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Ucrânia acusa a Rússia de disparar contra seu território

Acusação, que não foi confirmada de forma independente, pode agravar as já fortes tensões entre o Ocidente e a Rússi

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2014 às 11h43.

Kiev - A Ucrânia acusou nesta sexta-feira a Rússia de disparar contra o seu território, no mesmo dia em que o país recorda um ano dos protestos na praça de Maidan, que levaram à queda do governo pró-russo de Viktor Yanukovich.

Avançando em direção a uma aproximação do país com o Ocidente, uma das reivindicações dos manifestantes de Maidan, cinco partidos pró-ocidentais anunciaram simbolicamente nesta sexta a criação de uma coalizão forte o suficiente para alterar a Constituição.

"Pela primeira vez desde os acordos de Minsk (que estabeleceram um cessar-fogo no leste separatista em 5 de setembro), os tiros provenientes da Federação Russa contra o território da Ucrânia foram retomados", indicou o porta-voz militar ucraniano, Andrii Lysenko.

A acusação, que não foi confirmada de forma independente, pode agravar as já fortes tensões entre o Ocidente e a Rússia, que é acusada de apoiar militarmente os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia e de enviar tropas e equipamentos pesados à região, o que Moscou nega.

O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que se encontra no país por ocasião da data, declarou que a agressão russa é inaceitável e que Moscou corre o risco de se isolar ainda mais.

"É totalmente inaceitável que em pleno século XXI países tentem redesenhar por meio da força as fronteiras na Europa (...) onde interveem militarmente porque não aceitam a decisão tomada por seu vizinho", declarou o vice-presidente.

"A Rússia pagará um preço ainda mais elevado e um isolamento ainda maior", alertou.

Correndo o risco de irritar a Rússia, o vice-presidente americano deve discutir a questão controversa do fornecimento a Kiev de equipamentos às tropas ucranianas que lutam contra os rebeldes.

Desde o início da crise no leste da Ucrânia, em abril, Washington prometeu 116 milhões de dólares para fornecer equipamento não-letal (capacetes, coletes à prova de balas, equipamento de desminagem...) às forças de segurança ucranianas e para sua formação.

"À luz das ações da Rússia", o fornecimento de equipamento letal "é algo que devemos considerar", indicou nesta quinta-feira o Departamento de Estado americano, ressaltando, no entanto, que "não há solução militar" para o conflito.

Moscou advertiu que uma ajuda militar americana seria um fator de "escalada do conflito."

Nesta sexta-feira, a celebração do início de Maidan, o movimento popular que levou à queda do regime pró-russo de Viktor Yanukovytch, foi perturbada.

Sinal do clima de tensão predominante, o atual presidente pró-ocidental Petro Poroshenko foi vaiado por dezenas de pessoas no momento em que depositava uma coroa de flores em memória das vítimas de Maidan.

"Que vergonha! Por que ninguém foi punido?!", gritavam os parentes das vítimas.

A contestação de Maidan começou há um ano logo após a decisão do regime de Yanukovytch de abandonar um acordo de associação com a União Europeia em favor do reforço da cooperação com a Rússia.

Reprimido violentamente, o movimento resultou na morte de uma centena de pessoas, mas o drama nunca foi elucidado.

"Poroshenko, onde estão os assassinos de nossos filhos?", podia ser lido em um cartaz.

Em Maidan, Praça da Independência no centro de Kiev iluminada por um sol frio de outono, anônimos depositaram flores esta manhã junto a retratos, cruzes e capacetes em memória dos mortos.

"É claro que estamos desapontados. Nada mudou", declarou à AFP Petro Runkiv, que disse ter participado do movimento do início ao fim, apesar dos apelos de sua esposa.

"Estávamos aqui porque queríamos que a Ucrânia fosse um país próspero, e não um país de milionários e mendigos", acrescentou este engenheiro de 58 anos. "Precisamos de reformas e estamos aqui para dizer ao governo que estamos prontos para mais uma Maidan".

O movimento popular contribuiu para aproximar a Ucrânia do Ocidente, mas também dividiu o país causando uma rebelião armada pró-russa, nas regiões de língua russa de Donetsk e Lugansk (leste).

Kiev e os rebeldes concluíram em 5 de setembro um cessar-fogo, mas que tem sido violado diariamente.

Cerca de 1.000 pessoas morreram no leste da Ucrânia desde a trégua, um balanço de 13 novas vítimas por dia, em média, segundo a ONU.

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Kiev - A Ucrânia acusou nesta sexta-feira a Rússia de disparar contra o seu território, no mesmo dia em que o país recorda um ano dos protestos na praça de Maidan, que levaram à queda do governo pró-russo de Viktor Yanukovich.

Avançando em direção a uma aproximação do país com o Ocidente, uma das reivindicações dos manifestantes de Maidan, cinco partidos pró-ocidentais anunciaram simbolicamente nesta sexta a criação de uma coalizão forte o suficiente para alterar a Constituição.

"Pela primeira vez desde os acordos de Minsk (que estabeleceram um cessar-fogo no leste separatista em 5 de setembro), os tiros provenientes da Federação Russa contra o território da Ucrânia foram retomados", indicou o porta-voz militar ucraniano, Andrii Lysenko.

A acusação, que não foi confirmada de forma independente, pode agravar as já fortes tensões entre o Ocidente e a Rússia, que é acusada de apoiar militarmente os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia e de enviar tropas e equipamentos pesados à região, o que Moscou nega.

O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que se encontra no país por ocasião da data, declarou que a agressão russa é inaceitável e que Moscou corre o risco de se isolar ainda mais.

"É totalmente inaceitável que em pleno século XXI países tentem redesenhar por meio da força as fronteiras na Europa (...) onde interveem militarmente porque não aceitam a decisão tomada por seu vizinho", declarou o vice-presidente.

"A Rússia pagará um preço ainda mais elevado e um isolamento ainda maior", alertou.

Correndo o risco de irritar a Rússia, o vice-presidente americano deve discutir a questão controversa do fornecimento a Kiev de equipamentos às tropas ucranianas que lutam contra os rebeldes.

Desde o início da crise no leste da Ucrânia, em abril, Washington prometeu 116 milhões de dólares para fornecer equipamento não-letal (capacetes, coletes à prova de balas, equipamento de desminagem...) às forças de segurança ucranianas e para sua formação.

"À luz das ações da Rússia", o fornecimento de equipamento letal "é algo que devemos considerar", indicou nesta quinta-feira o Departamento de Estado americano, ressaltando, no entanto, que "não há solução militar" para o conflito.

Moscou advertiu que uma ajuda militar americana seria um fator de "escalada do conflito."

Nesta sexta-feira, a celebração do início de Maidan, o movimento popular que levou à queda do regime pró-russo de Viktor Yanukovytch, foi perturbada.

Sinal do clima de tensão predominante, o atual presidente pró-ocidental Petro Poroshenko foi vaiado por dezenas de pessoas no momento em que depositava uma coroa de flores em memória das vítimas de Maidan.

"Que vergonha! Por que ninguém foi punido?!", gritavam os parentes das vítimas.

A contestação de Maidan começou há um ano logo após a decisão do regime de Yanukovytch de abandonar um acordo de associação com a União Europeia em favor do reforço da cooperação com a Rússia.

Reprimido violentamente, o movimento resultou na morte de uma centena de pessoas, mas o drama nunca foi elucidado.

"Poroshenko, onde estão os assassinos de nossos filhos?", podia ser lido em um cartaz.

Em Maidan, Praça da Independência no centro de Kiev iluminada por um sol frio de outono, anônimos depositaram flores esta manhã junto a retratos, cruzes e capacetes em memória dos mortos.

"É claro que estamos desapontados. Nada mudou", declarou à AFP Petro Runkiv, que disse ter participado do movimento do início ao fim, apesar dos apelos de sua esposa.

"Estávamos aqui porque queríamos que a Ucrânia fosse um país próspero, e não um país de milionários e mendigos", acrescentou este engenheiro de 58 anos. "Precisamos de reformas e estamos aqui para dizer ao governo que estamos prontos para mais uma Maidan".

O movimento popular contribuiu para aproximar a Ucrânia do Ocidente, mas também dividiu o país causando uma rebelião armada pró-russa, nas regiões de língua russa de Donetsk e Lugansk (leste).

Kiev e os rebeldes concluíram em 5 de setembro um cessar-fogo, mas que tem sido violado diariamente.

Cerca de 1.000 pessoas morreram no leste da Ucrânia desde a trégua, um balanço de 13 novas vítimas por dia, em média, segundo a ONU.

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