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Na cidade mais populosa do mundo, a maior preocupação eleitoral é sobre a falta de crianças

A baixa taxa de natalidade em Tóquio emergiu rapidamente como a principal preocupação nas eleições da cidade

Yuriko Koike (E) e Renho Murata durante debate para discutir os problemas da capital japonesa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 21 de junho de 2024 às 07h17.

Última atualização em 21 de junho de 2024 às 07h45.

Tóquio, com 14 milhões de habitantes, é a cidade mais populosa do mundo. No dia 7 de julho, a megalópole terá eleição para escolher quem será sua próxima governadora. A atual chefe do Executivo local é mulher e vai tentar um terceiro mandato, e o principal nome da oposição também é do sexo feminino. É um quadro raro, já que o Japão é um dos países onde poucas mulheres ocupam altos cargos políticos.

Segundo o The Guardian, a disputa entre a atual governadora Yuriko Koike e Renho Murata está sendo vista como uma "guerra por procuração" entre o partido governista Liberal Democrata (LDP), que apoia Koike, e o principal partido da oposição, o Partido Democrático Constitucional (CDP), ao lado de Renho.

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A baixa taxa de natalidade do Japão emergiu rapidamente como a principal preocupação na votação de 7 de Julho, que terá quase 50 candidatos de todo o espectro político competindo para liderar uma megalópole com um PIB que rivaliza com o dos Países Baixos.

A nível nacional, a taxa de fertilidade é de 1,2, bem abaixo dos 2,07 necessários para manter a população estável. A situação em Tóquio é ainda mais urgente: com 0,99, a sua taxa de natalidade é a mais baixa entre as 47 províncias do Japão.

As principais eleições de 2024 pelo mundo

Koike, uma conservadora que comandou a cidade durante a pandemia de Covid-19 e os Jogos Olímpicos de 2021, procura um terceiro mandato com promessas de se concentrar em medidas pró-família. A ex-ministra da Defesa e do Meio Ambiente tornou-se a primeira mulher governadora de Tóquio em 2016.

Sua principal adversária é Renho, de centro-esquerda, uma ex-modelo de 56 anos que se tornou a primeira mulher líder do maior partido de oposição do Japão em 2016. Ela deixou o CDP para concorrer como independente, mas tem o apoio de seu antigo partido e, curiosamente, do Partido Comunista Japonês.

Entre os escândalos que as duas tiveram que enfrentar, o Guardian lembra que Koike foi novamente forçada a negar as acusações, feitas pela primeira vez há quatro anos, de que ela mentiu sobre se formar em sociologia na Universidade do Cairo em 1976.

Já Renho – que nasceu de mãe japonesa e pai taiwanês – provocou uma pequena controvérsia quando se tornou líder da oposição em 2016, ao revelar que ainda tinha dupla nacionalidade, apesar de ter insistido que se tinha tornado cidadã japonesa na adolescência.

A lei no Japão exige que as pessoas com dupla nacionalidade escolham uma delas antes de completarem 22 anos. Mais tarde, Renho renunciou à sua cidadania taiwanesa.

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