Mundo

Trump diz que vai mobilizar Exército para deportação de migrantes em eventual segundo mandato

Ex-presidente dos EUA também falou em aval para que estados proíbam o aborto e ajuda militar condicionada para países aliados

Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos (Alex Wroblewski/AFP)

Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos (Alex Wroblewski/AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 3 de maio de 2024 às 18h51.

Última atualização em 3 de maio de 2024 às 19h00.

Tudo sobreEleições EUA 2024
Saiba mais

Donald Trump esboçou como seria um eventual segundo mandato de presidente, em uma entrevista publicada esta semana pela revista Time: mobilização do Exército para deportação em massa de migrantes, aval para que os estados proíbam o aborto e ajuda militar condicionada para os aliados dos Estados Unidos.

O magnata republicano, que deverá enfrentar o presidente democrata Joe Biden nas eleições de novembro, respondeu às perguntas em uma entrevista em duas partes, uma realizada em sua residência na Flórida e outra por telefone, sobre o que faria em caso de vitória.

Em relação à imigração, um dos temas centrais das eleições de novembro, o republicano repetiu que realizaria deportações em massa de migrantes ilegais.

"A Guarda Nacional deveria poder fazer isso. Se não puderem, eu usaria o Exército", declarou à revista Time. "Eles não são civis. São pessoas que não estão legalmente em nosso país. Isso é uma invasão", enfatizou, após um entrevistador lembrar que as leis locais impedem o uso das Forças Armadas contra a população civil em solo americano.

Trump também garantiu que "não descartaria nada" em relação à criação de campos de detenção de migrantes, mas acredita que não serão necessários, porque seu programa de deportação terá êxito.

Um dos entrevistadores também mencionou a interrupção voluntária da gravidez, um dos principais temas de campanha. Trump, de 77 anos, que atualmente é processado em Nova York em uma das muitas investigações abertas contra ele, se esquivou da pergunta sobre se vetaria uma lei federal que restringe duramente o direito ao aborto.

"Não tenho de vetá-la porque agora tudo volta para os estados", disse o ex-presidente, em referência à sentença de 2022 da Suprema Corte, que pôs fim à proteção federal do direito ao aborto e devolveu essa competência aos governos estaduais.

Trump também não viu problema na possibilidade de os estados monitorarem a gestação das mulheres para garantir que a proibição do aborto seja respeitada:

"Acredito que poderiam fazê-lo."

Em relação à economia, o ex-presidente disse que previa tarifas alfandegárias de "mais de 10%" sobre todas as importações. E sobre a ajuda à Ucrânia, Trump afirmou que não dará mais ajuda “se a Europa não fizer tanto quanto" os Estados Unidos.

O republicano também acredita que, caso a Coreia do Sul queira que os soldados americanos estacionados em seu território permaneçam, terá de pagar mais:

"Por que deveríamos defender alguém? E estamos falando de um país muito rico", pontuou. "Acredito que o inimigo interno é, em muitos casos, muito mais perigoso para nosso país que os inimigos estrangeiros como China, Rússia e outros."

Trump acrescentou ainda que está "absolutamente" disposto a indultar todos os condenados por invadir o Capitólio em 6 de janeiro de 2021, durante a tentativa de impedir que o Congresso certificasse a vitória de seu rival, Joe Biden, nas eleições.

Questionado sobre a possibilidade de conflito social após as eleições de 5 de novembro, Trump, que também responde a processos por seu papel no ataque de 6 de janeiro de 2021 e por fraude eleitoral no estado da Geórgia entre outras acusações, respondeu:

"Acho que teremos uma grande vitória e não haverá violência (...) E se não ganharmos, você sabe, depende. Sempre depende da imparcialidade das eleições."

A Time voltou neste assunto em uma entrevista telefônica posterior:

"Não acredito que sejam capazes de fazer as coisas que fizeram da última vez", disse Trump.

O republicano, que nunca reconheceu a vitória do adversário democrata em 2020, afirmou que, caso a Suprema Corte não lhe conceda imunidade presidencial, como ele pede, "Biden será processado por todos os seus crimes, porque ele cometeu vários crimes", declarou, sem especificar que crimes seriam esses.

Acompanhe tudo sobre:Eleições EUA 2024Donald TrumpEstados Unidos (EUA)

Mais de Mundo

Novo líder da Síria promete que país não exercerá 'interferência negativa' no Líbano

Argentinos de classe alta voltam a viajar com 'dólar barato' de Milei

Trump ameaça retomar o controle do Canal do Panamá

Biden assina projeto de extensão orçamentária para evitar paralisação do governo