Três oficiais participaram de ataque à base na Venezuela
A invasão acrescentou mais tensão à explosiva crise no país, com protestos opositores que exigem a saída de Maduro e somam 125 mortos em 4 meses
AFP
Publicado em 7 de agosto de 2017 às 19h56.
Última atualização em 7 de agosto de 2017 às 20h34.
Três oficiais venezuelanos , um deles na ativa, participaram do ataque ao forte de Paramacay, na cidade de Valencia, executado no domingo de madrugada por cerca de 20 homens, confirmou nesta segunda-feira o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López.
O grupo foi comandado pelo ex-capitão Juan Carlos Caguaripano, no exílio após ser expulso em 2014 das Forças Armadas por rebelião e traição, e que conseguiu fugir, revelou o ministro.
Também participaram do ataque o tenente Oswaldo Gutiérrez, que estava foragido acusado de roubo de munições, e o tenente Jefferson García, que deu informação da base e era o responsável pelo armamento, segundo o general Padrino López.
Em combates que duraram mais de três horas no destacamento foram mortos dois agressores e oito pessoas, detidas - entre eles Gutiérrez e um homem ferido -, enquanto Caguaripano, García e os outros fugiram com armas.
"Estes dois oficiais conseguiram fugir e foi deflagrada uma operação especial para sua busca e captura", revelou Padrino López, afirmando que Gutiérrez "se encontra à disposição dos tribunais militares".
O ministro da Defesa também informou que três militares ficaram feridos no confronto, um dos quais está na UTI depois de levar um tiro na cabeça.
De acordo com o ministro, "a grande maioria dos civis envolvidos que foram detidos tem antecedentes criminais".
"Esta gangue não atua por ideias nem princípios nacionalistas, são pagos de Miami por grupos de extrema direita ligados a fatores da oposição venezuelana, assim como a governos estrangeiros que mantêm uma atitude hostil e de ingerência contra o país", assegurou.
Pouco antes do ataque, Caguaripano, acompanhado por um grupo de militares com fuzis, apareceu em um vídeo nas redes sociais em que se diz em rebelião contra a "tirania ilegítima de Nicolás Maduro".
Da clandestinidade, o capitão Javier Nieto Quintero, que diz fazer parte do movimento de Caguaripano, disse à AFP que a operação foi um sucesso porque alcançaram o seu objetivo de subtrair "entre 98 e 102 armas, calibre 156 e AK-47", disse.
A invasão acrescentou mais tensão à explosiva crise venezuelana, com protestos opositores que exigem a saída de Maduro e somam 125 mortos em quatro meses.
Para a oposição e alguns analistas, o ataque evidencia um mal-estar nas classes médias da Forças Armadas, principal alicerce de Maduro.