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Ucrânia denuncia maior ataque com drones russos desde o início da invasão

A Ucrânia afirmou que derrubou 74 dos 75 drones russos lançados durante a noite

A polícia e os militares ucranianos coletam fragmentos de um drone russo abatido próximo ao buraco que deixou no pátio de alguns edifícios residenciais. (AFP/AFP Photo)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 25 de novembro de 2023 às 14h48.

A Ucrânia afirmou, neste sábado (25), que derrubou 74 dos 75 drones russos lançados durante a noite, no que classificou como o pior ataque com estes dispositivos contra o seu território desde o início da invasão, em fevereiro de 2022.

O Exército ucraniano afirmou que a Rússia lançou um "número recorde" de drones Shahed de fabricação iraniana, a maioria derrubada sobre a capital Kiev, causando cortes de energia no centro da cidade, onde as temperaturas caíram abaixo de 0°C.

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"O inimigo lançou um número recorde de drones de ataque contra a Ucrânia! O principal alvo do ataque é Kiev", declarou o comandante da Força Aérea ucraniana, general Mykola Oleschuk.

O Exército alegou ter derrubado "74 dos 75" drones Shahed.

Cinco pessoas ficaram feridas em Kiev, incluindo um menino de 11 anos, disseram as autoridades ucranianas.

O alerta aéreo na cidade durou seis horas, e os restos dos drones caídos causaram incêndios e danificaram edifícios em diferentes pontos da capital, disse o prefeito, Vitali Klitschko.

"O inimigo continua semeando o terror", disse o responsável.

Viktor Vasylenko, morador da região, disse que precisava acalmar sua filha, que sofreu "pânico e náuseas" enquanto se refugiavam em um corredor.

"A minha mulher pensou que a casa iria desabar ao meio", explicou o homem de 38 anos, acrescentando que foi a primeira vez que um ataque ocorreu tão perto.

Dezenas de edifícios sofreram cortes de energia, mas o Ministério da Energia informou que a energia foi restaurada um pouco mais tarde.

Kiev, "alvo principal"

O Exército ucraniano indicou que embora o "alvo principal" do ataque fosse Kiev, a defesa aérea também foi acionada no sul do país e um míssil teleguiado foi destruído sobre a região central de Dnipropetrovsk.

As autoridades disseram que houve cortes de energia em toda a região.

Kiev alertou e se preparou para uma nova campanha russa contra a sua rede energética com a chegada do inverno, temendo uma repetição da situação do ano passado, quando milhares de pessoas ficaram sem calefação ou luz em temperaturas abaixo de zero.

Os ataques de drones multiplicaram-se nos últimos meses e foram realizados tanto pelas forças de Kiev como pelas forças russas.

O ataque deste sábado coincide também com o “Holodomor”, a fome e morte de milhões de pessoas no país na década de 1930 devido às políticas do líder soviético Joseph Stalin.

"Mais de 70 [drones] foram derrubados na noite do Holodomor (…). Os líderes russos estão orgulhosos da sua capacidade de matar", comentou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, nas suas redes sociais, sublinhando que é "impossível" esquecer ou perdoar esses crimes do stalinismo.

A Ucrânia perdeu entre quatro e oito milhões de habitantes na grande fome de 1932-1933 durante o processo de coletivização das suas terras. Esta fome, segundo os historiadores, foi orquestrada por Stalin para reprimir qualquer inconstância nacionalista e independentista no país, então uma república soviética.

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