Trump usou a máquina pública dos EUA ao pedir investigação de rival?
Democratas buscam saber até que ponto ele envolveu seu gabinete para desencadear investigações que o beneficiariam
Tais Laporta
Publicado em 29 de setembro de 2019 às 15h57.
Última atualização em 29 de setembro de 2019 às 15h57.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , pressionou seu colega ucraniano a investigar um inimigo político. Agora, uma pergunta central para os parlamentares democratas que buscam o impeachment com uma velocidade notável é até que ponto Trump envolveu seu gabinete e as máquinas do governo dos EUA para desencadear investigações que o beneficiariam pessoalmente.
Assessores da Casa Branca e de Trump já colocaram muitas dessas evidências em exibição pública.
Durante um telefonema em julho, Trump pediu ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, que falasse com seu advogado pessoal, Rudy Giuliani, que vinha realizando um esforço de busca global para descobrir se as autoridades ucranianas desistiram indevidamente de uma investigação sobre uma empresa que havia contratado o filho do ex-vice-presidente dos EUA Joe Biden, um dos principais candidatos a desafiar Trump na eleição de 2020.
O presidente também ofereceu o envolvimento do secretário de Justiça norte-americano, de acordo com um resumo da conversa por telefone divulgado pela Casa Branca na semana passada.
Giuliani disse que o Departamento de Estado ajudou a organizar reuniões com assessores de Zelenskiy, postando uma cópia de uma mensagem de texto de um diplomata dos EUA no Twitter.
E grande parte do episódio ocorreu no momento em que o governo de Trump suspendeu a ajuda de segurança que o governo dos EUA destinava à Ucrânia para auxiliar o país a conter ameaças da Rússia.
Depois que Zelenskiy mencionou a Trump que o país estava pronto para comprar novos mísseis antitanque, Trump respondeu que ele "gostaria que você nos fizesse um favor", ao investigar se o inquérito da interferência russa nas eleições, que assombrou grande parte de seu primeiro mandato, foi uma trama ucraniana.
"Os principais fatos disso são conhecidos", disse Ross Garber, que ensina legislação de impeachment na Escola de Direito de Tulane. "A peça que ainda não sabemos, que é crítica, é o porquê".
Trump descreveu na sexta-feira sua ligação com Zelenskiy como "perfeita".