Tragédia já é o maior desastre natural da história do Brasil
De acordo com o último levantamento das prefeituras, o número total de mortos na tragédia é de 506, quase o dobro do computado na noite de quarta-feira
Da Redação
Publicado em 14 de janeiro de 2011 às 05h49.
Rio de Janeiro - A chuva que se abateu sobre a região serrana do Rio de Janeiro nesta semana produziu superlativos inglórios. Na noite desta quinta-feira, a contagem do número de mortos ultrapassou as 436 vítimas registradas nas enchentes de Caraguatatuba, São Paulo, no verão de 1967. Agora, Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo protagonizam o maior desastre natural da história do país.
De acordo com o último levantamento das prefeituras, o número total de mortos na tragédia é de 506, quase o dobro do computado na noite de quarta-feira. Nova Friburgo é o município mais atingido, com 225 vítimas, seguido por Teresópolis, com 223 e Petrópolis, 39. A cidade de Sumidouro, por sua vez, contabiliza 19 mortos.
Há ainda cerca de 14 mil pessoas sem teto, segundo dados do governo do Rio de Janeiro. São pessoas que estão lotadas em abrigos, mas não podem voltar para suas casas - seja porque elas estão em áreas impossíveis de serem acessadas, seja porque elas foram simplesmente destruídas pela chuva.
A população de áreas atingidas pelas fortes chuvas no país poderá pedir a liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) a partir desta sexta-feira. Além disso, os beneficiários do seguro-desemprego que vivem nessas áreas receberão nos próximos dias - de forma automática - duas parcelas adicionais do auxílio. Outras medidas imediatas do governo federal são a liberação do Aluguel Social e do Benefício da Prestação Continuada e a antecipação do Bolsa-Família para os beneficiários dos três municípios. O governo federal prevê o investimento de 1,77 bilhão de reais ao estado do Rio até 2014 em ações como drenagem e contenção de encostas.
Próximos dias
O risco de novos temporais ainda não passou, e já surge um grave risco que amplifica a tragédia das chuvas. Nas áreas alagadas, a água contaminada por lixo, insetos e ratos expõe a população a doenças como leptospirose, hepatite A e diarréia. O risco de doenças aumenta porque em muitas áreas o fornecimento de água está cortado, e muita gente acaba consumindo água contaminada.
Segundo o Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), uma faixa de nuvens carregadas continua sobre grande parte da região Sudeste, Centro-Oeste e Norte do país.
Deve chover forte em áreas de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás e Distrito Federal. O Cptec recomenda que os moradores dessas regiões fiquem atentos aos comunicados da Defesa Civil, já que há chance de transtornos e deslizamentos.