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Tribunal do Vaticano condena pela primeira vez réu à prisão

É a primeira vez que uma sentença dessas é anunciada. A decisão remonta a 17 de dezembro

Vaticano: Proietti foi condenado por ter repassado para o Vaticano mais de um milhão de euros ligados às suas atividades ilícitas no país (Reprodução/Wikimedia Commons)

Vaticano: Proietti foi condenado por ter repassado para o Vaticano mais de um milhão de euros ligados às suas atividades ilícitas no país (Reprodução/Wikimedia Commons)

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AFP

Publicado em 27 de dezembro de 2018 às 15h25.

O empresário italiano Angelo Proietti, de 63 anos, foi condenado a dois anos e meio de prisão por lavagem de dinheiro e teve seus bens apreendidos pelo tribunal do Vaticano - anunciou a Santa Sé, nesta quinta-feira, 27.

É a primeira vez que uma sentença dessas é anunciada. A decisão remonta a 17 de dezembro.

Processado na Itália por falência fraudulenta, Proietti foi condenado por ter repassado para o Vaticano mais de um milhão de euros ligados às suas atividades ilícitas no país.

Entregue ao Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido como o "banco do Vaticano", e colocado sob arresto em 2014 no âmbito da investigação, o valor foi definitivamente apreendido.

Proietti ainda poderá apelar da decisão. De qualquer modo, não poderá ficar detido no Vaticano, que não dispõe de uma única cela em seu pequeno território. Seus detentos são entregues às prisões italianas.

"É a primeira vez que esse crime é aplicado na jurisprudência vaticana", declarou a Santa Sé em um comunicado, evocando uma decisão de "importância fundamental" na luta contra a lavagem de dinheiro e contra o financiamento do terrorismo nesses últimos anos, após séculos de segredos e de escândalos.

 

 

Uma reforma do Código Penal da Santa Sé permite, agora, investigações contra quem quer que transfira para o Vaticano dinheiro, ou bens, procedentes de um "crime grave", onde quer que tenha ocorrido.

No passado, o IOR foi acusado de fazer vista grossa para recursos de clientes mafiosos, ou pouco recomendáveis, antes de uma grande limpeza feita em 2015, e que levou ao fechamento de quase cinco mil contas.

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