Trump prevê 3ª Guerra Mundial com política de Hillary para Síria
Numa entrevista sobre política externa, Trump disse que derrotar o EI é a prioridade maior do que convencer o presidente sírio a deixar o poder
Reuters
Publicado em 25 de outubro de 2016 às 20h21.
Última atualização em 25 de outubro de 2016 às 20h24.
Doral (EUA) - O candidato republicano a presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , disse nesta terça-feira que o plano para a Síria da candidata democrata, Hillary Clinton , levaria à "Terceira Guerra Mundial", por causa das possibilidades de conflito com as forças militares da Rússia, que tem armas nucleares.
Numa entrevista cujo foco principal foi política externa, Trump disse que derrotar o Estado Islâmico é a prioridade maior do que convencer o presidente sírio, Bashar al-Assad, a deixar o poder, minimizando um antigo objetivo da política norte-americana.
Trump questionou como Hillary iria negociar com o presidente russo, Vladimir Putin, depois de demonizá-lo, culpou o presidente dos EUA, Barack Obama, por uma crise nas relações norte-americanas com as Filipinas no governo do seu novo presidente, Rodrigo Duterte, lamentou a falta de unidade republicana no apoio a sua candidatura, afirmando que venceria facilmente as eleições se os líderes do partido o apoiassem.
"Se tivéssemos unidade no partido, nós não poderíamos perder esta eleição para Hillary Clinton", disse ele.
Sobre a guerra civil síria, Trump afirmou que Hillary poderia levar os EUA para uma guerra mundial com uma postura mais agressiva para resolver o conflito.
Hillary defendeu uma zona de exclusão aérea e "zonas de segurança" no chão para proteger não combatentes. Alguns analistas temem que proteger essas áreas poderia levar a um conflito direto com os jatos russos.
"O que devemos fazer é focar no Estado Islâmico. Nós não devemos focar na Síria", afirmou Trump, enquanto jantava ovos e linguiça no seu resort de golfe em Doral, na Flórida.
"Vocês vão acabar na Terceira Guerra Mundial por causa da Síria, se nós escutarmos Hillary Clinton", disse.
"Vocês não estão combatendo a Síria mais, vocês estão combatendo a Síria, a Rússia e o Irã, certo? A Rússia é um país nuclear, mas um país onde as armas funcionam, diferentemente de outros países que falam", declarou.
Trump afirmou que o presidente sírio, Bashar al-Assad, é muito mais forte agora do que era há três anos. Ele disse que forçar a saída de Assad é menos importante do que derrotar o Estado Islâmico.
"Assad é secundário, para mim, em relação ao Estado Islâmico", declarou.
Obama "focado no golfe"
Sobre a Rússia, Trump mais uma vez criticou a maneira como Hillary lidou com as relações entre o país e os EUA quando secretária de Estado, e afirmou que as críticas duras dela a Putin levantavam questionamentos sobre "como ela vai voltar e negociar com esse homem que ela descreveu como tão mal" se ganhar a disputa pela Casa Branca.
Sobre as relações com as Filipinas, Trump criticou Obama, dizendo que o presidente "quer focar no seu jogo de golfe" em vez de se engajar com os líderes mundiais.
Desde que assumiu o poder, Duterte manifestou hostilidade aberta aos EUA, rejeitando críticas contra a sua violenta repressão antidrogas, usando um xingamento para se referir a Obama, e dizendo aos EUA para não tratar o seu país "como um cão com uma coleira".
O governo Obama tem expressado otimismo de que os dois países possam se manter como firmes aliados.
Trump disse que os mais recentes comentários de Duterte mostraram "uma falta de respeito ao nosso país".