Donald Trump. (AFP/AFP)
Reuters
Publicado em 24 de março de 2022 às 20h44.
Donald Trump entrou com processo nesta quinta-feira contra a sua adversária na eleição presidencial de 2016, Hillary Clinton, e vários outros democratas, alegando que eles tentaram manipular a eleição ao associar sua campanha com a Rússia.
O processo cobre uma longa lista de queixas que o ex-presidente republicano expressou repetidas vezes durante seus quatro anos na Casa Branca, após vencer Hillary, e se dá enquanto ele continua alegando, de maneira falsa, que a derrota na eleição de 2020 para o presidente democrata, Joe Biden, foi resultado de uma fraude generalizada.
Quer saber tudo sobre a política internacional? Assine a EXAME e fique por dentro.
“Agindo em conjunto, os réus conspiraram maliciosamente para tecer uma narrativa falsa de que o adversário republicano deles, Donald J. Trump, estava em conluio com um poder soberano estrangeiro hostil”, acusou o ex-presidente em um processo de 108 páginas entregue a uma corte federal na Flórida.
O processo alega “extorsão” e “conspiração para cometer falsidade prejudicial”, entre outras acusações.
Um representante de Hillary não respondeu ao pedido de comentário em um primeiro momento.
O processo busca indenização e danos punitivos. Trump disse que foi “forçado a incorrer em despesas em um valor a ser determinado em julgamento, mas que se sabe ser superior a vinte e quatro milhões de dólares (24.000.000 de dólares), e continuando a se acumular, na forma de custos de defesa, taxas legais e despesas relacionadas”.
Os réus no processo de Trump incluem Christopher Steele, ex-agente de inteligência do Reino Unido.
Um dossiê escrito por Steele, que circulou ao FBI e veículos de imprensa antes da eleição de novembro de 2016, apresentou afirmações não comprovadas de que a Rússia tinha informações que poderiam causar embaraço a Trump e a alguns de seus assessores de campanha republicanos e que Moscou estava trabalhando nos bastidores para derrotar Hillary.
Um relatório de 966 páginas publicado por comitê do Senado dos EUA liderado pelos republicanos concluiu em 2020 que a Rússia usou o operador político republicano Paul Manafort e o site WikiLeaks para tentar ajudar Trump a vencer a eleição de 2016.
Manafort trabalhou na campanha presidencial de Trump por cinco meses em 2016.
A suposta interferência eleitoral da Rússia, que Moscou nega, gerou uma investigação de dois anos chefiada pelo promotor especial Robert Mueller.
Em 2019, Mueller publicou um enorme relatório que detalhou várias ligações entre o governo russo e a campanha de Trump, mas não acusou qualquer assessor de Trump de conspiração criminal.
Mueller disse em seu relatório que o “governo russo achava que se beneficiaria de uma Presidência de Trump e trabalhou para garantir esse resultado, e que a campanha esperava se beneficiar eleitoralmente de informações roubadas e publicadas por meio de esforços da Rússia”.