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Ucrânia 'perderá a guerra' caso Congresso dos EUA não aprove ajuda, diz Zelensky

Invadida pela Rússia em fevereiro de 2022, a Ucrânia aguarda a aprovação de um pacote adicional de ajuda americana no valor de 60 bilhões de dólares (R$ 303 bilhões na cotação atual), bloqueado na Câmara dos Representantes em Washington, formada por uma maioria republicana

Guerra na Ucrânia: Uma equipe de bombeiros trabalha para extinguir um incêndio que surgiu após o pouso de um míssil no centro de Kharkiv, na Ucrânia, em 7 de abril de 2024 (AFP Photo/AFP Photo)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 7 de abril de 2024 às 20h18.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, afirmou neste domingo (7) que seu país perderá a guerra contra a Rússia se o Congresso dos Estados Unidos não aprovar um pacote de ajuda militar para repelir a invasão das tropas de Moscou.

"É necessário dizer especificamente ao Congresso que se não ajudarem a Ucrânia, a Ucrânia perderá a guerra", declarou durante uma reunião por videoconferência do grupo de arrecadação de fundos lançado pelo seu governo, o United24.

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"Sem o apoio do Congresso, será difícil vencer ou mesmo sobreviver" como país, insistiu ele.

Invadida pela Rússia em fevereiro de 2022, a Ucrânia aguarda a aprovação de um pacote adicional de ajuda americana no valor de 60 bilhões de dólares (R$ 303 bilhões na cotação atual), bloqueado na Câmara dos Representantes em Washington, formada por uma maioria republicana.

Zelensky afirmou que se Kiev "perder a guerra, outros países serão atacados".

A aprovação do novo pacote de ajuda depende dos apoiadores de Donald Trump na Câmara, que se recusam a examinar o texto devido a uma disputa sobre a regulamentação da imigração.

Os Estados Unidos realizarão eleições presidenciais em novembro, com Trump enfrentando Biden.

O Congresso dos EUA retoma as suas atividades na segunda-feira após um recesso.

Nos últimos dias, Zelensky insistiu que esta ajuda é "vital" para a ex-república soviética.

Enquanto aguarda uma decisão, os soldados ucranianos são forçados a poupar munições e enfrentar um confiante Exército russo, que repeliu uma grande contraofensiva de Kiev no ano passado.

Abastecimento ameaçado pelo avanço russo

O Exército russo, em vantagem numérica, avançou para o leste da Ucrânia e atingiu a infraestrutura energética do país nas últimas semanas, deixando milhares de civis na escuridão.

Os militares ucranianos reconheceram neste domingo que a situação é "difícil e tensa" em torno de Chasiv Yar, uma pequena cidade na frente oriental a sudeste do importante centro ferroviário e logístico da Ucrânia, Kramatorsk.

Nos últimos dias, os russos intensificaram sua pressão em torno de Chasiv Yar, uma cidade importante em Donbass que está sob "fogo constante", de acordo com autoridades ucranianas.

Na sexta-feira, as autoridades nomeadas por Moscou nas áreas ocupadas do leste da Ucrânia anunciaram que o Exército russo está avançando em direção a Chasiv Yar.

A rede DeepState do Telegram, que é próxima ao Exército ucraniano, informou que os soldados russos chegaram aos arredores de Chasiv Yar.

Se a Rússia tomar Chasiv Yar, "poderá ameaçar nossas rotas logísticas", disse à televisão ucraniana Oleg Kalashnikov, porta-voz de uma brigada posicionada na área.

Rússia afirma que a Ucrânia atacou a central de Zaporizhzhya

A Rússia afirmou neste domingo (7) que drones ucranianos atacaram a usina nuclear ucraniana de Zaporizhzhya, que Moscou ocupa há dois anos, e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) pediu moderação.

"As Forças Armadas ucranianas atacaram a cúpula do reator nº 6 da usina nuclear de Zaporizhzhya", disseram os administradores da usina nomeados pela Rússia nas mídias sociais depois que suas tropas assumiram o controle.

Os administradores acrescentaram que o nível de radiação está normal.

A AIEA, uma agência da ONU, disse, sem confirmar os fatos, que foi informada pela Rússia que "um drone explodiu no local".

"Peço que [as partes] se abstenham de qualquer ação que vá contra os cinco princípios da AIEA que ameaçam a segurança nuclear", disse o diretor da agência, o argentino Rafael Grossi.

A agência russa de energia atômica, Rosatom, denunciou a "escalada" e pediu à AIEA e aos países da UE que "condenem categoricamente a escalada em torno da maior usina nuclear da Europa".

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