2014 às 18h36.

Kiev - A Ucrânia se prepara para uma nova etapa da guerra com as milícias pró-russas, em meio à chegada de reforços da Rússia para os rebeldes em comboios com tropas e armamento pesado.

"Estamos cientes do aumento das forças dos grupos terroristas (rebeldes) e da Federação Russa. Estamos nos preparando para ações militares", disse o ministro ucraniano de Defesa, Stepan Poltorak, durante uma reunião do governo.

Poltorak afirmou que as forças governamentais em Donetsk e Lugansk começaram a se reagrupar para prevenir ataques dos insurgentes, que dominam apenas um terço das duas regiões, mas controlam uma grande parte da fronteira russo-ucraniana.

"Acompanhamos suas mobilizações e conhecemos sua localização. A situação é complexa, mas estável. Está absolutamente sob nosso controle. Estamos preparados para reagir caso a situação mude", declarou.

Desde as eleições separatista,s realizadas em 2 de novembro, é dito que ambas as regiões se reforçaram, sem que se conheçam as possíveis consequências disso.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, ordenou o envio de novas tropas para as conflituosas regiões orientais.

Os rebeldes não esconderam sua intenção de reconquistar locais estratégicos como Slaviansk e Kramatorsk ou tomar Mariupol, sede do governo provisório em Donetsk.

Nem sequer há data para uma nova reunião em Minsk e os rebeldes já pediram uma revisão dos acordos de paz com o argumento que a Organização sobre a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) é incapaz de supervisionar o cessar-fogo e a criação de uma zona desmilitarizada entre ambos as partes.

Em conversa por telefone com o secretário de Estado americano, John Kerry, nesta quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, se mostrou a favor de um diálogo direto entre Kiev e os interlocutores separatistas escolhidos no pleito, embora condenados pela comunidade internacional.

Poltorak ressaltou que estão sendo preparadas as forças compostas por reservistas e também e uma primeira e uma segunda linhas de defesa também estão em formação em ambas as regiões.

Segundo ele, as forças militares estão bem equipadas para enfrentar o inverno e vários contratos para garantir o fornecimento de armamento foram assinados nos últimos dias.

Durante a reunião, o primeiro-ministro ucraniano, Arseniy Yatseniuk, pediu ao Ministério das Finanças para que as Forças Armadas recebam armamento e equipamentos militares o suficiente antes que ano termine.

A Chancelaria ucraniana enviou uma nota de repúdio à Rússia com novos dados sobre "a agressão russa". Kiev denuncia há vários dias a entrada de tropas com armamento pesado por estrada e ferrovia.

Na terça-feira, a OSCE informou sobre a entrada de um novo comboio com 43 caminhões militares sem distintivo em Donetsk, principal reduto pró-Rússia.

Segundo observadores internacionais, cinco dos caminhões transportavam plataformas de lançamento de mísseis e outros carregavam peças de artilharia de 120 milímetros.

O Ministério da Defesa da Rússia voltou em negar nesta quarta-feira sua presença militar no país vizinho, denunciada pelo comandante supremo da Otan na Europa, o general americano Philip Breedlove.

"Em várias ocasiões ressaltamos que, após as declarações de Bruxelas sobre a suposta presença das Forças Armadas russas na Ucrânia, não havia e não há nenhuma prova", disse à imprensa local o general Igor Konashenkov, porta-voz ministerial.

Durante uma visita à Bulgária, Breedlove revelou que os aliados detectaram a presença de tropas, tanques, peças de artilharia e sistemas de defesa antiaérea russos na zona de conflito na Ucrânia.

Breedlove ressaltou que "na fronteira entre Ucrânia e Rússia existem muitos buracos" pelos quais entram "forças, dinheiro e armas" para os rebeldes.

"Já deixamos de prestar atenção nas infundadas afirmações do general Breedlove sobre os "flagras" de grupos militares russos supostamente entrando na Ucrânia", comentou o porta-voz militar russo.

O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, alertou que "a situação na fronteira entre Ucrânia e Rússia indica que as duas partes se preparam para novos confrontos violentas".

Em meio ao aumento da tensão na Ucrânia, Steinmeier e o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visitarão o país na próxima semana.

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"Estamos cientes do aumento das forças dos grupos terroristas (rebeldes) e da Federação Russa. Estamos nos preparando para ações militares", disse o ministro ucraniano de Defesa, Stepan Poltorak, durante uma reunião do governo.

Poltorak afirmou que as forças governamentais em Donetsk e Lugansk começaram a se reagrupar para prevenir ataques dos insurgentes, que dominam apenas um terço das duas regiões, mas controlam uma grande parte da fronteira russo-ucraniana.

"Acompanhamos suas mobilizações e conhecemos sua localização. A situação é complexa, mas estável. Está absolutamente sob nosso controle. Estamos preparados para reagir caso a situação mude", declarou.

Desde as eleições separatista,s realizadas em 2 de novembro, é dito que ambas as regiões se reforçaram, sem que se conheçam as possíveis consequências disso.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, ordenou o envio de novas tropas para as conflituosas regiões orientais.

Os rebeldes não esconderam sua intenção de reconquistar locais estratégicos como Slaviansk e Kramatorsk ou tomar Mariupol, sede do governo provisório em Donetsk.

Nem sequer há data para uma nova reunião em Minsk e os rebeldes já pediram uma revisão dos acordos de paz com o argumento que a Organização sobre a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) é incapaz de supervisionar o cessar-fogo e a criação de uma zona desmilitarizada entre ambos as partes.

Em conversa por telefone com o secretário de Estado americano, John Kerry, nesta quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, se mostrou a favor de um diálogo direto entre Kiev e os interlocutores separatistas escolhidos no pleito, embora condenados pela comunidade internacional.

Poltorak ressaltou que estão sendo preparadas as forças compostas por reservistas e também e uma primeira e uma segunda linhas de defesa também estão em formação em ambas as regiões.

Segundo ele, as forças militares estão bem equipadas para enfrentar o inverno e vários contratos para garantir o fornecimento de armamento foram assinados nos últimos dias.

Durante a reunião, o primeiro-ministro ucraniano, Arseniy Yatseniuk, pediu ao Ministério das Finanças para que as Forças Armadas recebam armamento e equipamentos militares o suficiente antes que ano termine.

A Chancelaria ucraniana enviou uma nota de repúdio à Rússia com novos dados sobre "a agressão russa". Kiev denuncia há vários dias a entrada de tropas com armamento pesado por estrada e ferrovia.

Na terça-feira, a OSCE informou sobre a entrada de um novo comboio com 43 caminhões militares sem distintivo em Donetsk, principal reduto pró-Rússia.

Segundo observadores internacionais, cinco dos caminhões transportavam plataformas de lançamento de mísseis e outros carregavam peças de artilharia de 120 milímetros.

O Ministério da Defesa da Rússia voltou em negar nesta quarta-feira sua presença militar no país vizinho, denunciada pelo comandante supremo da Otan na Europa, o general americano Philip Breedlove.

"Em várias ocasiões ressaltamos que, após as declarações de Bruxelas sobre a suposta presença das Forças Armadas russas na Ucrânia, não havia e não há nenhuma prova", disse à imprensa local o general Igor Konashenkov, porta-voz ministerial.

Durante uma visita à Bulgária, Breedlove revelou que os aliados detectaram a presença de tropas, tanques, peças de artilharia e sistemas de defesa antiaérea russos na zona de conflito na Ucrânia.

Breedlove ressaltou que "na fronteira entre Ucrânia e Rússia existem muitos buracos" pelos quais entram "forças, dinheiro e armas" para os rebeldes.

"Já deixamos de prestar atenção nas infundadas afirmações do general Breedlove sobre os "flagras" de grupos militares russos supostamente entrando na Ucrânia", comentou o porta-voz militar russo.

O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, alertou que "a situação na fronteira entre Ucrânia e Rússia indica que as duas partes se preparam para novos confrontos violentas".

Em meio ao aumento da tensão na Ucrânia, Steinmeier e o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visitarão o país na próxima semana.

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