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Ucrânia e separatistas dispostos a assinar cessar-fogo

O presidente ucraniano anunciou que plano para cessar-fogo no leste separatista da Ucrânia deve ser assinado amanhã

Separatista pró-Rússia: cessar-fogo é um avanço crucial para uma solução do conflito (John MacDougall/AFP)
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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2014 às 14h25.

Kiev - O presidente ucraniano Petro Poroshenko anunciou nesta quinta-feira que um plano para um cessar-fogo no leste separatista da Ucrânia deve ser assinado na sexta-feira, um avanço crucial para uma solução do conflito e que os rebeldes se disseram prontos a aceitar.

Neste contexto de tentativa de desescalada, muitas explosões ocorreram perto do porto estratégico de Mariupol, à beira do Mar de Azov, constataram jornalistas da AFP.

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Soldados ucranianos indicaram que enfrentaram blindados dos insurgentes separatistas na região.

"Amanhã, em Minsk, um documento deve ser assinado prevendo as etapas para o estabelecimento de um plano de paz para a Ucrânia. A disposição chave do plano é um cessar-fogo", declarou Poroshenko nesta quinta-feira à margem de uma cúpula da Otan em Newport.

O grupo de contato composto por representantes de Kiev, Moscou e da OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa) deve se reunir na sexta-feira com os rebeldes na capital de Belarus às 14H00 (8H00 de Brasília).

"Se o encontro acontecer, darei as instruções ao Estado-Maior para um cessar-fogo bilateral", assegurou o presidente pró-ocidental.

Segundo um site oficial separatista, os dirigentes separatistas pró-russos vão assinar a trégua na sexta-feira, em caso de acordo em Minsk.

Os chefes das repúblicas autoproclamadas de Donetsk e de Lugansk "estão dispostos a ordenar um cessar-fogo nesta sexta-feira às 15H00 (09H00 de Brasília) se um acordo for assinado com os representantes da Ucrânia, da Rússia e da OSCE".

Rússia alerta Ucrânia sobre Otan

Poroshenko afirmou ainda que a Aliança Atlântica, cujos 28 países membros estão reunidos até sexta-feira no País de Gales, adotará uma declaração apoiando seus membros que decidirem ajudar Kiev militarmente, uma decisão que promete provocar a ira de Moscou.

"Em sua declaração, a Otan deverá apoiar medidas bilaterais da parte de seus países membros em vista de uma ajuda militar à Ucrânia. É exatamente o que esperamos", declarou Poroshenko.

Kiev anunciou recentemente a retomada do processo de adesão à Otan, que havia sido abandonado pelo governo pró-russo precedente.

Neste sentido, Moscou alertou nesta quinta-feira a Kiev que seu projeto de aderir à Otan pode fazer descarrilar a busca de uma solução para o conflito no leste ucraniano.

"Logo quando estão sendo exploradas as vias para resolver os problemas concretos entre Kiev e os rebeldes, Kiev pede para acabar com seu estatuto de não-alinhado e iniciar o processo de adesão à Otan", afirmou o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

"É uma clara tentativa de fazer descarrilar os esforços para iniciar um diálogo que garanta a segurança nacional", afirmou Lavrov, citado pelas agências de notícias russas, em um encontro com o secretário-geral do Conselho da Europa, Thorbjorn Jagland.

Rússia espera que Kiev e os rebeldes separatistas pró-russos respondam ao plano de sete pontos proposto na véspera pelo presidente Vladimir Putin, visando a alcançar um acordo em Minsk.

EUA apoiam a guerra

Coincidindo com a cúpula da Otan, que acontece em Newport, no Reino Unido, Poroshenko se reuniu com o presidente americano Barack Obama, o francês François Hollande, e os primeiros-ministros do Reino Unido, David Cameron, Alemanha, Angela Merkel, e da Itália, Matteo Renzi.

Incomodada com este encontro, a Rússia acusou nesta quinta-feira os Estados Unidos de socavar os esforços de paz na Ucrânia e de apoiar os partidários da guerra.

"É um aumento da retórica anti-russa (...) logo quando havia esforços ativos em busca de uma solução política", afirmou o ministro das Relações Exteriores russo Serguei Lavrov.

"É preciso dizer que o 'partido da guerra" em Kiev conta com um apoio ativo no exterior e, neste caso, nos Estados Unidos", afirmou ainda.

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