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Trump promete vacinas para americanos em abril e Europa aumenta restrições

O presidente reiterou seu otimismo com os ensaios clínicos de possíveis vacinas, realizados pela Moderna e pela Pfizer, que podem dar resultados em outubro

Trump: "Teremos produzido pelo menos 100 milhões de doses de vacinas antes do final do ano" (Carlos Barria/Reuters)

Trump: "Teremos produzido pelo menos 100 milhões de doses de vacinas antes do final do ano" (Carlos Barria/Reuters)

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AFP

Publicado em 19 de setembro de 2020 às 19h19.

Os Estados Unidos vão produzir vacinas para a covid-19 suficientes para todos os seus cidadãos entre agora e abril, anunciou o presidente Donald Trump, coincidindo com um aumento nas restrições na Europa para evitar uma temida segunda onda da pandemia.

"Teremos produzido pelo menos 100 milhões de doses de vacinas antes do final do ano. E provavelmente muito mais do que isso. Centenas de milhões de doses estarão disponíveis a cada mês e esperamos ter vacinas suficientes para todos os americanos até abril", disse Trump na sexta-feira na Casa Branca.

O presidente reiterou seu otimismo com os ensaios clínicos americanos de possíveis vacinas, realizados pelas empresas Moderna e Pfizer, que podem começar a dar seus resultados em outubro.

A data de disponibilização da vacina americana é um dos grandes temas da campanha para as eleições presidenciais de 3 de novembro. O candidato democrata Joe Biden, que lidera as pesquisas, disse não confiar nas promessas de Trump sobre o assunto e criticou a politização da crise de saúde.

Além disso, os planos de Trump podem colidir com o tempo do processo científico para validar a eficácia e segurança de vacinas futuras. De acordo com uma pesquisa realizada esta semana pelo Instituto Pew, metade dos americanos se recusaria a se vacinar se isso fosse possível hoje.

Com mais de 197.000 mortes, os Estados Unidos são o país mais afetado pela pandemia, à frente do Brasil (134.935 mortes) e da Índia (84.372 mortes). Esses três países também respondem por metade dos pacientes contabilizados no mundo.

No total, a covid-19 já tirou mais de 946.000 vidas em todo o mundo e causou 30 milhões de infecções.

Um outono complicado na Europa

Na Europa, países como Espanha, França, Alemanha ou Reino Unido veem seus números de infecções, hospitalizações e mortes aumentarem a cada dia.

O outono está chegando, as aulas foram retomadas e a ameaça de uma segunda onda, novos confinamentos e mais mortes parecem estar tomando forma.

Para evitar isso, vários países estão impondo medidas para reduzir a disseminação da covid-19.

Oprimida pelo aumento das infecções, a região de Madri anunciou na sexta-feira uma severa restrição de movimento que afeta cerca de 850 mil habitantes, para impedir o rápido avanço da "segunda onda".

Os moradores das áreas afetadas, que representam 13% da população e 25% das infecções, só poderão sair de seus bairros para "questões essenciais" como trabalhar, ir ao médico ou levar os filhos à escola.

Em Londres, o governo de Boris Johnson advertiu que poderia impor novamente um bloqueio em toda a Inglaterra para conter a pandemia do coronavírus.

Por enquanto, o prefeito de Londres, Sadiq Khan, anunciou que os espetaculares fogos de artifício com os quais a cidade tradicionalmente comemora o Ano Novo não serão lançados no dia 31 de dezembro devido à pandemia.

O Reino Unido é o país da Europa mais afetado pela pandemia, com mais de 41.700 mortes confirmadas por covid-19.

Neste sábado, a Alemanha registrou o maior número diário de novos casos de coronavírus desde abril, com 2.297 novas infecções, segundo o instituto de vigilância epidemiológica Robert Koch.

No total, a pandemia de covid-19 provocou 270.070 casos e 9.384 mortes no país até agora, seis delas nas últimas 24 horas. Na Renânia do Norte-Vestfália, a região mais populosa e uma das mais afetadas por esses surtos, uma festa de carnaval foi cancelada por medo de novas infecções.

Na França, o número de mortes por covid-19 dobrou na última semana, período em que também aumentaram os casos entre idosos e os surtos registrados no país, alertaram as autoridades francesas na sexta-feira.

"Pela primeira vez desde o fim do confinamento [no final de maio], vemos um aumento nas mortes por covid-19", com uma duplicação do número de óbitos em uma semana (265 mortes em comparação com 129 na semana passada), destacou a agência de saúde francesa.

Argentina prolonga isolamento

Na América Latina e no Caribe, o coronavírus já provocou mais de 318.000 mortes e 8,5 milhões de infecções.

O governo argentino decidiu estender as medidas de isolamento social até o próximo dia 11 de outubro, embora com uma abertura progressiva na área metropolitana de Buenos Aires onde o número de casos se estabilizou.

A Guatemala reabriu na sexta-feira todas as suas fronteiras, fechadas desde março para conter a pandemia que atingiu o país com mais de 84.300 casos e 3.000 mortes.

Em El Salvador, a Suprema Corte de Justiça ratificou a ilegalidade da medida governamental que visava impedir a entrada no país de salvadorenhos e estrangeiros residentes que não apresentassem teste negativo para covid-19.

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