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Trípoli vira palco de tiroteiros após discurso de Kadafi

Confrontos entre manifestantes e forças do governo começaram logo após o ditador anunciar que vai ficar no cargo; outras cidades também registraram mais violência

Imagem da TV estatal líbia mostra manifestantes pró-Kadafi em Trípoli, a capital (AFP)

Imagem da TV estatal líbia mostra manifestantes pró-Kadafi em Trípoli, a capital (AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2011 às 17h27.

Cairo - Confrontos entre manifestantes e forças de segurança e uma intensa troca de tiros foram registrados nesta terça-feira no centro de Trípoli após o término do discurso do líder líbio, Muammar Kadafi, segundo a emissora de televisão Al Jazeera.

O canal acrescentou que os enfrentamentos e os disparos ocorreram no bairro de Bin Ashur e na avenida al-Jumhuriya, no centro da capital.

Em Benghazi, o discurso de Kadafi na rede de televisão estatal gerou revolta entre os manifestantes.

Segundo testemunhas disseram à Al Jazeera, além de gritarem, os opositores lançaram sapatos contra a imagem do líder, um gesto de desprezo no mundo árabe.

Cerca de 300 pessoas morreram nos últimos dias em Benghazi por conta dos disparos e dos bombardeios dirigidos aos protestos civis que explodiram na cidade, que está sob controle das forças da oposição.

Apesar das violentas manifestações registradas na Líbia, Kadafi afirmou em seu discurso que está "disposto a morrer na Líbia" e a combater "os ratos que promovem os distúrbios" até a "última gota" de seu sangue.

Ao comentar as palavras do líder líbio, o ativista opositor exilado em Londres Jomaa al Qamati disse em entrevista a Al Jazeera que "o discurso reflete o grau de desespero de Kadafi".

Qamati afirmou que o dirigente líbio deu a entender que a permanência dele e de sua família no poder é "a única alternativa contra a destruição do país".

"Este homem necessita ser internado em um hospital psiquiátrico. Temos informações que apontam que, caso se sinta acabado, incendiará poços de petróleo, e isto causará uma catástrofe ambiental, econômica e política", acrescentou o ativista.

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