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Todd Akin: o conservador que enfureceu os republicanos

Congressista republicano sustentou no domingo em uma entrevista a uma rede de TV local de St. Louis que é preciso distinguir entre estupro "real" e outros tipos


	O republicano Todd Akin (E): Akin é um ferrenho defensor da independência do indivíduo em relação ao governo
 (Alex Wong/Getty Images/AFP)

O republicano Todd Akin (E): Akin é um ferrenho defensor da independência do indivíduo em relação ao governo (Alex Wong/Getty Images/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2012 às 21h04.

Washington - Ele qualificou de "câncer socialista" o programa de empréstimos universitários do governo, votou contra uma lei para melhorar a nutrição infantil e agora irritou os republicanos ao falar de "estupro autêntico" - este é Todd Akin, o político que revolucionou a campanha eleitoral nos Estados Unidos.

Congressista republicano pelo estado do Missouri desde 2000, Akin, de 65 anos, sustentou no domingo em uma entrevista a uma rede de TV local de St. Louis que é preciso distinguir entre estupro "real" e "autêntico" e outro tipo de violações que não explicou, já que os primeiros, segundo ele, muito raramente resultam em gravidez.

Os comentários de Akin, que se opõe radicalmente ao aborto, provocaram um rebuliço imediato na campanha eleitoral obrigando o Partido Republicano a rejeitar suas opiniões e a pedir sua retirada da disputa por uma cadeira no Senado pelo Missouri.

No entanto, Akin, por enquanto, faz festa com a insubordinação que lhe trouxe fama ao garantir, apenas algumas horas antes do término do prazo para sua retirada voluntária da disputa, que continuará na cédula de votação apesar dos pedidos de seu partido.

O legislador do Missouri se caracterizou por seu conservadorismo radical, rejeitando em muitas ocasiões propostas respaldadas pela maioria de sua bancada.

Akin, que lidera um dos grupos de apoio do ultraconservador Tea Party, votou neste ano, por exemplo, contra uma lei para a pesquisa e desenvolvimento sobre o autismo enquanto 147 republicanos votaram a favor.


Casado desde 1975 com sua esposa Lulli e pai de seis filhos, Akin é um ferrenho defensor da independência do indivíduo em relação ao governo, e leva até as últimas consequências o conceito da liberdade americana baseada na capacidade de decisão do cidadão, mesmo que essa ideia apoie ou não as políticas de seu partido.

Em 2004 votou contra uma lei para melhorar a nutrição infantil, enquanto 217 de seus correligionários votaram a favor. Em 2009 se negou a apoiar um programa para fornecer café da manhã nas escolas ao classificá-lo como "muito invasivo para os pais", apesar de 152 dos seus companheiros de partido terem apoiado a proposta.

"Como um conservador de princípios, sempre lutou por um governo limitado e apoiou as medidas que estavam dentro do marco da Constituição dos Estados Unidos", explicou seu porta-voz, Steve Taylor, a respeito de suas decisões na Câmara.

"Esses são os princípios que o guiaram", reforçou.

Akin tem fortes intenções de continuar sua corrida rumo ao Senado e até o último domingo parecia que a tinha quase concretizado.

Nem sua aparição no ano passado em um evento do Tea Party abalou sua popularidade entre os cidadãos quando detalhou como tinha conhecido sua esposa e como tinham concebido seus seis filhos.

Os republicanos, que temem que as declarações do senador causem danos à campanha eleitoral de Mitt Romney à presidência, têm mais medo ainda que o partido possa perder a batalha para recuperar o Senado e, consequentemente, o controle do Congresso.

É por isso que decidiram retirar os fundos de sua campanha para a reeleição. No entanto, Akin segue com seus princípios e objetivos políticos: "O Missouri necessita de um verdadeiro conservador no Senado", garantiu.

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