Trump no Muro das Lamentações: o local é conhecido pelos judeus como Monte do Templo (Jonathan Ernst/Reuters)
Reuters
Publicado em 22 de maio de 2017 às 15h22.
Última atualização em 22 de maio de 2017 às 15h23.
Jerusalém - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma visita histórica ao Muro das Lamentações de Jerusalém, nesta segunda-feira, e disse algumas palavras em frente ao local sagrado onde os judeus são autorizados a rezar antes de colocar um bilhete entre as pedras do monumento.
Trump estava acompanhado do rabino do Muro das Lamentações, Shmuel Rabinowitz, que disse à Rádio Israel que recitou dois salmos com o líder norte-americano -- um deles, o Salmo 122, que fala sobre a paz em Jerusalém.
As pedras antigas ficam localizadas em uma parte de Jerusalém que Israel conquistou na Guerra de 1967 no Oriente Médio. O Estado judeu considera Jerusalém inteira como sua capital indivisível, uma posição que não é reconhecida internacionalmente.
"(Trump) disse que compreende o significado do Muro das Lamentações para o povo judeu e que é por isso que ele decidiu visitá-lo durante sua primeira viagem a Israel. Ele está certo que voltará aqui de novo, talvez muitas vezes. Ele ficou muito emocionado", disse Rabinowitz
"Ele perguntou sobre o tamanho do Muro das Lamentações. Nós mostramos os mapas, como era no passado, o que está acontecendo agora, as escavações, as descobertas".
O presidente foi acompanhado na visita pelo genro Jared Kushner, um judeu ortodoxo que foi ao muro pouco depois de Trump e fez orações. Tanto ele quanto Trump usaram quipás, o chapéu usado por judeus e outros homens como forma de respeito.
Após alguns instantes de pé em silêncio em frente à construção, com a mão direita no muro, Trump recuou e sorriu brevemente. Ele não andou de costas para o muro como os judeus fazem em sinal de devoção.
Essa foi a primeira vez que um presidente norte-americano no exercício do mandato visitou e rezou no local. Barack Obama visitou o muro em 2008, mas foi durante a campanha eleitoral, antes de se tornar presidente.
O muro, cuja porção visível tem mais de 20 metros de altura, era uma estrutura de proteção para o segundo templo judeu, que ficava na esplanada da Cidade Velha até ser destruído pelos romanos no ano 70 d.C.
O local é conhecido pelos judeus como Monte do Templo, o local mais sagrado do judaísmo, e pelos muçulmanos como Nobre Santuário, onde ficam atualmente a Mesquita Al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do islã, e a Cúpula da Rocha.
A visita de Trump foi motivo de polêmica.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tinha a intenção de acompanhá-lo no Muro das Lamentações, mas o Departamento de Estado norte-americano disse que ele não seria autorizado, uma vez que oficialmente o muro fica em Jerusalém Oriental, que Israel ocupou 50 anos atrás, e que os palestinos buscam como capital de um futuro Estado.