Jess Sessions: procurador tinha relação tensa com Trump por ter se abstido de supervisionar investigação sobre suposto conluio entre a campanha republicana e a Rússia (Yuri Gripas/Reuters)
AFP
Publicado em 7 de novembro de 2018 às 19h06.
O presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira, 7, em um tuíte a saída de seu governo do procurador-geral, Jeff Sessions, uma medida que lança dúvidas sobre o futuro da investigação sobre o suposto conluio do ocupante da Casa Branca com a Rússia nas eleições de 2016.
Sessions informou ter apresentado sua demissão a pedido do presidente. "A seu pedido, apresento minha renúncia", escreveu o demissionário em carta dirigida a Trump. Ele será substituído temporariamente por seu próprio chefe de gabinete, Matthew Whitaker.
Há meses Trump tinha uma relação tensa com Sessions, a quem recriminava por ter se abstido de supervisionar a investigação conduzida pelo procurador especial, Robert Mueller.
Ex-chefe do FBI (polícia federal americana), Mueller recebeu no ano passado a incumbência de investigar se a campanha eleitoral de Trump fez conluio com os esforços russos para afetar sua oponente, a democrata Hillary Clinton. A investigação de Mueller se ampliou para examinar possíveis tentativas por parte do próprio Trump de obstruir a investigação, o que, se for provado, poderia levar a um julgamento político do presidente.
Em 2 de março de 2017, Sessions anunciou oficialmente que não supervisionaria ou participaria da investigação sobre a Rússia, causando mal-estar com Trump. Sessions tomou esta decisão porque havia trabalhado na campanha do presidente e porque teve contatos com o embaixador da Rússia nessa época.